MARCELO ARIEL
Djami Sezostre em seus trabalhos com o guitarrista e também poeta Francesco Napoli se aproxima da radicalidade de Walter Franco em Revolver. Walter Franco é o pai dele e de Arnaldo Antunes e muitos outros, será necessário um inventário crítico da obra de Walter Franco, uma fonte inesgotável para novos criadores, como Djami e Daniel Minchoni que faz um ótimo cruzamento de samba com procedimentos da canção punk.
Djami em seu disco-livro ZUT retoma as experimentações vocais de Walter Franco e dos dadaístas. Há uma grande vitalidade no trabalho destes três poetas. Daniel alarga o campo de comunicatividade dos slams para um território amplo, criando como editor na SARAU DO BURRO, livros que são verdadeiros manifestos. O trabalho que Djami realiza com Francesco Napoli, além de ZUT, rendeu o disco CAVALO CATARSE.
Será necessário abrir um capítulo novo na história da música brasileira para o genial TANTÃO. Desde a criação do grupo Black Future ele vem realizando um trabalho de radicalidade total e sem nenhum tipo de conciliação com a neutralidade, é um poeta furioso que transcende qualquer gênero, dialogando com Jello Biafra e Arrigo Barnabé ao mesmo tempo.
Seu disco ESPECTRO TANTÃO E OS FITA foi a melhor coisa que aconteceu na música do Brasil nos últimos vinte anos e ponto. Tantão é o pseudônimo do poeta Carlos Antônio Mattos, existe um documentário sobre sua obra correndo o mundo e sobre ele escreverei em outro momento.
