Depois de um detox digital forçado, o Pop Punk Academy está de volta. E retorno com novidades: agora a coluna será publicada sempre às quarta-feiras. Fique atento!
Para estrear em um novo dia da semana, tem conteúdo especial. Faltando algumas semanas para embarcar para Alemanha, conversei com Paulinho Tscherniak da Flanders 72. O trio de São Leopoldo/RS fará uma maratona de shows durante a segunda quinzena do mês de maio para divulgar o lançamento do LP Atomic pela gravadora alemã Partysprenger.
Neste bate-papo, o músico também falou sobre os projetos de crowdfunding feitos pela banda, possível DVD da turnê europeia e sobre o romantismo de ter os discos em formato físico. Confira:
O disco Atomic completou um ano de lançamento em março. Ele foi produzido por conta de um projeto de crowdfunding e isso foi muito bacana. E lá fora, ele ganhou versão vinil na Europa e uma edição especial no Japão. Como você avalia esse sucesso do álbum fora do Brasil?
Lançar o disco com um projeto de crowdfunding tem um gosto muito especial, já havíamos tido esta prova com o Dummyland (2013), mas o Atomic se superou. O pessoal ajudou, batemos a meta e tivemos um sucesso maior do que na campanha anterior. Foi muito legal sentir essa força dos fãs e amigos, isso dá um gás ainda maior para compor e fazer um disco melhor do que o anterior.
Depois dessa euforia toda, buscamos um selo para prensar nosso disco. Mas aí veio essa encrenca de não ter um selo interessado aqui no Brasil. Em contrapartida, dois selos da Europa estavam a afim de lançar o LP por lá e um selo japonês que se interessou em lançar em CD.
Acho que são várias razões para isso, eu poderia falar que o rock morreu por aqui e bla bla blá. OK. Todo mundo concorda. Mas creio que o motivo maior seria que não se compra mais CD no Brasil. É muito mais fácil ouvir no Spotify, no pendrive do carro, em MP3 e etc. Se perdeu um pouco aquele romantismo de curtir o trabalho desde o encarte até a faixa escondida, o que acho uma pena. Sempre gostei encartes, tinha uma magia extra escutar o CD enquanto folheava o encarte.
Falando sobre o conceito de crowdfunding, o Dummyland (2013) também teve o apoio dos fãs na hora da produção. Você acha que esse é um novo caminho para as bandas independentes?
Acho que sim, para bandas do underground ao menos. Sempre contamos com a ajuda da galera para produzir material e isso é muito legal pois aproxima o pessoal da banda. Não temos “fãs”, temos AMIGOS mesmo. Acho que esse é o caminho para toda banda de trabalho autoral, apostar as fichas no público. Acho que esse é o caminho: fazer acontecer, os tempos são outros.
Agora vamos ao assunto principal desta conversa. Em maio vocês embarcam para a segunda turnê pela Europa. Serão 10 shows em 12 dias na Alemanha. Como surgiu a possibilidade desta maratona de apresentações?
Surgiu logo após de lançarmos o Atomic pela gravadora Partysprenger da Alemanha. Já estava nos planos deles lançarem o LP e a gente ir pra lá fazer a tour de lançamento. Foi muito legal, pois nossa ideia era ir para mais um ou dois países, como fizemos na última tour em 2014. No fim, tivemos muitos bares alemães interessados em agendar e acabamos ficando só com a Alemanha no roteiro.
Você comentou que vários bares alemães estavam interessados em agendar datas com vocês. Isso chamou a atenção de vocês de alguma forma? Você acredita que isso é algo bem diferente do que temos por aqui?
Chamou a atenção pois tivemos muito mais convites do que da última vez que passamos pela Alemanha. Por aqui a coisa é diferente, a gente acaba correndo atrás dos bares e nunca é fácil fechar o show do jeito que deveria ser.
E qual é a expectativa para esta tour? O que você acredita que será diferente do giro que fizeram em 2014?
A expectativa é grande! Vai ser diferente pois teremos shows TODOS OS DIAS! Vai ser uma correria tocar, dormir um pouco, pegar a estrada e ir pro próximo show. Estamos muito ansiosos e com certeza vai ser incrível!
Em 2014 a gente pode curtir a viagem com mais calma, pois foi praticamente a metade dos shows no mesmo espaço de tempo. Dessa vez quase rolou de fazermos 14 shows em 12 dias, seria muito loucura, daí tivemos que escolher bem as datas.
Abaixo, um vídeo da banda se apresentando no Ramones Museum Berlin durante a turnê europeia em 2014.
E depois que retornar da Europa, quais serão os próximos planos da Flanders 72? Quando teremos um disco novo?
A ideia é fazer um “DVD” dessa tour. Nunca lançamos um e acho que dessa vez merece um registro especial. Também queremos dar um gás nos clipes, lançar mais uns videos do Atomic antes de virar a página. No fim do ano a gente deve começar a trabalhar no novo disco. Até já comecei a escrever alguma coisa. Temos muitos planos para o futuro! 😉
Falando em clipes, a Flanders 72 sempre fez vídeos bem criativos e bem produzidos. E você sempre esteve bem envolvido na produção desses materiais. Como surgem as ideias?
A gente mesmo mete a mão na massa em tudo. As músicas geralmente já nascem com uma ideia de clipe pronta, daí pensamos no que dá pra fazer e marcamos um dia pra gravar. Geralmente faço um storyboard e gravamos com a ajuda dos amigos. Depois eu mesmo edito.
Paulinho, muito obrigado pelo bate-papo. Fique a vontade para deixar sua mensagem para os leitores do Blog n’Roll e do Pop Punk Academy?
Obrigado pelo espaço, continuem sempre apoiando as bandas, precisamos muito de vocês! (Risos).
Gostaria de convidar a galera pra dar uma conferida no nosso trabalho. Podem acessar o flanders72.bandcamp.com. Lá tem nossos três discos de estúdios e alguns EP’s.
Ah, e também acompanhar nossas redes sociais. No Instagram (@flanders_72), no Facebook (fb.com/flanders72) e no Twitter (@flanders72). E claro, assistir nossos clipes e vídeos no canal do Youtube: www.youtube.com/flanders72official.
Confira a agenda de shows do Flanders 72 na Alemanha no flyer abaixo:
