Os Jogos Olímpicos de Tóquio já chegaram ao fim e o Brasil ficou em 12º, com sete ouros e 21 pódios no total. E como será o futuro? O breaking se torna a bola da vez! Em 2024, Paris vai receber um dos elementos do hip hop nas Olimpíadas. O diálogo com a juventude deve aumentar, culminando com pódios cada vez mais dominados pela nova geração.
No Brasil, enquanto o skate brasileiro tem uma fadinha de 13 anos, o breaking tem um anjo de 11: a B-Girl Angel. Ela é paulista e tem sido destaque nos eventos nacionais e internacionais e na grande imprensa. Isso junto com o irmão que também é um destaque, o B-Boy Eagle, de 14 anos. Os dois fazem parte da Dream Kids Brazil e são promessas nos Jogos da Juventude que serão em 2026 e nas Olimpíadas de 2024 em Paris e 2028, em Los Angeles.
B-Girl Angel
Chaya Gabor, 11, conhecida como B-Girl Angel do Brasil, é dona de uma personalidade bem forte. O breaking para ela não é um hobby, mas sim sua vida. Começou a dançar muito cedo, com 3 anos. Guerreira desde sempre, pois nasceu prematura extrema de 850 gramas, foi a primeira criança na história do Prêmio Sabotage a ser finalista, evento realizado pela Câmara Municipal de São Paulo.
Ainda participou de eventos como: Rival Vs Rival (SP), Breaking Combate (SP), BreakSP Battle, Streetopia, chegou a semi-final no Quando as Ruas Chamam (DF), 2º lugar no Tattoo Experience (SP), 1° lugar na Batalha Final, evento mais tradicional e conhecido do Breaking brasileiro.
Também foi a primeira criança a chegar e ganhar o 1º lugar na final do evento na categoria Kids, que foi no Shopping Tatuapé, onde ficou em terceiro entre as B-Girls adultas. Angel ainda foi 1° lugar na Quebrada Viva Battle, em dupla, 1º lugar no All Dance Brasil.
Em 2020, mesmo durante a pandemia, participou do evento mundial E-FISE Montpellier na França, se destacando no cenário mundial, colocando o Brasil em 2º lugar. Sendo ranqueada pelo evento internacional entre as seis melhores B-Girls Kids.
“Quero trazer o ouro para o meu país! Meu sonho é representar as mulheres da Cultura Hip-Hop nas Olimpíadas, também representar as B-Girls de todo o mundo e lembrar a todos que o lugar de mulher é onde ela quiser!”, diz Angel.
Ela se prepara para os Jogos da Juventude em 2026 e para as Olimpíadas de 2028, em Los Angeles, quando já terá idade correta para participar.
B-Boy Eagle
Já B-Boy Eagle, começou a dançar com 5 anos. Seu primeiro contato com a dança foi por meio do Sapateado, sua referência inicial na dança foi Michael Jackson e Fred Astaire. Depois, conheceu o Breaking e desde então jamais se separou dele.
Esteve presente em diversos eventos nacionais como a Batalha Final. No Arena Breaking Kids, ganhou o 1º lugar, bem como no Festival Santo Ângelo de Dança em 2020 e no Quebrada Viva Battle kids. Foi 2º lugar na International Kids Battle do Expo Hip-Hop e 1º lugar no Dancers4Life.
Fora do Brasil, foi destaque no Festival Norte em Dança, em Portugal, onde tirou o 1º lugar ganhando vaga no Waves Competition in Belgium and the Netherlands. Além do Festival Mundial B de Dança, em Braga, Portugal, onde conquistou o 2º lugar. Competiu também na Porto World Battle, ficando no Kids entre os 16 melhores do mundo.
Neste ano, já venceu o 1º lugar no All Dance International, que aconteceu nos EUA. E também foi destaque no evento Danzart, da Espanha, o que lhe rendeu uma vaga na final mundial que acontece ainda esse ano, em dezembro. B-Boy Eagle está entre as 5 crianças brasileiras que mais representa o país nos campeonatos internacionais.
“O Breaking tem que virar esporte. Vai ser mais conhecido, os dançarinos vão virar atletas”, diz o B-Boy Eagle.
Ainda fazem parte da Dream Kids Brasil as crianças B-Boy Sonek que foi 1° lugar no Eurobattle Kids, B-Boy Marcin que Foi Tri-Campeão Brazil Batlle Pro e também premiado no Dance Summer Camp, em Portugal.
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Breaking – dança ou esporte?
Do outro lado, José Ricardo Freitas Gonçalves, 53, mais conhecido como “Rooneyoyo O Guardião”, é veterano no circuito. Ele é Presidente da Confederação Brasileira de Breaking, criada dois anos após o Comitê Olímpico Internacional (COI ) reconhecer, no fim de 2016, essa dança como esporte. Tóquio não quis incluí-la na programação, Paris já viu vantagem.
O status olímpico emplacou manchetes, mas explica que até dentro do segmento foi motivo de divergências. Quando descobriram por meio da mídia, cinco anos atrás, “a possibilidade de virar modalidade”, alguns B-Boys e B-Girls encanaram.
“Deu um remelexo. Uns contra, outros a favor. Foi bem turbulenta essa época. Ainda tá meio confuso na cabeça deles o que é cultura e o que é esporte, é uma linha bem tênue”, conta Rooneyoyo.
Para Eder Devesa, formado em Educação Física e Marketing Esportivo, coach e preparador físico da nova geração, inclusive do B-Boy Eagle e da B-Girl Angel do Brasil, o Breaking é uma dança e nunca vai deixar de ser, com características também de esporte. “O Breaking é um esporte cultural”
O COI entendeu também dessa forma e tomou a decisão de criar uma estratégia de se comunicar com jovens urbanos.
A próxima Olimpíada está programada para acontecer entre os dias 26 de julho até 11 de agosto, em 2024, em Paris. O evento vai ser realizado ao longo do Rio Sena, local que receberá a Vila Olímpica.