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Entrevista | The Funeral Portrait – “Morreria para tocar no Wanna Be Tour?”

Apontada pela Alternative Press com uma das 100 bandas que o público precisava conhecer em 2023, The Funeral Portrait passou os últimos meses marcando seu território enquanto abria apresentações do Shinedown, Underoath, Skillet, From Ashes To New, Starset e Pvris pelos Estados Unidos e Canadá.

Agora, Lee Jennings e companhia iniciaram a divulgação do primeiro álbum em oito anos. O sucessor de A Moment of Silence vem com uma sonoridade completamente distinta e uma formação renovada, com Cody Weissinger (guitarra), Caleb Freihaut (guitarra), Robert Weston (baixo) e Homer Umbanhower (bateria).

De Atlanta, nos Estados Unidos, The Funeral Portrait entrega uma experiência emo rock teatral que agradará em cheio aos fãs de My Chemical Romance e Panic! At The Disco.

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As primeiras prévias do novo álbum contam com dois singles muito bem recebidos pelo público e crítica: Suffocate City (Feat. Spencer Charnas, do Ice Nine Kills) e You’re So Ugly When You Cry (feat. Bert McCracken, do The Used).

Até outubro a agenda está lotada, com shows ao lado de 5FDP, Marilyn Manson e Slaughter To Prevail, pela América do Norte. Mas Lee Jennings está de olho no Brasil. Aliás, já tá tentando cavar um espaço no próximo I Wanna Be Tour.

“Vi recentemente um festival que tocou o Simple Plan, The Used, A Day To Remember. Eu morreria para fazer algo assim. Quem sabe no ano que vem?”, declarou em entrevista exclusiva ao Blog n’ Roll. Confira a íntegra abaixo.

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Em dez anos de história, The Funeral Portrait mudou completamente a sonoridade e seus integrantes. Por que tanta mudança? O que motivou isso?

Comecei a banda há cerca de dez anos e lancei o primeiro álbum em 2016 (A Moment of Silence). Na época, todos os outros caras meio que só queriam ir e curtir suas próprias vidas. 

Acho que nós lutamos por muitos anos para não apenas ficar na estrada, mas ganhar algum dinheiro, viver uma vida normal. Muitas pessoas se interessam em ter banda, mas não entendem quantos anos pode demorar antes que você ganhe um dólar ou algo assim. 

Antes que qualquer quantia de dinheiro chegue à sua conta bancária, a quantidade de dinheiro e tempo investido é grande. Quando a formação original percebeu isso, acho que todos entenderam que só queriam fazer algo diferente com suas vidas. 

Então, todos eles foram para a faculdade, conseguiram empregos sérios e namoradas, se casaram. Todas aquelas coisas que eu, por exemplo, não posso ter por causa do quão ocupado estou. Tudo é uma questão de dedicação na vida. 

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Em resumo, esse foi o principal motivo da saída dos integrantes da formação original. Quando adicionamos todos os novos membros, eu queria encontrar um som que fosse mais fiel a quem eu sou e a quem está na banda.

Portanto, quando começamos a trabalhar neste álbum, que foi tecnicamente no início de 2018, foi uma daquelas coisas que demorou muito para descobrir quem era a banda. Agora estou animado com o que dizemos ser o futuro desta banda.

Como você descreveria sua própria música hoje?

Gosto de dizer que é tipo emo misturado com active rock, acho que é o termo mais fácil. Seria uma mistura de My Chemical Romance, Shine Down e/ou Three Days Grace, esse tipo de música mais presente nas rádios. A música emo meio que tem essa mistura.

A banda aborda questões de saúde mental e LGBTQIAP+ em suas canções. De qual forma você acredita que suas faixas podem ajudar nessas discussões?

Cresci sendo ridicularizado durante toda a minha vida. Você não consegue me ver agora, mas sou extremamente alto. Tenho cerca de 1,84cm, sou muito alto. Sempre fui ridicularizado por ser diferente ou estranho.

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Especialmente na área onde cresci, não havia muitas crianças como eu. A única coisa que procurei foi a música. Foram bandas como My Chemical Romance e The Used que me ajudaram, com esse lado mais emo da música, mais teatral. 

Foi quando entendi que era a minha vez de escrever as músicas, a história. É quase como passar a tocha, eu diria. Só quero escrever músicas que tenham um significado. 

Para mim, escrever músicas sobre saúde mental e ser quem você é de verdade é a coisa mais importante. Claro, contanto que você não machuque ninguém e não machuque a si mesmo, apenas seja você.

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Como foi o processo de gravação do álbum? 

Nós começamos a gravá-lo no meio do lockdown. Estava aqui no meu estúdio, onde estou hoje. Usando o Zoom, como você e eu estamos usando agora, para falar com nossos produtores e engenheiros. 

Gostaria de gravar os vocais aqui, mas o nosso produtor nem morava tão longe, era cerca de uma hora de mim, mas ainda assim era como se não pudéssemos ficar juntos, mas precisávamos começar o disco.

Começamos a fazer isso por cerca de seis meses, cada um em um lugar diferente gravando suas partes. Posteriormente, nos reunimos e refizemos tudo junto. Essa também é a razão pela qual demorou tanto para ser concluído. 

E o novo álbum tem alguns feats. Você já havia trabalhado com o Bert, do The Used?

Sim, isso foi meio louco. Eu cresci ouvindo The Used e nossa olheira Lexi me disse: ‘mande uma lista de pessoas com quem você adoraria trabalhar’. E Bert estava no topo da minha lista. 

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Entramos em contato com a equipe dele e nosso advogado também é advogado dele. E foi como uma dessas coisas que marcam um momento perfeito.

Ele recebeu a música quando estava no estúdio trabalhando em sua nova canção. Em uma das pausas, ele ouviu a nossa música e disse: ‘eu amo isso. Me deixe fazê-la’. E, literalmente, em 24 horas, eu o tinha na minha caixa de entrada. Ele voltou a falar da música: ‘eu sei que enviei a música há uma semana, mas só quero dizer que amei a música e fiquei muito entusiasmado de participar disso’. 

É legal trabalhar com um dos meus ídolos em uma música que significa muito para mim. 

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Qual é a melhor faixa do álbum? 

Wow, você vai fazer isso comigo? Realmente tem uma música chamada Dopamine. Ela é muito, muito importante. É sobre a minha luta com a saúde mental. Tem alienígena, é quase a mesma coisa, mas um pouco diferente. Isso é mais sobre encontrar a si mesmo.

Ok, acho que talvez Suffocate City. Porque foi ela que começou tudo, apesar de ser a mais recente que lançamos. Acho que quando terminamos a primeira demo, pensei: ‘é isso. Vai ser assim.

The Funeral Portrait tem uma base de fãs sólida. E vocês fazem o possível para estar próximos deles. Como funciona essa conexão com os fãs?

Hoje em dia, na era da internet, é ótimo porque posso simplesmente entrar no Instagram, Tik Tok ou Twitter e me comunicar com o público. 

Sou muito bom em postar sobre minhas emoções e meus sentimentos ou o que estou fazendo ao longo do dia, coisas assim. Eu tenho essa conexão sólida com muitos dos nossos fãs. Eles sentem que podem alcançar e podem ter essa conexão sem que seja um pouco pessoal demais. 

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Só porque seguro um microfone ou posso dar entrevistas, algumas pessoas pensam que não sou humano. Mas ser capaz de falar tanto sobre minhas lutas realmente os ajudou a descobrir que há muito mais pessoas por aí que são como elas.

Você já recebeu as mensagens ‘come to Brazil’ nas suas redes? Há planos de vir para cá?

Adoraria, o Brasil é o terceiro país mais importante para nós, segundo dados do Spotify. Então, estamos trabalhando nisso. Podemos tocar em um daqueles festivais que vocês têm. Vi recentemente um que tocou o Simple Plan, The Used, A Day To Remember. Eu morreria para fazer algo assim. Quem sabe no ano que vem?

O que mais você sabe sobre o Brasil? 

Não muito, honestamente, gostaria de saber mais. Minha namorada morava no Brasil. Não me lembro onde, mas ela passou quatro anos lá.

Você conhece alguma palavra em português? 

Não. Minha namorada entende, mas também não fala. A mãe dela fala em português, ela entende, mas responde apenas em inglês. Eu tento acompanhar o diálogo, mas é muito difícil.

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Existe uma palavra que eu deveria saber? Me dê uma palavra, por favor.

Obrigado. 

O que é obrigado? 

Obrigado é um agradecimento.

Ok, vou continuar trabalhando nisso. Já tenho dificuldade em falar inglês a maior parte do dia (risos).

Para finalizar nossa entrevista, quero saber quais são os três álbuns que mais influenciaram sua carreira e por quê? 

Three Cheers For Sweet Revenge, do My Chemical Romance, foi o primeiro disco que realmente falou comigo. Foi quando comecei a me interessar pela música, por volta de 2004. Estou velho. Para mim, eles mostraram que tinha algo mágico nisso.

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Sing The Sorrow, do AFI, que saiu no ano anterior, também mexeu comigo. Os dois são mais ou menos da mesma época. 

E tem um disco chamado Cassadaga, do Bright Eyes. É uma obra-prima musical emocionante, na qual você não pode apenas ouvir uma música. Adoro discos que você não pode ouvir apenas uma música, você precisa começar do início. Cassadaga tem que ouvir do início até o fim 

Você pode deixar um recado para os fãs brasileiros? 

Prometo que sempre que formos ao Brasil, eu aprenderei um pouco de português. E, com certeza, terei uma ótima mensagem, pelo menos uma frase que poderei dizer. 

Honestamente, eu amo o quão apaixonados os fãs brasileiros são, não apenas pela nossa banda, mas pela música.

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Os fãs brasileiros são tão animados e dedicados. Gostaria que o resto do mundo tivesse fãs como o Brasil tem. Acho que a primeira apresentação do The Funeral Portrait no Brasil será uma loucura.

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