CLÁUDIO AZEVEDO
O trio carioca de progressive death metal já havia atraído atenções em 2014, época em que lançou seu debute Memories of Inexistence, que exacerbava todo o poderio técnico de Igor Meira (guitarra) e Luiz Felipe Netto (voz, guitarra, bateria programada). Com o reforço do baterista Kalki Avatara, o grupo lançou em 2018 The Wandering Daughter, um dos grandes álbuns de metal nacional do ano.
Apenas a introdução Hyster – belíssima, por sinal – possui duração inferior a sete minutos. Ou seja, é um álbum a ser ouvido por inteiro. Diversas passagens acústicas, suaves dedilhados de guitarra e solos atmosféricos dividem espaço com partes recheadas de peso, mudanças bruscas de andamento e vocais guturais revezando com vozes limpas em perfeita harmonia.
Se você lembrou do Opeth, acertou. Os suecos de fato são a influência mais nítida no som do Piah. As músicas são imprevisíveis, em meio a partes extremas tudo pode mudar sem prévio aviso e embarcar na mais pura viagem prog. Individualmente, cada músico cumpre sua função de forma pra lá de competente, com timbres nítidos e belos, sem nunca abrir mão do peso.
A audição, claro, é “difícil”, como qualquer trabalho do gênero. Porém, quem estiver disposto a dedicar o seu tempo a The Wandering Daughter, com certeza será recompensado por uma sequência incrível de talento e bom gosto musical. Faixas como The Sky is Our Shelter são um exemplo perfeito disso. Os detalhes de cada composição merecem ser analisados atentamente, como manda o rico universo do progressive metal. Muito bom!
The Wandering Daughter
Ano de Lançamento: 2018
Gravadora: Code 666 Records
Faixas:
1-Hyster
2-Solace in Oblivion
3-Sprung From Weakness
4-The Sky is Our Shelter
5-Earthbound Ruins
6-The Meek´s Inheritance