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Disqueria - Carlos da Hora

Disqueria #25 – Precisamos falar sobre Billie Eilish

No fim de março, Billie Eilish apresentou finalmente seu primeiro disco de estúdio ao mundo, e desde então, não consigo escutar outra coisa a não ser as canções do WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO? composto e produzido pela artista de 17 anos e seu irmão, Finneas O’Connell.

É muito difícil imaginar como uma adolescente criou uma obra tão bonita e que retrata muito bem a juventude atual, visto que o álbum foi produzido praticamente inteiro em sua casa. Porém, essa é justamente a resposta para o meu questionamento. No conforto de seu lar, Billie tem carta branca pra fazer o que bem entender em suas canções, sem pressão ou censura. Fora que idade já deixou (se é que já foi) de ser parâmetro para qualidade.

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Bom, vamos ao tão falado disco… WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO? é um tanto quanto denso e sombrio para um disco pop, mas ultimamente estamos vendos alguns artistas optando pelo lado mais “obscuro” do gênero, como Melanie Martinez e Lana del Rey. O ápice da escuridão do trabalho vem nas faixas 10 e 11, a primeira é Bury a Friend, que retrata a visão de um monstro que vive debaixo da cama de uma garota, logo em seguida vem Ilomilo, ambas tem batidas que às vezes chegam até incomodar.

Mas, como já citei, Billie Eilish tem apenas 17 anos, ainda vive uma adolescência, e essa fase impulsiona uma boa parte do álbum, principalmente em 8, canção que desde o modo que a artista se molda no vocal até pela letra sobre um relacionamento em ruínas, mostra que apesar de tudo, ela ainda é uma adolescente, com pensamentos teen. When the Party’s Over Wish You Were Gay também seguem essa mesma fórmula, de uma maneira mais tímida.

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Mesmo com ótimas músicas já citadas, o destaque do disco é Xanny, onde a cantora faz diversas críticas ao uso do medicamento Xanax por pura recreação. Diversos artistas no hip hop americano prezam o uso da substância. Billie já disse que se inspira bastante no estilo musical, mas em contrapartida ela faz duras críticas ao consumo da droga, que foi encontrada nos corpos de diversos artistas do gênero, mortos recentemente. O apelo da cantora, mostra que ela mantém uma cabeça forte e no lugar, atributo muito importante nessa entrada ao mundo musical.

No geral, o disco é um conjunto que detalha muito bem todas as fases de um jovem moderno durante esse período de incertezas, de tempos sombrios, mas ainda com uma dose de romance e sensatez presente que faz tomarmos os rumos certos na vida.

Minha aposta é que WHEN WE ALL FALL ASLEEP, WHERE DO WE GO? foi só o começo. Billie ganhou a atenção do mundo, e tenho certeza que ela tem mais uma, duas, três formas de nos deixarmos boquiabertos novamente.

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