A banda Ego Kill Talent lançou o EP Call Us By Her Name, na última sexta-feira (10), com quatro faixas: Need No One To Dance, When It Comes, Call Us By Her Name e Finding Freedom. O trabalho é o primeiro com a nova vocalista, Emmily Barreto, do Far From Alaska.
Aliás, o momento não poderia ser melhor para o Ego Kill Talent. Recentemente, o grupo abriu os shows do Evanescence no Brasil, que passaram por seis cidades.
Além de Emmily Barreto, o Ego Kill Talent conta com Theo van der Loo, Niper Boaventura, Raphael Miranda e Jean Dolabella na formação.
Em conversa com o Blog n’ Roll, o Ego Kill Talent explicou como o entrosamento da banda vem funcionando e como está a adaptação de Emmily ao grupo, assim como os próximos passos do grupo.
Como foi o processo de criação do EP? Conseguiram um entrosamento rápido?
Theo – A gente para pra olhar pra trás é o que chama a atenção, não teve período de adaptação, não precisou, parece que foi plug and play. Quando a gente começou a compor junto, já fluiu, foi como se ao mesmo tempo que surgia a ideia da harmonia, da guitarra, ela já trazia a ideia de melodia. Alguns minutos depois, a gente já estava escrevendo a letra daquela melodia e foi tudo muito fácil, clicou tudo muito rápido, sabe?
Raphael – O toque que faltava era compor com a Emmily, porque no show a gente já sabia que era tudo incrível, a energia, o entrosamento, mas na hora de compor foi o que o Theo falou, foi mágica, muito rápido.
Na opinião de vocês houve uma mudança grande no som do Ego Kill Talent nesse EP?
Theo – Talvez a resposta seja sim e não. Acho que a gente já iria mudar o que a gente fez antes porque acho que, como pessoa e como artista, é natural você estar buscando novos horizontes, então acho que tem algo ali que nós já estávamos buscando novas direções.
Com a entrada da Emmily parece que ela potencializou isso, eu, pessoalmente, nunca tinha tocado numa banda com uma mulher cantando e o range vocal mesmo, o tamanho das possibilidades vocais dela já abre para um universo de possibilidades e dinâmica na música.
Acho que a gente na realidade já ia mudar de uma certa forma, mas ela trouxe tanta possibilidade que estamos abraçando ainda, está vindo mais coisa ainda para outros universos. E é sempre estranho responder se mudou, acho que tem um ditado indiano que é muito bom: “tudo que podia acontecer foi o que aconteceu”.
Niper – A gente vem conversando sobre a nossa dinâmica e espaços nas músicas, nossas referências são muito parecidas. Aí quando a Emmily veio, ela corroborou com tudo isso e muitas coisas pra gente ouvir.
O período que a gente ficou em Los Angeles, enquanto o Theo cozinhava as jantas maravilhosas dele lá, a Emmily mostrava umas bandas que a gente não conhecia. A gente percebeu que afunilava tudo no mesmo lugar, a música vibrante e cheia de energia.
A minha sensação pessoal foi que aquele encontro foi de uma banda nova, uma garagem de novo. Então é muito sem amarras, sem pressão.
Theo – A gente compôs essas músicas em Los Angeles, ficamos lá uma semana com a banda inteira morando junto numa casa, e aí foi nesse processo, a gente estava convivendo e ouvindo muito.
A Emmily trouxe dinâmica, isso tem a ver com a diversidade, a gente era uma banda de cinco caras héteros, referências muito parecidas. Aí quando entra a Emmily, ela traz um encorajamento de “vamos experimentar outras coisas“, coisas que a gente já queria experimentar também, mas que a gente ficava dentro da nossa bolha. Ela sempre encorajou muito, aí você abraça, acredita e vai indo.
Vocês já tinham trabalhado juntos antes?
Theo – A gente já tinha feito muitos shows juntos, acho que foi isso que levou a gente a ter tanta certeza que ia funcionar com a Emmily. O Rafa toca bateria com ela no Far From Alaska, então a gente tinha visto isso muitas vezes. A gente também fez uma música juntos, Collision Course, que foi uma composição das duas bandas juntas.
Emmily, você continua nas duas bandas? Como faz para conciliar os trabalhos?
Emmily – Sim, continuo. Acho que que o Ego Kill Talent e o Far From Alasca estão em momentos muito diferentes um do outro. O EKT está no ringue e o Far está mais no sofá, então não está sendo tão difícil conciliar não. A gente tem a agenda de shows que é o mesmo booking, então a gente vê quando uma banda pode e a outra não pode.
Acho que o momento que está vindo e que a gente está buscando, não vai atrapalhar nada não, vai ser lindo. O Far não vai acabar, não se preocupem, mas acho que está em outro momento, a gente já viveu muita coisa com o Far.
Vocês abriram recentemente os shows do Evanescence. Como foi essa experiência? Chegaram a conversar com a banda?
Theo – A Emmily e a Amy Lee trocaram telefone. Foi incrível! Primeiro, vamos ter que fazer isso várias vezes, mas queremos agradecer o carinho dos fãs do Evanescence, eles abraçaram a gente de um jeito, até hoje os fã clubes mandam mensagem no Instagram diariamente.
Eles são muito presentes mesmo, os caras da banda foram incríveis, acolheram a gente de uma forma que eles não precisavam. Desde o primeiro show, eles vieram falar com a gente todo dia, assistiram o show.
A Amy Lee falou no palco que curtiu a banda, foi bem massa. Foi muito legal e num momento muito importante pra gente.
Pretendem excursionar pelo Brasil para divulgar o EP? Ou o foco atual do Ego Kill Talent está no mercado internacional mesmo?
Theo – A gente vai fazer umas datas no Brasil, A gente vai ter o Festival do Sol agora esse mês, a gente está vendo mais algumas datas para fazer no Brasil nesses próximos meses, mas a gente tá olhando muito pros Estados Unidos e Europa. Estamos buscando as oportunidades que estão surgindo lá pra fazer turnê lá no ano que vem.
Também estamos compondo, a gente ainda está em novembro, então ainda estamos em composição, a gente quer alimentar muito isso.
Citem três álbuns que influenciaram a formação de vocês como músicos?
Niper – Alanis Morissette com Jagged Little Pill, Nirvana com In Utero e o Metallica com Black Album. Acho que se tivesse que elencar um top três são álbuns que sempre que tô cantando ou gravando, sempre vem uma referência desses discos.
Emmily – Vou tentar não repetir, porque iria falar Jagged Little Pill, mas colocaria After Laughter do Paramore. O primeiro álbum que impactou no meu coração foi Let’s Go da Avril Lavigne, quando eu era adolescente. Ainda botaria mais um que é o The Fool, do Warpaint.
Raphael – Posso falar quatro? Metallica com Black Album, Sepultura com Arise, Nirvana com Nevermind e Titãs com Cabeça Dinossauro.
Theo – Metallica com Black Album não tem como não falar, acho que é um dos que mais ouvi na minha vida. O Roots do Sepultura também bateu num momento importante.
Por fim, teve um disco mais recente que mexeu muito comigo, com composição e tudo assim de olhar pra música, que é o When We All Fall Asleep, Where Do We Go?, da Billie Eilish. Esse disco mexeu muito comigo, comecei a ver espaços na música de outra forma, então apesar de ser recente é apaixonante.