A importância de 808s (e Kanye West) no hip hop atual

O ano era 2008. Kanye West vinha carregando uma grande carga emocional. Ademais, além de romper um noivado, sua mãe havia morrido poucos meses atrás. E toda a responsabilidade de ser uma estrela, após o lançamento de três ótimos discos, fez o artista variar.

808s & Heartbreak

Contudo, essa transição pode ter sido a mais inovadora do hip-hop neste século. 808s & Heartbreak foi lançado no dia 24 de novembro de 2008. Em síntese, o trabalho é uma sequência minimalista autotunada da mágoa do rapper. As reações dos fãs e críticas foram meio divididas, muitos ficaram esperando as rimas afiadas dos primeiros registros do artista.

Entretanto, o álbum liderado pelos singles, Heartless, Amazing, Love Lockdown e Paranoid, influenciaram de imediato diversos outros grandes nomes da indústria. Como foi o caso de Drake, em 2009, na mixtape So Far Gone. Um pouco depois, Childish Gambino e Frank Ocean consagraram de vez o ritmo até então iniciado em 808s.

Com seu valor provado, Kanye queria mais. Com o efeito de toda sua obra, West foi a fundo para produzir o que seria um dos melhores e mais elogiados discos desta década.

My Beautiful Dark Twisted Fantasy

E é ai que chegamos em My Beautiful Dark Twisted Fantasy. Com participações de Jay Z, Pusha T, entre outros, o projeto mescla tudo de melhor da discografia de West. Em síntese, essa mistura já é logo vista em Dark Fantasy, faixa de abertura.

Embora as canções do álbum tenham letras poderosas, o que faz de MBDTF uma obra de arte é sua produção. O trabalho divulgado em 2010 não tem nada que pareça de alguma fora do lugar, tudo se encaixa.

Os destaques do discos são: POWER, Monster e Runaway. Aliás, a última é apontada como uma espécie de Bohemian Rhapsody do hip hop.

Só para ilustrar, o projeto também fez aniversário recentemente, completou nove anos no dia 22 de novembro.