Joe Bonamassa já é um conhecido nome do blues norte-americano. Tem sua fama entre os ouvintes blues e rock e uma carreira consolidada. Seu exímio talento com a guitarra e seus ótimos discos também são de conhecimento público. O que talvez muitos brasileiros não tenham a dimensão certa, é de como é apoteótico acompanhar um show de Joe Bonamassa ao vivo.
Fazia 11 anos desde a última apresentação no Brasil e a oportunidade para vê-lo novamente veio através do Best of Blues and Rock, que chegou em São Paulo no sábado (22).
Em entrevista coletiva organizada pela produção do festival, Joe contou aos jornalistas que recebia, em suas redes sociais, numerosos convites de brasileiros para voltar. “Eu tenho duas perguntas: é a mesma pessoa com dez contas diferentes fazendo isso? Ou existe mesmo um público real?”, brincou sobre o “come to Brazil”.
Posteriormente, Joe teve sua resposta: foi recebido por um bom público, que aproveitou o propício horário em um sábado à noite para encher o Parque Ibirapuera a fim de ouvir o melhor do blues.
Bonamassa usa a guitarra como um apêndice de seu corpo. Aproveita com uma precisão quase mágica todos os cantos do instrumento, dedilhando notas de forma hipnótica e criando o próprio espírito do blues através dos sons do instrumento.
Durante o show, era comum a fascinação dos presentes pelos close-ups de Joe solando, exibidos no telão projetado na fachada dos fundos do Auditório do Ibirapuera. Livremente mesclando seu blues com outros estilos, alternando entre rock, soul e country.
Mas o guitarrista não estava sozinho. Acompanhando de uma banda incrível, que conta com o renomado tecladista Reese Wynans, que tocava com o lendário Stevie Ray Vaughan, o show ganha ainda mais proporção. Entrosadíssimos, a banda intercalou entre a base para os solos de guitarra e a cantoria de Bonassama, e seus próprios momentos de brilho. As coristas Jade McCray e Danielle De Andrea traziam uma aura gospel para as canções, enquanto o baixo e bateria de Calvin Turner e Lamar Carter (respectivamente) encapsulavam todos os sons e ainda davam coesão e força de blues-rock para as músicas.
Wynans e Bonassama fizeram verdadeiros duetos com guitarra e órgão que já seriam suficientes para valer a noite do festival.
Apesar de toda notável qualidade auditiva gravada em discos e vídeos, estar presente em um show de Joe Bonamassa e sua banda é uma experiência à parte. Seja para se atentar a todos os detalhes da execução musical da banda, seja sentir a vibração pelo som emanado por eles.
Após a indescritível apresentação, restou apenas o público aplaudir e gritar “Joe! Joe!” para ajudar a tirar a incerteza sobre a presença de seus fãs no Brasil.
Uma apresentação para catapultar ainda mais a fama da qualidade da música de Joe Bonamassa.