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Entrevista | Carol Biazin: “Logo que o The Voice acabou, tive a pior fase da minha vida”

Crédito: Beatriz Person

Além de completar 25 anos nesta sexta-feira (22), a cantora e compositora Carol Biazin chega à reta final da turnê Beijo de Judas, com participação em três estados diferentes. Na bagagem, ela leva o recém-lançado DVD Beijo de Judas (Ao Vivo), gravado no Cine Joia, em São Paulo.

Apesar de viver um momento especial tanto particular quanto profissional, Carol revelou que ficou deprimida após o término do programa The Voice.

Finalista em 2017, pelo time da Ivete Sangalo, Carol contou que após o programa, teve que voltar para casa por conta de problemas psicológicos.

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A artista se apresentará em Belo Horizonte nesta sexta-feira (22), em Porto Alegre (23) e em Curitiba (24), antes de encerrar sua tour no Rio de Janeiro no último dia do mês.

Em entrevista ao Santa Portal, Carol comentou a dificuldade psicológica que passou, contou sobre fatos em relação ao DVD e disse um pouco sobre a turnê, lançamentos e sonhos. Confira abaixo a íntegra do papo com Carol Biazin.

Como surgiu a ideia de produzir um DVD com uma equipe formada apenas por mulheres? Qual mensagem você quis passar?

Eu já tinha essa vontade de tocar só com mulheres desde os oito anos de idade, que foi quando comecei a tocar o meu primeiro instrumento, o violão. Eu lembro que assistia aos shows da Beyoncé, e a banda dela era formada apenas por mulheres. 

Atualmente consegui pôr isso em prática. Durante a pandemia consegui chamar as meninas para tocarem comigo uma música, só que acho que foi tomando uma proporção maior e decidimos colocar outras para trabalharem em diversas áreas.

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Queria de alguma forma expor que existem mulheres trabalhando nessa área. A ideia é exatamente fazer uma grande exposição. Há muitas garotas capacitadas na área. O problema é que falta convite, falta espaço para elas aparecerem e brilharem. E nós conseguimos fazer isso.

Como foi gravar o DVD em um local bastante acolhedor, como o Cine Joia?

Foi um local escolhido a dedo. Precisávamos de um lugar que tivesse uma estrutura de som que pudéssemos ter um DVD de qualidade. Nunca tinha feito show no Cine Joia, mas fui assistir vários. Em 2019, fui em um show de uma artista americana lá, e achei lindo. Foi aí que pensei ‘um dia vou cantar aqui’. Quando finalmente conseguimos fazer o álbum, escolhemos fazer no Cine Joia.

O que a parceria com Vitão, Luísa Sonza e Luccas Claros representam para o disco?

Elas são praticamente a minha família atualmente. São pessoas que admiro muito, que sou muito fã. O Vitão, conheço há muito tempo, quase quatro anos. Somos muito amigos e escrevemos muitas composições juntos. Então era um contato que eu tinha dentro do meu coração.

Virei muito amiga da Luísa em 2019, e participei de composições junto com ela. A mesma coisa com o Luccas, ele foi o primeiro cara a topar fazer feat comigo. Fui montando a minha família. Era a galera que queria ter por perto em um dia tão especial para mim.

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Há algum feat que não fez e que gostaria de fazer?

Tenho muita vontade de fazer um feat com a Ludmilla. Sou muito fã dela. Tem também a Priscila Alcântara, que é uma pessoa que admiro muito. A Bivolt é outra que adoro. Iza, Pabllo Vittar… quero muito poder colaborar com elas.

Pretende fazer singles novos?

Esse DVD está sendo um marco da era Beijo de Judas e queria muito fechar com chave de ouro. É um encerramento desse ciclo para poder começar a trazer a ‘nova Carol’. Até porque tenho o interesse de expandir.

Ainda não tenho datas, mas já tenho muitas músicas. Não estou prometendo álbum para ninguém, mas há várias músicas lindas que vão sair. Haverá singles este ano.

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Você disse que pretende soltar novas músicas. Tem alguma que poderia adiantar para nós?

De jeito nenhum! Como ainda não tenho nada definido, prefiro não falar para não criar expectativa nas pessoas. Em breve estaremos falando de lançamentos.

Tem algum interesse em fazer show em Santos?

A ideia é tocar em todos os lugares possíveis do Brasil. Mas, tocar em Santos está nos meus planos, com certeza. Vou fazer acontecer.

A Anitta é o maior nome do pop brasileiro, o que ela representa para a sua carreira?

Ela é uma inspiração para todas as pessoas que trabalham com arte em geral. Ela tem uma história de persistência e consistência. Ver uma brasileira chegando onde todo cantor brasileiro deseja chegar, é inspirador.

De certa forma, ela mostra que o Brasil tem muito conteúdo e que estamos fazendo músicas e clipes de qualidade. Não estamos perdendo mais para gringos

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Um tempo atrás não tínhamos a perspectiva de um artista ficando muito famoso… indo no Jimmy Fallon para dar entrevista. Tenho muita vontade de ir lá. Chorei vendo a entrevista dela porque a história dela me representa muito. Isso é muito significante para nós, artistas.

Quais são seus maiores sonhos no âmbito profissional?

Fazer show em estádio e em vários festivais. Sou uma pessoa que não fiz muitos shows ainda, estou começando agora com a turnê. Acredito que lotar as casas de shows seria o próximo passo. Além de ir ao Jimmy Fallon, como a Anitta foi.

Fazer shows em outros países não está na sua lista?

Quero muito fazer show na Europa. Acho que Portugal está bem perto do que a gente imagina.

A música sempre foi seu maior sonho? Ou tinha outras ideias?

Sempre foi música. Eu não sabia fazer outra coisa… não sei até hoje.

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Sempre preferiu o pop?

Gosto de muitos estilos de música. Tocava muito folk quando tinha 14/15 anos. Sempre fui fissurada pela Taylor Swift, acompanhei ela desde a época country até a virada de chave dela no pop. Inclusive, no The Voice fiz umas apresentações estilo country. Meio que me inspirei um pouco nela.

Gostava muito de ouvir rock também, escutava Paramore. Mas acho que o pop sempre me ‘pegou’ mais. O pop dos anos 2000 é o que eu uso de referência até hoje no meu trabalho.

Como foi a experiência de ser finalista do The Voice?

Foi uma das minhas primeiras aparições. Foi um lugar onde aprendi muito e cresci, também. Sofri uma pressão que ninguém nunca vai viver fora do programa. Tive que cantar para pessoas que admiro e conquistar a aprovação delas e da plateia. Fiquei muito nervosa, mas consegui chegar à final.

A realidade é que foi uma grande vitrine para mim. A maioria do público fiel que tenho hoje, veio do The Voice. Foi muito gratificante, pois acabei tirando bons frutos.

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Carol, o que mudou na sua vida depois disso?

Tudo. Eu não trabalhava com música. Depois do programa passei a ser independente financeiramente. Até larguei a faculdade de música que fazia em Curitiba. Aí vim para São Paulo de vez, e minha vida virou do avesso. Desde então, vivo da música.

Quais foram as maiores dificuldades que teve em São Paulo?

Me mudar para São Paulo foi uma decisão bem difícil de se tomar. Achava que não estava ganhando tão bem para morar em São Paulo. Morei na casa da minha namorada e mais dois amigos, dividimos o aluguel em quatro pessoas. Na época, postava vários vídeos e escrevia demais porque não tinha muitas pessoas trabalhando junto comigo, não tinha verba para pagá-las. Mas depois de um tempo, com muita sorte e persistência, consegui montar um time para me ajudar.

Carol, qual foi o maior perrengue que já passou?

Não consigo afirmar que tive depressão, acho que dizer que fiquei deprimida seria melhor. Esse foi meu maior perrengue.

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Logo que o The Voice acabou, tive a pior fase da minha vida. Ficava trancada no quarto, sem perspectiva, olhando para o futuro. Me sabotava muito, ficava no escuro. Não falava que estava passando por aquilo para ninguém porque, na minha cabeça, estava sofrendo à toa. E foi ficando cada vez pior.

Saberia dizer por qual razão ficou deprimida?

Depois de um tempo de exposição gigantesca, como no The Voice, você não aparece mais na TV. E aí você precisa se virar porque você não ganha tudo que precisa ganhar para ter uma carreira.

Me deparei com a situação de precisar gravar um clipe e não ter dinheiro para tal. Me sentia de mãos-atadas. Fiquei sem esperança, pois ninguém entrava em contato comigo, ninguém me chamava para assinar contrato.

Colocam um pensamento na sua cabeça de que depois que você sair daqui [programa], você terá várias propostas, e eu não tive nenhuma. Isso me colocou no lugar de comparação com outras pessoas. Se você não tomar cuidado com a indústria da música, você acaba entrando nesse buraco que é você se colocar para baixo.

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Até que em um momento falei com a minha mãe. E ela solicitou que eu voltasse para casa. Fiquei na casa dos meus pais por três semanas. Aceitei que nada seria fácil. Hoje me sinto muito melhor.

Poderia mandar uma mensagem aos seus fãs sobre os shows que ainda fará pela turnê?

Quero dizer que tudo foi preparado com muito carinho. Fizemos arranjos novos. Quem assistiu ao DVD ao vivo que está no meu canal do YouTube, o Beijo de Judas, terá um gostinho de como serão os shows.

A ideia é vocês irem para nos divertirmos, pular muito e sofrer, porque tem muitas músicas tristes – vocês sabem que amo fazer vocês sofrerem.

Vamos passar por Belo Horizonte, Porto Alegre e Curitiba. Serão três dias seguidos de shows. Vamos cansar bastante, mas será lindo. Vejo vocês lá!

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