Lançado em 2003, a comédia romântica Lisbela e o Prisioneiro é uma adaptação do livro e peça teatral de mesmo nome escrita por Osman Lins. O longa dirigido por Guel Arraes apresenta ao público a história de dois personagens que são comuns de se ver nos cinemas e, ainda assim, muito curiosos.
Lisbela (Débora Falabella) é uma garota sonhadora que mora em uma cidade do interior do Nordeste e sonha em viver uma vida igual aos filmes de Hollywood. Do outro lado temos Leléu (Selton Mello), um típico trambiqueiro e nômade que vive pelo o mundo aplicando golpes. E como pode se esperar, em determinado momento da história, ambos se apaixonam.
Claro que não estou aqui para julgar o filme, que é uma excelente obra do cinema popular brasileiro. Com grandes atores como Marco Nanini e Heloísa Périssé, e uma história fácil de se encantar como pode ser vista no trailer.
Escolhi falar sobre Lisbela e o Prisioneiro por conta da sua trilha sonora, que traz uma grande diversidade de artistas, alguns encontros históricos e temas que ficaram na cabeça de muitas pessoas. O músico André Moraes e o diretor teatral João Falcão são os responsáveis por unir artistas da MPB, uma banda de metal, uma banda indie e um conjunto de forró no mesmo disco.
Lembrar desse filme é rapidamente associar a Você Não Me Ensinou a Te Esquecer na voz de Caetano Veloso. A música escrita pelo músico mineiro Fernando Moraes serve de tema para o casal principal Lisbela e Leléu. E não por acaso, ela já conquistou prêmios e chegou a ser indicada ao Grammy Latino de 2004.
Outra coisa bacana da trilha de Lisbela e o Prisioneiro é que ela rendeu um DVD ao vivo lançado também em 2003. E isso promoveu encontros bem interessantes como o dueto de Caetano Veloso com Jorge Mautner em Oh Carol. Muito interessante ver dois grandes nomes da música cantando uma música em inglês e se divertindo com isso.
Com bastante paciência para garimpar no YouTube é possível achar outros vídeos desse registro, como encontro surpreendente do músico Zé Ramalho com o Sepultura. Tema do personagem Leléu, Dança das Borboletas, traz o peso da principal banda de metal nacional com uma das vozes mais graves do Brasil. E essa parceria se repetiu em outras oportunidade com show especial até no Rock In Rio.
Essa mistura de estilos permitiu que o músico e ator baiano Zéu Britto também colaborasse com a trilha. A Dama De Ouro é tema dos personagens Cabo Citonho (Tadeu Mello) e Francisquinha (Lívia Falcão), responsáveis por alguns momentos cômicos da história. A canção cumpre a mesma função no álbum.
Vivendo um grande momento na carreira naquela época, os Los Hermanos tiveram tempo de compor uma das faixas da trilha sonora do filme. E foi logo tema para a “mocinha” da história. Lisbela tem a graciosidade da personagem, esboça os desejos dela e de outros personagens que fazem parte de Lisbela e o Prisioneiro. Infelizmente, o quarteto não pode participar do DVD, mas deixou no YouTube uma versão com um áudio perfeito.
Ao lado de O Auto da Compadecida, Lisbela e o Prisioneiro é uma das grandes obras do diretor Guel Arraes. E as composições de André Moraes e João Falcão deixaram a trilha sonora espetacular e com participações de alto nível. Elza Soares, Lirinha (Cordel do Fogo Encantado), Geraldo Maia, Yamandú Costa, Os Condenados (Clarice Falcão) e Trio Forrozão são outros artistas que colaboraram com o álbum.
1 Comment
Deixe um comentário
Deixe um comentário
Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.
André Moraes
7 de agosto de 2018 at 09:11
Fico muito honrado de ler um texto tão legal como esse. Esse tipo de coisa é que nos faz seguir em frente nas nossas convicções.