Em 2016, os irmãos Lucas e Felipe Vital, de Santos, resolveram formar o duo de rap Dialeto Vital. Na época, eles tinham vontade de passar mensagens de cunho social e de autoconhecimento.
Recentemente, no dia 22 de fevereiro, colocaram o segundo EP na rua, Expiação e Prova. Nesta sexta-feira (13), soltaram o clipe da faixa Preocupado.
A pegada do disco é meio ‘dark’, mas devido aos assuntos tratados. “É exatamente como a gente se sente com tudo que está acontecendo. Eu já sou pai e eu tenho muita preocupação”, diz Lucas, de 28 anos.
“É uma geração difícil, os adolescentes são muito fúteis. Temos uma preocupação de querer passar valores e querer fazer alguma diferença no mundo”, conclui.
Todos os trabalhos da dupla têm produção independente. O primeiro EP, Peito Aberto, saiu em 2018, mas é no Expiação e Prova que eles demonstram crescimento musical.
“Com certeza foi nosso trabalho mais profundo. Ele representa nosso ápice de conhecimento musical e técnico, como também na expressão do íntimo. A ideia desse disco é muito íntima e acompanha toda uma questão de evolução moral e espiritual. É muito sobre autoconhecimento, sobre o que acontece todos os dias, com todo mundo. Da gente variar em humor, em energia, de ter que se renovar, passar por provas, não só no trabalho, mas nos relacionamentos. Fala muito sobre o Brasil também, da gente não saber do nosso futuro”. Lucas Vital
Produção
A composição lírica do EP ficou a cargo do Lucas, enquanto Felipe focou na produção. “Antes eu escrevia muito mais, só que nesse EP foquei na produção. Por isso, ficou um trabalho muito mais coeso com a nossa ideia de expressão e por isso é a nossa maturidade de expressão lírica e musical”, avalia Felipe.
Para o próximo projeto os rappers revelam que será algo diferente, no qual vão abrir mais o coração na questão amorosa. As produções da dupla se encontram em todas as plataformas digitais.
O foco é a mensagem
O Dialeto Vital iniciou as atividades em 2016, porque os irmãos achavam que tinham como contribuir com alguma mensagem.
“Foi justamente porque eu particularmente achava que o rap estava em decadência de mensagem. Escutava Sabotage e Racionais, e a mensagem sempre foi de cunho social. Foi quando eu achei que a gente poderia acrescentar algo que eu não estava vendo na cena”, diz Lucas.
Enquanto compõem, eles também trazem a questão do autoconhecimento, “porque é preciso saber se conhecer, reconhecer nossos erros, tocar nossas feridas, é o que faz a arte ser a arte. É passar a sua mensagem com um certo nível de inteligência”.
Felipe ainda ressalta que o autoconhecimento no rap underground não é muito abordado. Os irmãos viram espaço e potencial para contribuir e fazer algo diferente do que observam na Baixada Santista.