Categories: Entrevistas

by Bia Viana

Share

Categories: Entrevistas

by Bia Viana

Share

A Batcaverna: o estúdio caseiro da Paerish, situado em Soissons, na França

Muitas bandas veem na abertura de grandes shows apenas uma oportunidade para crescer profissionalmente. Outras contam com essas experiências para enriquecimento pessoal, baseados em grandes sonhos e na parceria com seus maiores ídolos. É o caso da Paerish, banda francesa de indie rock com quem tive o prazer de conversar nas últimas duas semanas.

Paerish ao vivo em Lausanne, na Suiça. (Foto: Gabriel R. Pandaception)

Conheci o grupo neste ano em Lisboa, no majestoso Coliseu da cidade, quando estavam em turnê com o Sum 41. A banda nasceu em 2009, em Paris, até então como um trio: Mathias Court na guitarra e no vocal principal, Julien Louvion na bateria e Martin Dupraz no baixo, ambos dividindo os vocais. Em 2012, o guitarrista Frédéric Wah se uniu ao grupo, completando a formação atual.

Com muito carisma e dedicação, a banda se encontra no processo de criação de seu segundo álbum. O primeiro, Semi Finalists (2016), relaciona marcações de peso na bateria e bastante ritmo. A Paerish abriu para bandas de peso de diferentes subgêneros, como Sum 41, Silversun Pickups e Kid North, a última também francesa.

Inspirada a ser a próxima banda explosiva de rock alternativo do mundo, Paerish cresceu imersa no mundo de bandas pop punk dos anos 1990, seguindo grupos como Offspring e Blink-182. Inicialmente, adotaram o nome de Crackity Flynn, mas assumiram a alcunha PÆRISH em 2015, com base no personagem Alan Parrish, de Jumanji, interpretado por Robin Williams. Inclusive, os personagens do ator representam bem a banda: “o personagem de Alan Parrish é uma criança que está aprisionada num corpo de adulto. Ele ainda é uma criança, mesmo parecendo um adulto. Assim como nós quatro”, diz Court.

Em entrevista com a banda, comentamos algumas de suas expectativas para o futuro, suas principais influências e os episódios mais marcantes das turnês. Confira na íntegra:

De acordo com o Spotify, seus ouvintes mais frequentes se encontram em Paris, Berlim, Hamburgo, Munique e Viena. Qual desses concertos foi o mais marcante para vocês?

Julien: Eu tenho que dizer que as melhores memórias foram em Paris, no The Zenith, quando tocamos com o Sum 41. Nós vimos tantas bandas incríveis tocarem lá e agora era nossa vez de estar naquele palco. Foi muito doido!

Martin: É muito difícil de escolher! Paris foi demais porque é onde vivemos, e assistimos tantos shows incríveis naquele lugar! Mas honestamente, todos os shows foram incríveis, nós conhecemos muita gente legal todas as vezes que tocamos lá (tocamos duas vezes em Munique, Viena e Berlim). Todas as memórias são muito divertidas, como uma vez em que a polícia nos parou em Viena para pagarmos uma taxa, mas demos um CD e um LP para os policiais e conseguimos escapar. São os policiais mais legais que já conheci! (risos)

Mathias: Eu diria que Lisboa foi nosso melhor show até agora. As pessoas foram muito receptivas desde o primeiro momento em que pisamos no palco, então eu acho que nos sentimos mais poderosos. E a multidão estava insanamente linda!

 

Show da Paerish em Lisboa, na abertura do Sum 41, que teve direito a bis. (Foto: Joana Jesus)

Vocês saíram em turnê com o Sum 41 e o Silversun Pickups. Como vocês se identificam com o trabalho deles? Como foram ambas as experiências?

Martin: Lazy eye, do Silversun Pickups, foi uma das primeiras músicas que tocamos juntos em 2010, então quando tivemos a chance de tocar e entrar em turnê por duas semanas com eles, não conseguíamos acreditar! Nós aprendemos muito e somos muito gratos a eles. Além de serem muito legais, eles cuidaram de nós e nos fizeram sentir muito a vontade.

Com o Sum 41 foi mais louco porque foi o primeiro show de rock que eu assisti na adolescência, em 2004, então foi muito difícil fingir estar de boa quando os conhecemos na turnê (risos)! Foi um mês muito louco que passamos na estrada com essas lendas. Tocamos para plateias ridiculamente enormes, aprendemos como apresentar para mais de 5 mil pessoas por noite, enfim, nós os assistimos tocar em cada uma das noites. Eles são ótimas pessoas, humanas, gentis e humildes, e nos ajudaram muito. Não temos nada além de ótimas memórias dessas duas turnês!

Quais outras bandas trabalharam com vocês? Com quais vocês ainda gostariam de trabalhar?

Martin: Nós também entramos em turnê com nossos irmãos escoceses do We Came From Wolves há um tempinho e sentimos falta deles. Também trabalhamos com grandes bandas francesas como Kid North, MINAB e Hightower.

Tem muitas bandas com quem eu adoraria dividir o palco, como Violent Soho, Single Mothers, Dinosaure Pile Up, Culture Abuse e Wavves. Eles parecem ser ótimas pessoas e suas músicas são sensacionais. E claro, gostaria de trabalhar com todos os nossos ídolos, como Weezer, Failure, Blink-182 e Green Day.

Mathias: Também tocamos com Turnover, We Were Promised Jetpacks, El Tem Eleven, Moving Mountais, No Devotion, Tiny Moving Parts, Amusement Parks on Fire… Agora, eu diria que adoraria trabalhar com qualquer banda da SideOneDummy Records [gravadora que trabalhou com a Brothers of Brazil], Run For Cover, Triple Crown, entre outras.

Vocês postaram um vídeo do Soundgarden e citaram Chris Cornell como uma grande inspiração pessoal. Quais outras bandas e artistas entram nessa categoria e porquê?

Martin: Como eu sempre digo, Mark Hoppus [Blink 182] é o motivo pelo qual eu toco baixo, então ele é minha primeira inspiração como baixista. Também curto muito caras como Jeremy Bolm [Toucher Amore] e Jacob Bannon [Converge], que se preocupam muito com valores humanos dentro dos negócios, estão sempre mantendo o que realmente importa em mente, diferente das bandas que não dão a mínima pras pessoas.

Mathias: a banda que me fez querer escrever músicas (e não apenas tocar covers) definitivamente foi o Smashing Pumpkins. “Siamese Dream” é com certeza meu álbum favorito de todos os tempos.

 

A Batcaverna: o estúdio caseiro da Paerish, situado em Soissons, na França

A Batcaverna, estúdio caseiro da Paerish, fica em Soissons, na França. (Foto: reprodução, Facebook da banda)

Em sua página no Facebook, vocês sempre mostram seus trabalhos recentes em um estúdio que apelidaram de Batcaverna. Como é o processo criativo em trabalhar num estúdio caseiro?

Julien: A Batcaverna fica na casa da família do Mathias, em uma cidade chamada Soissons, que fica alguns quilômetros ao norte de Paris. Todas as ideias vêm do Mathias, então nós tocamos e organizamos tudo nesse estúdio para garantir a melhor versão final para cada música. Isso facilita muito, porque podemos tocar a hora que queremos e é muito mais confortável.

Martin: Mathias fez um trabalho sensacional criando esse espaço na casa dos pais dele! É muito legal ser livre para praticar e tocar quando queremos.

Seu álbum de estreia, Semi Finalists, soa muito mais melodicamente intenso do que singles anteriores como Marcel and the Prince (2013). Vocês sentem que algo mudou na forma como vocês compõem?

Mathias: Obrigado! Acho que nós nos tornamos mais confiantes sobre o nosso próprio som. Eu tenho escrito muito material novo para nosso segundo álbum, e todo o processo de escrita tem sido mais rápido. Estou impaciente para gravarmos essas novas músicas.

Martin: Acho que estamos apenas amadurecendo! Quando eu ouvi nossas músicas de 2010 e comparei com as novas que estamos escrevendo agora, em 2017, percebi uma grande lacuna. É claro que você ainda encontra algumas similaridades porque somos os mesmos caras com as mesmas raízes, mas nós encontramos nosso som, aprendemos a escrever letras melhores com riffs mais pesados e melodias melhores, e também aprendemos a cortar as partes ruins. Pelo menos eu espero que sim! (risos)

Quais artistas vocês consideram como inspiração para o novo álbum?

Martin: Ainda ouvimos os mesmos tipos de música, mas como baixista, o trabalho nesse novo álbum tem me lembrado de como é o som do baixo sem tanta distorção e efeitos, então tenho buscado mais coisas nessa pegada. Esse novo álbum é ótimo em todos os sentidos, traduz o meu eu agora, que está entre muito Punk Rock. Eu estou escutando de novo todas as minhas bandas favoritas da época de ensino médio, como Satanic Surfers, A Wilhelm Scream, NOFX e Propagandhi, com riffs pesados e ideias simples, porém poderosas. Eu também escuto várias outras coisas como Lorde, Kendrick Lamar e LCD Soundsystem, além de muitas bandas Hardcore, então o álbum será meio que uma grande mistura de todas essas coisas.

Mathias: Mesmo descobrindo bandas novas constantemente, eu nunca penso em outro artista quando estou escrevendo músicas. Fico feliz quando as pessoas encontram boas influências na Paerish, mas eu fico muito mais feliz quando elas acham que nós temos nossa própria identidade.

Vocês têm canções em francês?

Martin: Mon Dieu, non (“Meu Deus, não”)! É muito difícil escrever músicas de Rock que soem bem em francês, e sinceramente tenho muito medo dessa ideia! Nós temos ótimos compositores aqui na França, que sabem fazer isso, então talvez devêssemos deixar essa missão com eles! (risos)

Como foi o processo de produção do clipe de Party is over, Biff?

Martin: Geralmente, tenho muitas ideias para videoclipes. Dirigi alguns, mas para esse vídeo eu pedi ajuda a um velho amigo, Flavien Stirnemann, que é um ótimo diretor com ótimas ideias, porque eu estava preso na ideia de um casal lutando com o Ceifador, mas nada parecia funcionar. Ele escutou a música e logo escreveu essa história do casal lidando com um casal estranho de zumbis que estão tentando separá-los a todo custo.

Nós chamamos alguns amigos bem talentosos para os papeis e para nos ajudar com a maquiagem. Filmamos no Norte da França, onde vivem os pais do Mathias, e eu editei tudo. Nós temos muito orgulho desse videoclipe, pois recebemos muitos feedbacks positivos; e mesmo quando a história não parece clara no início, nós adoramos a ideia de que cada um vê o que quer no vídeo. Mal posso esperar para seguirmos com as novas músicas para podermos gravar novos clipes!

Em quais lugares vocês gostariam de tocar no futuro?

Julien: Eu queria tocar em todos os lugares do mundo agora (risos). Acho que América e Austrália primeiro!

Martin: Eu mal posso esperar para fazer mais turnês na Europa, e com certeza na América do Norte e do Sul também. Austrália, Nova Zelândia, Japão, China, TODO LUGAR!

Vocês já estão planejando a próxima turnê?

Martin: Agora estamos focados em escrever nosso segundo LP, mas eu realmente sinto falta de estar em turnê!

O novo álbum da Paerish ainda não tem previsão de estreia, mas com certeza estaremos esperando ansiosamente pelo material! Para conhecer algumas das referências citadas pela banda, clique nos links abaixo:

STAY IN THE LOOP

Subscribe to our free newsletter.

David Bowie é uma estrela imprevisível e cercada de polêmicas. Somente nos últimos três anos, ele já foi “aposentado” pelo seu biógrafo, “escalado” para tocar na festa de encerramento das Olimpíadas de Londres e “diagnosticado” com uma doença degenerativa. Nada, no entanto, se confirmou.A quebra do silêncio, após dez anos sem lançar material inédito, foi o primeiro passo da comprovação de que Bowie ainda tem muita lenha para queimar, apesar dos seus 66 anos de vida. Anunciado no início deste ano para o dia 11 de março, o 24o álbum da carreira, The Next Day, já está disponível para audição no site do iTunes. Os fãs podem ouvir as 14 faixas inéditas até o dia do lançamento.E as polêmicas envolvendo Bowie não param por aí. Produtores e músicos comentam o tempo todo sobre a possibilidade da realização de uma turnê de divulgação do álbum. Para entender o motivo da discussão, precisamos retornar a 2006. Naquele ano, o músico desmaiou durante um show na Alemanha e, após uma série de exames, descobriu que teria que fazer uma cirurgia no coração.A estrela de Bowie se apagou. Parecia o fim da carreira de um dos músicos mais influentes do século 20. Boatos sobre a saúde do britânico pipocavam com frequência nos tabloides ingleses.

Na semana do lançamento do primeiro single de The Next Day, We Are We Now, o produtor Tony Visconti disse em entrevista ao tabloide inglês The Sunday Telegraph que Bowie está bem, mas não deverá entrar em turnê.Ele está afiadíssimo. Não perdeu nenhuma célula do cérebro. Só que não quer mais fazer turnês. Não aguenta mais. Mas não descarta fazer um show ou outro. Foi um alívio ouvir isso”, diz Visconti.Se Visconti não acredita em uma turnê do álbum, o guitarrista e diretor musical do artista, Gerry Leonard, já alimenta as esperanças dos fãs. Ele declarou para a revista americana Rolling Stone que acredita que Bowie possa fazer uma turnê. Para Leonard, as chances são de 50%.Leonard reforça sua opinião com os comentários do cantor. “Bowie falava sobre como determinada canção soaria ótima ao vivo”, disse. Para o guitarrista, o fator decisivo seria o cantor sentir o ímpeto pela estrada já que, segundo ele, Bowie está com “um preparo de voz ótimo e em grande forma física”.E, se engana quem pensa que The Next Day seja apenas sobras de estúdio. Visconti afirmou ao The Sunday Telegraph que 29 músicas foram gravadas e que pelo menos quatro delas poderiam dar início a um novo álbum. “Se tudo correr bem, voltaremos ao estúdio no fim deste ano”.O álbum

Os fãs mais saudosistas do Camaleão, que curtem o passado vanguardista dele, vão se deliciar com The Next Day. Da capa às músicas, os admiradores vão encontrar diversas referências aos três álbuns lançados por Bowie no final da década de 1970, período em que morou na Alemanha.A capa traz uma evidência bem explícita, ao estampar um quadrado branco sobre a imagem da arte de Heroes (1977). As canções lembram muito os clássicos de Low (1977) e Lodger (1979).Os refrões são fortes e ficam na cabeça, como no caso das músicas Dirty Boys, Love is Lost, How Does The Grass Grow? e (You Will) Set the World on Fire.Já com seus videoclipes lançados, The Stars (Are Out Tonight) e Where Are We Now são fortes postulantes ao posto de hits do álbum. O vídeo da primeira, inclusive, conta com a participação da atriz britânica Tilda Swinton, Oscar de Atriz Coadjuvante em 2008 (Michael Clayton).Valentine’s Day e You Feel So Lonely You Could Die são duas das mais belas faixas. Com solos de guitarra, piano e arranjo de cordas, as faixas vêm carregadas de emoção. A mesma de quem não aguentava mais ficar sem ouvir algo novo de Bowie.Se uma possível turnê mundial do álbum The Next Day não é confirmada por David Bowie, os fãs brasileiros podem se preparar para uma invasão do britânico em 2014. No início deste ano, a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, divulgou que a exposição David Bowie Is virá ao Museu da Imagem e do Som, em São Paulo, em janeiro próximo.Atualmente em cartaz no Victoria and Albert Museum, em Londres, a mostra do Camaleão do Rock apresenta 300 peças relacionadas ao músico. Manuscritos de letras de música, vídeos de turnês, fotografias de artistas que trabalharam com Bowie, vídeos e objetos pessoais são alguns dos tesouros.Conhecido por suas roupas extravagantes, Bowie também liberou cerca de 60 figurinos para a exposição, inclusive a peça original de Ziggy Stardust, de 1972, um de seus personagens mais marcantes. Os trajes de Aladdin Sane e Thin White Duke são outros destaques da mostra.SériesPara quem não aguentar a espera pela exposição, shows ou o próximo álbum do britânico, duas séries inglesas são boas pedidas para os fãs. Life on Mars e Ashes to Ashes, nome de dois clássicos do cantor, narram a história de dois detetives que voltam no tempo após sofrerem atentados e precisam fazer o impossível para retornar aos dias atuais.Life on Mars, focada no personagem Sam Tyler (John Simm), é facilmente encontrada nas principais lojas virtuais. Quase sempre em promoção. Além disso, a série está em exibição no Net Now.Ashes to Ashes não foi lançada em DVD no Brasil, mas está para download em vários sites especializados em seriados. As referências com Bowie vão dos nomes das séries às trilhas sonoras, além de personagens inspirados no músico.Confira os vídeos dos dois primeiros singles de The Next DayWhere Are We Now The Stars (Are Out Tonight)

Leave A Comment

Related Posts