Cada vez que o nome Camila Cabello aparece, fico mais intrigada pelo que está por vir em sua carreira. A cantora cubana de 21 anos, descoberta no programa de talentos americano The X Factor, deu seus primeiros passos rumo ao sucesso como integrante do grupo Fifth Harmony. Hoje, enfrenta o processo de criação de uma identidade própria, com uma carreira solo que decola para voos cada vez mais altos, trazendo mesclas de tradição latina e contemporaneidade americana.
Nascida em Havana, parte da ilha de Cojimar em Cuba, Camila viveu entre sua cidade natal e o México. Mudou-se permanentemente para os Estados Unidos com seus pais aos cinco anos. Sua mãe, Sinuhe Cabello, era uma arquiteta renomada em Cuba, e foi a motivação por maiores conquistas que levou a família a imigrar.
Junto à mãe e a irmã caçula Sofia, Camila enfrentou uma longa viagem até Miami. Seu pai, Alejandro, só conseguiu encontrar a família um ano e meio depois. Mesmo longe do meio artístico, a família Cabello incentivava os sonhos da pequena Camila, que cresceu ouvindo artistas latinos e buscando inspiração para composições.
Aos 15 anos, Camila pediu aos pais de presente de aniversário que a levassem para o teste do programa X Factor, em Greensboro, na Carolina do Norte. Depois da realização do teste, enfrentou diversos desafios até voltar ao palco com outras quatro concorrentes femininas.
Nessa etapa, formaram um grupo que mais tarde tornaria-se conhecido como Fifth Harmony. O grupo era composto por Cabello, Ally Brooke, Normani Kordei, Lauren Jauregui e Dinah Jane. Na rotina de programa, as cinco garotas apresentaram diversos covers e performances notáveis, sendo Camila um dos maiores destaques. Sempre dedicada aos versos mais agudos, ela entregou performances carismáticas e intensas durante todo o período de testes.
O grupo se firmou profissionalmente. As Fifth Harmony assinaram contrato com a Syco Music, propriedade de Simon Cowell, um dos mais rigorosos jurados do programa. Também assinaram com a Epic Records, gravadora de L.A. Reid, outro dos jurados. Os dois executivos entraram em contato com as cantoras após o fim do programa, quando as Fifth Harmony terminaram em terceiro lugar.
Sua estreia profissional ocorreu em 2013. O lançamento de Better Together, primeiro EP do grupo, alcançou a sexta posição na Billboard 200 dos EUA e a certificação de ouro. Com o vídeo de The Artist to Watch, venceram seu primeiro prêmio, o MTV Video Music Awards (VMAs).
O primeiro álbum de estúdio do grupo foi Reflection (2015), que fez particular sucesso no Brasil, alcançando a dupla platina. Singles como BO$$, Sledgehammer e Worth It figuraram entre todas as rádios e alcançaram o topo das paradas americanas. Com o álbum 7/27 (2016), as Fifth Harmony trouxeram alguns de seus maiores hits de carreira: Work From Home, All in My Head e That’s My Girl. Também alcançaram um grande feito: foram o primeiro grupo feminino a atingir e quebrar o recorde de um bilhão de visualizações no YouTube com os clipes de Worth It e Work From Home.
No mesmo ano, porém, uma das maiores confusões imagináveis aconteceu: o grupo anunciou pelas redes sociais, em 16 de dezembro, que Camila Cabello não faria mais parte do Fifth Harmony. A carta assinada pelas quatro integrantes contava que Camila havia decidido sair do grupo, e insinuava que a cubana havia tomado esta decisão “pelas costas” do grupo.
Pouco depois, Cabello fez uma carta aberta sobre sua saída, anunciando sua tristeza pela forma como tudo acabou. Também contou que as meninas sabiam sobre sua decisão de seguir carreira solo, o que contou com outra carta do grupo, em resposta. Entre as inúmeras controvérsias que ficaram desta despedida, Cabello colocou em sua carta que estava “orgulhosa de tudo o que conseguimos juntas como grupo” e que sempre teria orgulho de ter sido parte do Fifth Harmony.
Já em novembro de 2015, Camila dava indícios de sua decisão pela carreira solo. Um deles foi o dueto com o cantor Shawn Mendes, intitulado I Know What You Did Last Summer. No fim de 2016, também lançou um dueto com o rapper Machine Gun Kelly, chamado Bad Things. Ambos alcançaram altas posições nas paradas americanas e canadenses, além de um certificado de platina pela música com Mendes.
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Seu primeiro single, Crying in The Club (2017), escrito por Sia, foi sua primeira grande performance solo, apresentado no Billboard Music Awards do mesmo ano. Livre das amarras do grupo feminino, Camila dedicou-se ao seu primeiro álbum solo. Contando sua jornada profissional e pessoal, Camila (2018) foi altamente aguardado pelo público e recebeu boas críticas. Com uma sonoridade muito mais verdadeira e composições delicadas, seu trabalho solo excedeu as expectativas.
O grande hit Havana tornou-se seu carro chefe. Foi a canção de artistas feminina solo mais tocada do Spotify em 2018, além de conquistar o topo das paradas Hot 100 e Billboard. Com vendas fortíssimas, o álbum também teve como destaques os singles Real Friends e Never Be the Same. Com todo o sucesso, Camila embarcou em uma turnê solo chamada Never Be The Same, que passou por vários países da América.
Suas colaborações e parcerias tornaram-se ainda mais fortes. Lançou com Pharrell Williams a canção Sangria Wine, além de apresentar-se na abertura da turnê Reputation, de Taylor Swift, numa brecha de sua própria turnê. No fim de 2018, lançou o clipe de Consequences, uma de suas letras mais íntimas.
Com todos esses avanços pessoais, decolou em sua carreira solo. Camila foi indicado a dois Grammys, sendo um de Melhor Performance Pop Solo para Havana. Sua apresentação na premiação, que contou com a participação de J Balvin e Ricky Martin, homenageou a tradição na música latina. Com muitas cores e ótima coreografia, Cabello foi ovacionada pelo público.
Muito conectada aos seus fãs, ela comenta toda sua jornada pelas redes sociais. Posta fotos, vídeos, textos e agradecimentos quase diariamente. Esta proximidade fez da cantora ainda mais popular no Brasil, contando com shows lotados em sua passagem pelo país com a turnê. Além da música, ela também deu seus primeiros passos na filantropia, anunciando seu apoio à organização Save The Children para alertar sobre acesso de crianças à educação e saúde de qualidade.
Com muito caminho pela frente, Cabello firma-se como uma diva cubana frente às atrações pop latinas da atualidade. Faz questão de exaltar de onde veio, lembrando uma Jennifer Lopez do início dos anos 2000, que sempre comentava suas raízes no Bronx – a “Jenny from the block”. Autêntica, Camila faz graça de si mesma, dedica-se às suas performances e entrega as duas coisas que o público pop mais adora: paixão e personalidade. Cercada de boatos pelo futuro, tanto de uma possível pausa na carreira como de novo material a caminho, de uma coisa temos certeza: ainda há muito que se esperar do nome Camila Cabello.