O contraste na tarde deste domingo (7), último dia do Lollapalooza Brasil, não poderia ter sido maior. Num palco, a banda britânica The Struts dando início à viagem rumo aos anos 70 que seria completada com o Greta Van Fleet. No outro, o neo-pós-punk do Interpol, indo um pouco além, até o início da década de 80.
A diferença clara é que o hard rock das duas bandas do palco Budweiser, por mais críticas que possam ser feitas a elas, passaram muito mais calor ao público do que o Interpol. Que fez uma apresentação tão glacial quanto o seu som pode ser nos momentos menos inspirados.
Foto: Thiago Almeida (Equipe MRossi / Divulgação)
A banda de Nova Iorque tem o tipo de show que funciona em palcos pequenos – eles não têm nada realmente interessante para mostrar em termos visuais. Num festival, o que seria estilo sóbrio vira monotonia. E a linearidade das músicas não ajuda a equilibrar as coisas.
Num outro contexto, as canções sombrias do Interpol fariam muito mais sentido. O som que inspira o Interpol surgiu nos limites de casas noturnas fuleiras, onde cabiam poucas pessoas, e a proximidade entre público e artista era quase que total. É exatamente o oposto do que acontece nos festivais de rock como o Lolla. Mesmo canções mais energéticas, como All the Rage Back Home e PDA, para ficar nas mais conhecidas, ficam longe de animar exceto os fãs mais fiéis. O Interpol era banda errada. No dia que não era o deles.