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Pega a Visão - Isabela dos Santos

Compondo o RAP Underground na Baixada Santista – Moç: Os meninos da luz verde

ISABELA DOS SANTOS

Divulgar o trabalho baseado em um conceito é uma opção muito adotada pelos artistas. Assim o público não esquece dele tão facilmente. Isso na indústria da música está sendo muito utilizado nos últimos anos. Esse álbum será sobre isso, o clipe fala sobre aquilo, mas tem uma mensagem por trás que pode ligar à outra música e aí você está tentando ligar os pontos, escutando as musicas mais de uma, duas e tantas outras vezes. É uma boa tática. Porém, se destacar no meio de tantos outros leva tempo e esse tal conceito pode não funcionar devido a grande leva de artistas que está se dedicando a isso.

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No hip hop igualmente. E um fato curioso é que na Baixada Santista, mais especificamente em Santos, uma dupla de RAP underground com apenas dois anos de existência conseguiu deixar sua identidade marcada e para além de um conceito. Firmaram um estilo de vida priorizando a liberdade: Moç, que também intitula o nome da dupla.

Viver da música, este é o desejo de Izzi e Leal. Na cena regional eles têm um certo reconhecimento devido a essa filosofia. São conhecidos como “os meninos do Moç”, estabelecendo a cor verde como representante do pensamento. Mas segundo eles, as pessoas não aderiram tanto a música que produzem no mesmo grau que a identidade. Para tentar consolidar seu trabalho artístico lançarão nas plataformas digitais nesta sexta-feira (15), o primeiro EP intitulado Moç.

O registro terá quatro faixas que podem ser chamadas por eles de facetas, tal como Leal dividiu o Moç: Caos, harmonia, loucura e reflexão. “A primeira faixa se chama Scota e significa só começa quando tudo acaba”.

A segunda se chama Melo do Cinderelo, considero a música mais original do álbum. O terceiro single se chama Homance. É um tecnobrega, inspirado em Djavú e Pablo Vittar. Nunca cantamos essa ao vivo e estamos curiosos pra saber a reação do público. A última música chamada Caos da Criação é, na verdade, a introdução do álbum”, explica. Pergunto o por quê e ele responde “porque só começa quando tudo acaba”. Para ele, essa também é a música mais íntima do grupo.

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Ele também me avisa que, em alguns momentos, as letras ligam-se entre si, então é necessário que as pessoas ouçam com atenção. Em duas faixas, existem partes cantadas, tanto a que tem influência do tecnobrega, quanto a que tem influência do reggae, a Melo do Cinderelo. Izzi diz que apesar de se dedicarem ao RAP, também são músicos e por isso tanta variação.

“Nós estamos sempre em contato com outros sons e buscando visibilidade não só dentro do RAP. No ano passado ficamos entre os dez finalistas do Festival da Juventude de Santos e ficamos em segundo lugar no Festival Mais (Música Autoral e Independente Santista). Competimos com outros músicos, não só RAP. Foi bem gratificante”.

As faixas do EP vão integrar as cinco já divulgadas nos outros anos em seu canal no Youtube intituladas Passos Mal DadosLibertem-se, com participação de mais três MCs, além de O Mito da Caverna, que fala sobre como eles enxergam a realidade, Mo’ças e Ouroborus, que segundo Izzi tem um conceito muito intelectual.

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O lançamento é um trabalho totalmente financiado por eles. Gravaram no estúdio Bom Bando, do DJ Cuco, e todos os beats foram produzidos por um DJ de Praia Grande chamado Dj Mu540.

Como artistas independentes e bem diferentes de outros dentro do RAP, pergunto sobre a dificuldade de vencer de expandir mais o trabalho.

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“Não temos um planejamento certo de como fazer, aprendemos na prática. Nós apostamos muito em originalidade e vamos amassar a ideia até vencer e colocar muita fé no Moç. Mas temos em mente fazer shows em São Paulo que é algo que a gente ainda não fez e tentar uma mixtape com artistas da Baixada Santista”.

Começo
O Moç foi fundado em 2017 após Izzi sair do cursinho pré-vestibular e perceber que aquilo não era para ele. Ao ser questionado por alunos da mesma sala sobre o que queria fazer da vida, ele teve certeza: RAP.

Com o nome do grupo já em mente, foi perguntar para Leal, que era seu amigo desde os 6 anos, se ele gostaria de participar e recebeu uma resposta positiva. O primeiro ano serviu mais para retornarem à cena do hip hop. Em 2018, conseguiram bastante reconhecimento e shows pela Baixada e esperam que 2019 seja o ano da conquista de uma identidade musical.

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