Formada em 2000, a banda de screamo e post hardcore City of Caterpillar se separou em 2003. Seu primeiro e único álbum, homônimo, foi lançado menos de um ano antes do fim da banda.
Apesar de terem retornado em 2016 e ainda estarem ativos, um pouco da fama que a banda fez no meio emo no início dos anos 2000 foi esquecida ao longo do tempo.
City Of Caterpillar – O álbum
Para os marinheiros de primeira viagem, este álbum é uma caixinha de surpresas. Sem se quer começar a ouvir já nos deparamos com uma situação inusitada. Isto é, apenas 7 músicas e uma duração total de 44 minutos. Isso se deve ao fato de 3 das 7 faixas terem uma duração superior a oito minutos.
Ao escutar a primeira faixa (And You’re Wondering How a Top Floor Could Replace Heaven) já sacamos um pouco das influências da banda. Screamo, emo e post hardcore com uma pitada de post rock elaboram o mix de momentos presentes dentro da faixa de tal forma que o caos e a calmaria se encontram e se completam.
O estilo da banda de intercalar a agressão com momentos melódicos e épicos permanece durante o restante do álbum. Porém este não é um estilo que privilegia as faixas “mais curtas” do álbum. Desse modo, faixas como Fucking Hero acabam sendo levemente prejudicadas devido a sua transição extremamente breve e repentina.
Momentos finais
As duas últimas faixas do álbum são realmente um fechamento divino. Conforme uma progressão melódica é estabelecida na penúltima música, A Little Change Could Go a Long Ways, um momento de tensão se estabelece.
Posteriormente, temos na mesma faixa um breve momento de quebra da harmonia, que volta a se estabelecer logo em seguida, somente para nos depararmos com o caos novamente nos últimos segundos da faixa.
Em Maybe They’ll Gnaw Right Through, nós não nos deparamos com esse caos inerente. Apesar de as progressões melódicas e momentos conflituosos ainda marcarem presença, essa faixa funciona mais como uma calmaria após a tempestade.
Conclusão
Apesar de sua ultra violência, City Of Caterpillar nos apresenta um álbum com diversas progressões melódicas durante toda a sua duração.
Igualmente ao Yin e Yang, o caos não existe sem a paz. A banda demonstra isso perfeitamente ao utilizar não uma mera intercalação de estilos, mas sim uma progressão atmosférica.
Certamente este é um dos clássicos do gênero. A grandeza e a magnitude de dois estilos conflitantes se colidindo e se completando gera uma experiência única e inesquecível.