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Entrevista | Johnny Hansen (Harry) – “O nosso público pode ser restrito, mas é exigente”

“O culto para minha banda não chega a ter um quilômetro de distância, mas entre os que a cultuam, há um quilômetro de profundidade”. É dessa maneira poética que Johnny Hansen define a lendária banda santista Harry, que celebra 30 anos de estrada em 2015.

Pioneira na mistura de rock com música eletrônica no Brasil, a banda influenciou novas gerações de músicos e lançou álbuns que viraram preciosidades no meio underground, como o seminal Fairy Tales, de 1988 – que tem um pé no heavy metal, outro no pós-punk e um braço na eletrônica.

Vocalista, guitarrista, compositor e um dos fundadores da banda, Hansen vive entre Santos e São Thomé das Letras, Minas Gerais, mas conseguiu reunir os integrantes originais Cesar Di Giacomo (bateria) e Richard K. Johnsson (teclados), mais Lee Luthier (baixo) e Marcelo Marreco (guitarra) para gravar o álbum comemorativo Electric Fairy Tales, que será lançado com show nesta sexta-feira, às 21 horas, na Comedoria do Sesc Santos, na Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida, tel. 3278-9800. A entrada vai de R$ 5,00 a R$ 17,00.

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A Harry surgiu em 1985 e lançou seu primeiro EP em 1987. No ano seguinte, saiu o LP Fairy Tales, elogiado por toda a crítica especializada e, em 1991, o álbum Vessel’s Town. O primeiro lançamento em CD foi a coletânea Chemical Archives, em 1995, com quatro novas faixas, além de outras espalhadas em coletâneas no Brasil, na Inglaterra e na Alemanha. Em 2005, toda a discografia, mais 27 faixas inéditas foram lançadas no luxuoso box Taxidermy, com um livreto com a biografia da banda, e de uma análise de cada música.

“Se você sair à rua e perguntar às dez primeiras pessoas que encontrar o que acham da minha banda, as dez não vão conhecer”, reconhece Johnny Hansen, que lamenta a falta de espaço para mostrar músicas próprias.

“Só tem espaço para banda cover. As pessoas não conseguem mais ouvir algo que nunca tenham escutado e resolver sozinhas se gostam ou não. Precisa ter uma mídia intermediando esse gosto”, dispara.

Mas mesmo com a dificuldade de manter um projeto independente, Hansen faz o que gosta, do jeito que gosta, para continuar investindo na banda. Ele mesmo distribui o álbum, que pode ser encontrado nas lojas Blaster (Gonzaga) e Disqueria (Boqueirão), na Cidade, e na Galeria do Rock e na Nova Barão, em São Paulo, pelo preço médio de R$ 25,00.

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“As pessoas podem até achar caro por ser um CD independente, mas o nosso álbum é um digipak (envelope com formato de livro) triplo e vem com encarte. O nosso público pode ser restrito, mas é exigente”, ressalta Hansen, que está feliz com o retorno dos fãs: “Tem gente comentando que foi o melhor trabalho que fizemos”.

O músico também tem atendido a pedidos de outras regiões do Brasil. “Mandei CDs para Goiânia, Sergipe, Pernambuco e também para o Sul”.

Com o dinheiro das vendas das mil cópias do álbum, o vocalista vai pagar as horas de estúdio (o Play Rec, no Canal 4) para a gravação de um novo CD com inéditas.

“Estamos com o espaço agendado para abril”, diz ele, que afirma ter material inédito suficiente para gravar mais dez álbuns.

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Clássico x novo
Electric Fairy Tales tem produção de Hansen e de Nando Basseto (guitarrista da banda Garage Fuzz). Foi feito sem pressa: as gravações se deram entre setembro e dezembro de 2012 e mixado durante todo o ano seguinte. Em 2014, o vocalista ficou correndo atrás de fábrica para prensar o disco.

O álbum traz sete releituras do disco original e nove faixas inéditas, todas em inglês, compostas entre 1979 e 2011.

“O Fairy Tales é um álbum clássico e parece que o material clássico chama mais atenção que o novo. Achei que daria mais ibope fazer releituras e acrescentar o material inédito”.

Hansen assume que a Harry nunca parou totalmente. “Cesar, Lee e Marreco vêm tocando juntos desde 2001. Eu voltei a me reunir com eles e o Roberto Verta (tecladista original) para o lançamento do box Taxidermy, com shows em São Paulo. Paramos no final de 2006 e formei o H.A.R.R.Y and Addict (projeto eletrônico com Ricardo Santos)”, conta Johnny Hansen, que, quando vinha a Santos, ensaiava com os remanescentes da banda.

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“A coisa começou a ganhar forma, mas não era a Harry como as pessoas conheciam. Era um som mais elétrico, mais power pop, que é o que está no CD”, descreve.

Principal letrista da banda, Hansen compõe com Johnson. Suas músicas falam de coisas pessoais. “Somos observadores. Pode ser sobre algo ao nosso redor ou o que lemos”. Saiba mais aqui.

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1 Comment

1 Comment

  1. Johnny Hansen

    14 de março de 2015 at 08:38

    Valeu, Lucas e Carlota. Mas o link para o “saiba mais” está dando 404 error…

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