Após alguns meses “fora do ar”, o The Wonder Years anunciou o lançamento do seu novo álbum: Sister Cities. O sexto disco da carreira está previsto para sair no dia 6 de abril pela Hopeless Records. O material irá abordar temas como a distância, a conectividade e as formas como a humanidade passa por cima de seus próprios limites.
Mesmo com uma curta turnê pelo Brasil em agosto de 2016, poucas pessoas conhecem o The Wonder Years. Fugindo muito dos “conceito e regras” do pop punk atual, o sexteto vem desenvolvendo um trabalho muito particular e interessante de ouvir.
Por esse motivo, nesta semana vou contar um pouco da história da banda e apresentar alguns argumentos para você conhecer a banda e prestar atenção nos próximos lançamentos.
Os primeiros anos
The Wonder Years começou suas atividades em julho de 2005 em Lansdale, na Pensilvânia. Dan “Soupy” Campbell (vocal), Matt Brasch (guitarra) e Nick Steinborn (guitarra) eram ex-integrantes do The Premier e se juntaram com Mike Kennedy (bateria) para criar a nova banda.
Após lançarem splits EPs com algumas bandas da cena local, a banda assinou contrato com a No Sleep Records em 2007. Logo, eles lançaram o disco de estreia Get Stocked On It!. Apesar de ter ajudado a construir a primeira base de fãs, o material costuma ser ignorado pela banda por ter uma sonoridade e proposta diferente da sua discografia.
Saindo da escola
Em janeiro de 2010, a banda lança o segundo disco: The Upsides. Esse álbum é começo do que o próprio The Wonder Years batizou de “trilogia sobre amadurecimento”. Ele apresenta o ponto de vista de um adolescente no final do colegial e grande parte dos problemas enfrentados por ele.
Não gostar das pessoas da escola (My Last Semester), estar entediado da cena local (This Party Sucks) e relacionamentos conturbados (Melrose Diner) são alguns pontos levantados nas letras do álbum. Grande parte das composições são inspiradas em histórias pessoais dos integrantes, principalmente do vocalista Soupy.
O começo da vida adulta e literatura beat
Suburbia I’ve Given You All and Now I’m Nothing, segundo capítulo da trilogia, foi lançado em junho de 2011. Nele, a banda mergulha nas influências da literatura americana. Por exemplo, o título é inspirado no poema América do escritor beat Allen Ginsberg. E as letras apresentam outras referências a outros poetas da mesma geração.
O álbum traz histórias do mesmo “narrador” de The Upsides. Porém, assustado com as mudanças enfrentadas no começo da vida a adulta e ainda estar preso na mesma cidade. Ao mesmo tempo, os relatos se cruzam com o sentimento da própria banda ao começar a se adaptar com a vida na estrada e longe de casa. A faixa de abertura Came Out Swinging apresenta esses dois “universos”.
Os 20 e poucos anos e seu “pós-guerra”
Fechando a trilogia, The Greatest Generation foi lançado em maio de 2013. Mais denso que os trabalhos anteriores, a intenção do álbum é apresentar um personagem que precisa lidar com a depressão e ansiedade após o fim de uma guerra. Mas isso é apenas um pano de fundo para traduzir os problemas reais enfrentados por Soupy na sua vida pessoal.
O medo de não ser compreendido pelas pessoas próximas (There, There), as inseguranças com o futuro (Passing Through a Screen Door) ou a perda de um ente querido (Dismantling Summer) são alguns temas levantados nas letras em primeira pessoa. E diversas canções conversam e respondem questionamentos levantados em The Upsides e Suburbia.
Muito além do subúrbio, mas longe do céu
Livrando-se das amarras de seguir uma narrativa, No Closer to Heaven saiu em setembro de 2015. Neste trabalho, o The Wonder Years apresenta um trabalho muito maduro: seja em instrumentais mais elaborados ou nos temas abordados nas letras. Além de ter algumas nuances que lembram as bandas emos dos anos 90.
Fugindo da vida em um subúrbio americano, Soupy decidiu abordar como tema principal o amor e a falta dele. Seja ver alguém que se ama precisando de ajuda (Cardinals), não se sentir amado suficiente pela família (Cigarettes & Saints) ou estar distante do seu amor (You In January)
Quais serão os próximos passos?
Com apenas um single lançado, ainda é cedo para especular quais serão os próximos passos do The Wonder Years. Novas músicas devem ser divulgadas até o lançamento de Sister Cities no dia 6 de abril. Enquanto isso, vamos aproveitando os poucos detalhes apresentados no teaser do álbum e desfrutar da energia da faixa-título.