Bombando no Foninho #20 – O Revolver dos Beatles

Bombando no Foninho #20 – O Revolver dos Beatles

No último final de semana, dei uma fugida básica e rápida em um sebo secreto para um “garimpo” de 15 minutos na seção dos LPs. Nessa brincadeira, encontrei ele… o disco que estava buscando há meses: Revolver, dos Beatles.

50 anos atrás, quando ele foi lançado, esse disco foi o momento de ruptura da fase iê-iê-iê e pavimentou todo o caminho para uma fase mais madura e criativa musicalmente. Mas, sem abandonar o comprometimento com os grandes refrões “sing along”, como Yellow Submarine, e flertando com a música indiana.

Destaquei três joias, menos badaladas, dessa obra de arte da cultura pop.

The Beatles – Love You To

Composição do George Harrison, que mescla guitarra, baixo e melodia pop com sitar, tabla e tambura (instrumentos característicos da música indiana). A letra fala de amor, porém ao invés das historinhas de amor juvenil, o sentimento aqui é reportado de uma maneira subjetiva, aberta a interpretações das mais diversas. Uma faixa hipnotizante.

The Beatles – She Said She Said

Música de John Lennon, inspirada em uma viagem de LSD com o ator Peter Fonda. Além da melodia marcante, eu destaco a levada da bateria que faz a música parecer estar flutuando, brincando com o tempo. Fato curioso é que, reza a lenda, Paul McCartney se desentendeu com a banda e não participou da gravação dessa faixa. Assim, George Harrison se destaca mais uma vez, gravando o baixo e
também um belíssimo riff de guitarra.

The Beatles – Tomorrow Never Knows

https://www.youtube.com/watch?v=Ah2ckzXgrx4

Com essa música, totalmente a frente do seu tempo, os Beatles anteciparam toda a revolução da música eletrônica dos anos 90. Impossível não comparar o groove dessa música com os beats do Chemical Brothers, por exemplo. Escute Setting Sun e descubra por si mesmo. Sobre a letra… bom… tenho a sensação de que a intenção não era ser decifrada.

(N.E.: A minha versão do LP estava perfeita, tirando um único e bizarro detalhe. A última faixa, Tomorrow Never Knows, estava riscada a caneta no encarte e no vinil, riscada a faca, para que ninguém pudesse ouvir).