Do outro lado do Tokio Marine Hall, intercalando com as apresentações do Palco Balaclava, outros artistas subiram no Palco Vans para encorpar ainda mais o festival. A primeira delas foi Gab Ferreira. A cantora catarinense vem ganhando nome na cena alternativa da música brasileira e recentemente lançou seu novo álbum, Carrossel.
À vontade no palco, Gab mostrou maturidade ao equilibrar delicadeza e presença, não apenas cantando, mas dançando e transmitindo a carga emocional de cada verso. Enquanto sua banda criava texturas que mesclavam dream pop e uma leve psicodelia, ela cantava com nuances da MPB, em composições criativas como a faixa-título do novo trabalho, Carrossel.
Ficou evidente que a artista já reúne um público fiel — fãs que cantavam junto cada verso, gesto que Gab retribuía com sorrisos e olhares atentos, fortalecendo a conexão com a plateia.
Walfredo em Busca da Simbiose
A segunda banda a se apresentar no palco Vans foi Walfredo em Busca da Simbiose, banda que une o rock e MPB. Divulgando seu novíssimo álbum, Mágico Imagético Circular, e liderada pelo multi-instrumentista Lou Alves, a banda apresentou um repertório sólido, acrescentando ao seu som nuances psicodélicas, vindas principalmente das inserções dos teclados, que tornaram as canções dançantes para os presentes.
A apresentação teve ainda a participação de Marina Reis, vocalista da banda paulistana Pluma, que cantou, dançou e acrescentou ao som de Walfredo.

Jovens Ateus
Mais tarde, o post punk dos Jovens Ateus ecoou no Balaclava. Com ecos nítidos de Joy Division, a apresentação da banda ornou com o início da noite paulistana e o clima em volta do bar da casa de shows.
Quem saia da apresentação de Geordie Greep se deparava com as batidas rítmicas do som do quinteto e ficava por ali mesmo, para aproveitar os sons que remetem também a bandas nacionais como Titãs.

Horse Jumper of Love
Para encerrar os trabalhos do palco Vans, o menor do festival, a banda de Boston, Horse Jumper of Love. Convidados às pressas, após o cancelamento do Fcukers, os norte-americanos não soaram nada como banda substituta e cativaram demais o público que optou por esperar o último acorde da banda encerrar, antes de acompanhar a atração principal da noite, Stereolab.
Apesar do tom introspectivo, o peso e a intensidade emocional de músicas como Wink e Spaceman mantiveram os ouvintes atentos — muitos de olhos fechados, apenas sentindo o som preencher o ambiente.
Em um dia repleto de apresentações notáveis, o Balaclava Fest reafirmou sua importância como um festival com curadoria diferenciada. O evento reuniu nomes que representam diferentes momentos da música independente — de artistas em ascensão, a veteranos que seguem relevantes com novos lançamentos — e se firmou como um festival necessário, em meio à enxurrada de atrações mainstream que dominam o circuito de shows no país.
