Zakk Wylde reúne time de peso para homenagear o Black Sabbath em SP

Zakk Wylde talvez seja uma das pessoas mais gabaritadas para prestar uma homenagem ao Black Sabbath, seja por sua vivência integrando a banda de Ozzy Osbourne, seja pela natureza de seu trabalho como músico, que sempre remete ao som de seus predecessores. Considerando isso ou não, desde 2014, Wylde toca o projeto Zakk Sabbath, um tributo a uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.

Zakk convocou para a atual formação do grupo, Joey DeServio (Black Label Society) e Joey Castillo (Queens of the Stone Age), para fechar a noite do festival Best of Blues and Rock, que passou pelo Ibirapuera, em São Paulo, no último sábado (22).

Apesar de o som do Black Sabbath ter traços do seu genitor, o blues, é o peso que fez a fama e o sucesso do grupo, tido como um dos fundadores do heavy metal. E foi esse som pesado que Wylde e cia apresentaram no Ibirapuera. Destoando levemente do blues-rock tocado por Eric Gales e Joe Bonamassa, Zakk Sabbath trouxe os fiéis headbangers para somar ao público do evento.

A banda entregou o que se esperava deles: a execução respeitosa das canções originais, mas com um peso extra, em afinações mais graves e com batidas mais furiosas na bateria de Castillo.

Zakk, fazendo jus ao seu estilo viking, se comportou como um bárbaro ao dedilhar notas em suas guitarras, sem medir o quão pesado iria soar o som de seu instrumento. Erguia sua guitarra como uma espada ao final de cada música, deixando ressoar um último acorde.

Blasko endossava o parceiro de palco, fazendo uma base ainda mais densa do que é ouvido nos discos do Sabbath original. Intencionalmente, é verdade.

Castillo se destaca por conseguir empregar uma fúria mais livre do que a técnica jazzística de Bill Ward, fazendo uma espécie de releitura mais pesada das viradas do baterista original.

Passeando por clássicos como N.I.B., War Pigs e Into the Void, e por músicas menos reconhecidas, como Under the Sun, Zakk Sabbath fez o combinado sem grandes problemas e respeitou o legado da banda original.

Apesar de a apresentação ter cumprido o que se esperava, em comparação com as atrações anteriores, o show do Zakk Sabbath acabou parecendo menos brilhante. Certamente, a presença do público fã de heavy metal foi uma estratégia da produção para atrair um público maior e mais diverso, mas isso contou contra a harmonia do lineup do festival, que foi do blues para o heavy metal em poucos minutos.