O que você está procurando?

Especiais

St. Vincent envolve os fãs de SP em show intimista

FOTOS: FERNANDO YOKOTA

Os fãs a chamam carinhosamente de Annie, seu nome verdadeiro. É acanhada, retribui todos os aplausos com sorrisos e fala pouco. Aos que estão conhecendo agora, podem chamá-la de St. Vincent. Uma artista pop revelação, vencedora de prêmios e fashionista de primeira. A cada canção de sua apresentação nesta quinta-feira (4) no Cine Joia, essas duas personas se misturavam e destacavam. Em pouco mais de uma hora, a artista nos apresentou muitas outras faces e talentos como mágica revelada ao vivo.

Com luzes oscilando junto às batidas de Sugarboy, St. Vincent sobe ao palco sozinha, destemida. Ela e sua guitarra têm tudo ensaiado nos mínimos detalhes, sem muitas pausas para conversa. Com ambiente mais sombrio, entre luzes esverdeadas, embala os hits Los Angeles e Pills. Demonstrando todo seu potencial na guitarra, ela transforma cada solo em uma breve explosão de energia e conquista as palmas e gritos dos fãs.

Continua depois da publicidade

Todo seu show é monocromático, dividindo as cores por temas. Enquanto a abertura é mais sóbria, os momentos mais quentes entram com cores como vermelho e amarelo, partindo de canções como Savior, Masseduction, Marrow e Cruel. Quando começa a dedilhar seus solos, ela se afasta do público e entra num estado quase catártico, que nos permite sentir sua música como se fosse nossa. Annie cria a impressão de que o palco está em chamas, com movimentos suaves e olhares sedutores.

Mesmo com seus versos ousados, ela exala timidez no contato com os fãs. Manda beijos e sorrisos, mas aparenta estar um pouco distante. Os versos de Cheerleader são cantados junto ao público, que segue embalado pelos riffs dançantes de sua guitarra. Com Digital Witness e Rattlesnake, figura seus arquétipos robóticos e envolve todos os presentes em seu universo. A sensação é de estarmos em uma festa em algum momento posterior às eras douradas de grupos como Snap! e Haddaway, criando passinhos junto aos amigos  na pista de dança. Na sequência, Birth In Reverse e Fast Slow Disco completam a parte mais agitada do show.

Sua música não é apenas entretenimento. St. Vincent trouxe em sua apresentação o visual e efeitos que completam seu projeto, tornando o show mais assertivo em sua proposta. Ela brinca com estereótipos, desconstrói a própria voz e traz acordes arrojados, diferentes das guitarras que ouvimos em outras músicas mais comerciais. Annie conquista os amantes de sons mais apurados e trabalha essa mesma elegância no palco.

St. Vincent reduz o ritmo com New York e deixa o palco brevemente. Para o bis, retorna com Severed Crossed Fingers e Prince Johnny, ambas apenas em voz e guitarra. Neste final, ela parece finalmente se aproximar do público, quase como se trocassem confidências. Depois de tantos olhares emotivos, ela se senta na ponta do palco com as luzes acesas para os fãs e canta Happy Birthday, Johnny, encerrando sua apresentação.

Tímida e sensível, St. Vincent não faz um show espontâneo e explosivo, mas acerta numa proposta delicadamente planejada para criar diferentes momentos. Annie conduz o público como quem conta um romance, partindo da novidade para sedução, paixão e por fim, amor e dor. Os grooves de suas canções são impossíveis de passarem despercebidos, conquistando até os mais discretos a caírem na dança. Além de ter uma voz forte, St. Vincent brilha com sua guitarra, destacando-se como um forte ícone pop que é realmente diferente de tudo que costumamos ouvir pelas rádios.

Continua depois da publicidade

COLUNAS

Advertisement

Posts relacionados

Agenda

Um dos headliners do Rock in Rio, o rapper Travis Scott fará um show solo no Allianz Parque, em São Paulo, no dia 11...

Agenda

O quarteto paulistano de rock/pop lisérgico Pluma é a quarta atração anunciada pelo Festival 5 Bandas, promovido pelo Minuto Indie e que acontece no...

Publicidade

Copyright © 2024 - Todos os direitos reservados

Desenvolvimento: Fika Projetos