Quando as pessoas pensam em Harry Styles, o que vem a cabeça? Logicamente o One Direction. É compreensível, já que o artista compôs o lineup da boyband por cinco anos. Contudo, faz quase meia década que o grupo se separou, e o cantor vem se mostrando cada vez mais que é muito mais do que pensávamos.
Embora a banda tenha feito grande sucesso entre 2010 e 2015, muitos questionavam as canções do quarteto. Sempre focando no pop romantizado, o 1D era extremamente segmentado, mas possuía suas qualidades. Só que ninguém imaginava que Harry, um dos integrantes, possuía tanto talento guardado.
Anteriormente, Styles já havia estreado sua carreira solo com um maravilhoso disco homônimo. Entre ecos de Fleetwood Mac e uma pitadinha de Bowie, o trabalho foi extremamente bem recebido por todos. E, agora chegamos ao segundo capítulo dessa interessante trajetória.
Fine Line
Lançado na última sexta-feira (13), o álbum mostra que não tem nada mais pop que o rock. Mesmo que possa passar despercebido por muitos, o projeto atesta com camadas sonoras interessantíssimas, a grande evolução do artista.
Decerto, a produção conta com algumas canções bem animadas, como Watermelon Sugar e Adore You (dobradinha muito interessante, aliás), mas o que se destaca entre as 12 faixas são as influências psicodélicas. Harry usa e abusa de boas referências, seja para falar sobre culpa em Falling, ou um término de relação, em Cherry.
Todavia, nada supera a profundidade de She, com sobras a melhor música da coletânea. Nela, o vocalista mostra em seis minutos (que passam voando), todo o seu processo evolutivo.
De uns tempos pra cá, o rock vem perdendo cada vez mais seu espaço no mainstream para o hip hop. Ao que tudo indica, o gênero precisa de mais uma grande remodelagem. E pelo que parece, um Harry Styles pode ser um dos percursores dessa nova fase.