Impera, o quinto disco da banda de rock sueca Ghost, lançado em 11 de março, é o melhor exemplo do que o gênero precisa atualmente para quebrar barreiras nas paradas de sucesso. Muitos dirão que a chave do sucesso do álbum, atualmente o disco físico mais vendido nos EUA, é a sua divertida fórmula saudosista onde misturam hard rock, glam e metal com refrões tão pops quanto os do Bon Jovi no Slippery When Wet.
Mas, na verdade, o grande trunfo do Ghost, e em especial do seu mentor Tobias Forge (atualmente atendendo pela alcunha de Papa Emeritus IV), foi aprender a rir de si mesmo, de uma forma tão debochada, que chega a ser impossível não se deixar levar pela banda, que geralmente toca mascarada e maquiada de forma a deixar seus integrantes irreconhecíveis.
Se engana quem acha que essa guinada da banda começou agora. A banda já dava indícios de tudo que entregaria (formidavelmente bem) nesse disco, desde o seu antecessor, Prequelle, de 2018, e no EP Seven Inches of Satanic Panic, de 2019.
Em Impera, a banda atinge seu ápice criativo e traz um disco que mais parece uma coleção hits deliciosamente macabros e dançantes, com excelentes trabalhos de guitarras, sintetizadores e melodias extremamente grudantes.
Os destaques ficam para a punk Kaisarion, Spillways (com uma levada de teclado e backing vocals que remetem a Runaway, do Bon Jovi), Hunter’s Moon, a belíssima Darkness at the Heart of my Love e o baião(!) metal de Twenties.