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Florence Welch: do indie ao lírico

Foto: Camila Cara / Lollapalooza / Divulgação

Com um talento nato para a música, Florence Welch tornou-se um dos nomes favoritos do indie rock com a banda Florence + The Machine. Incluindo álbuns de sucesso, obras de alta recepção crítica e shows lotados em vários festivais, a musicista inglesa conquistou o mundo com seu jeito peculiar e sua potência vocal.

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Nascida em Londres, Florence Leontine Mary Welch começou sua carreira musical em casa. Foi incentivada pela avó paterna, Sybil Welch, a aperfeiçoar seus talentos. Inicialmente, cantava em casamentos e funerais familiares. Após séries de problemas domésticos, como a morte de sua avó e o divórcio dos pais, tornou-se cada vez mais fechada.

Florence possui uma personalidade tímida, sensível e bem reclusa. Sempre procurou dedicar-se ao seu próprio espaço, mergulhando em música e livros ainda no ensino médio. Na mesma época, foi diagnosticada com dislexia, o que causou alguns problemas de organização. Mesmo assim, buscou focar no que realmente importava: foi quando decidiu abandonar a faculdade e focar em sua música.

Florence + The Machine surgiu a partir de uma piada interna entre Florence e sua amiga Isabella Summers, a quem apelidava Isabella Machine. Suas apresentações partiram de pequenos locais de Londres, em 2006.

Já no ano seguinte, os projetos musicais de Welch tornavam-se mais profissionais: em 2007, gravou com a banda Ashok um álbum intitulado Plans. Neste primeiro álbum, já incluía a primeira versão de Kiss with a Fist, anteriormente chamada Happy Slap. A estreia real de Florence + The Machine, mesclando as influências de todos os artistas envolvidos com seu trabalho, aconteceu em 2009, com o lançamento de Lungs.

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Lungs disparou nas paradas britânicas, além de alcançar o sucesso de vendas nos Estados Unidos, conquistando platina em ambos os continentes. Florence estava confusa na época: já havia considerado vários projetos musicais diferentes, incluindo canções pop e country. De sua parceria com Summers obteve grande entusiasmo e uma onda  de criatividade. Contando com muitas experimentações e improvisos, Lungs tornou-se uma obra contemporânea, cheia de recortes pessoais e composições interessantes.

Com os singles Kiss With a Fist, Dog Days Are Over e Cosmic Love, Florence alcançou enorme popularidade. As canções exploram diferentes nuances melódicas, apresentando um conjunto bem versátil. O sucesso de Dog Days Are Over possibilitou diferentes versões da música, além de gravações de luxo do single em vinil.

Seu álbum seguinte, Ceremonials (2011), trouxe novas referências e foi igualmente bem recebido pela crítica. Com mais tons de soul e baroque pop, um gênero que funde o rock com elementos de música clássica, o álbum deu à cantora maior possibilidade de explorar novos tons vocais.

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Os singles No Light, No Light, Shake It Out, Never Let Me Go, Lover to Lover e Spectrum foram enorme sucesso nas rádios pelo mundo. Além de receber duas indicações ao Grammy, o álbum alcançou a meta de 2,5 milhões de cópias vendidas, tornando-se seu primeiro álbum no Top 10 nos EUA.

Com apresentações no VH1, O2 Arena e na Times Square, Florence + The Machine decolou em popularidade. Ao mesmo tempo, Welch lançou-se em projetos solo, contribuindo com artistas como Calvin Harris, Foo Fighters e Lady Gaga. Também participou da trilha sonora do filme Mulher Maravilha (2017), interpretada por Sia e Labrinth.

Mesmo sendo constantemente comparada a outras cantoras como Kate Bush, Siouxsie Sioux, PJ Harvey e Björk, Florence Welch construiu sua marca e identidade por si mesma. Em entrevistas, ela cita Grace Slick, Alanis Morissete e Stevie Nicks como influências de música e estilo. Mesmo agregando referências, Florence sempre faz questão de mergulhar em si mesma. Com profundidade, ela vai fundo em versos e composições sobre sexo, amor, morte, casamento, culpa, tudo que lhe pareça relevante.

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Com a notória busca por mais autenticidade, seu terceiro álbum, How Big, How Blue, How Beautiful (2015) distancia-se da sonoridade dos outros. Com influências gospel e uma atmosfera cercada de simbolismos, o disco foi o primeiro da banda a estrear no topo da Billboard 200 nos EUA e a receber cinco indicações ao Grammy.

Welch aproveitou-se de sua vulnerabilidade pessoal para nutrir essas composições. As canções adornam questões pessoais de forma honesta, como relacionamentos amorosos e excessos. Sua turnê contou com várias apresentações pelo mundo, até mesmo para uma apresentação no Lollapalooza Brasil, em São Paulo. Durante a tour, Florence quebrou o pé ao pular do palco, mas não deixou de se apresentar por conta do acidente.

Os quatro singles – What Kind of Man, Ship to Wreck, Queen of Peace e Delilah – foram grande sucesso nos Estados Unidos, Irlanda e Austrália. Ship to Wreck contou com uma apresentação mais intimista em seu videoclipe, sendo filmado inteiramente na casa de Florence. O clipe compõe a narrativa de The Odyssey, uma série de vídeos lançados para diversas músicas do álbum que sem completam como um filme.

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Cada vídeo representa um capítulo da história, que foi postada por inteiro no site oficial da banda. O média-metragem de 47 mminutos conta com os vídeos já lançados e também algumas cenas inéditas para conectá-los. O objetivo de Welch com álbum e filme era enfrentar sua tempestade pessoal, revisitando um ano catastrófico de sua vida visto por ela como um longo “acidente de carro”, como conta em entrevista ao Culture24. Para a artista, a jornada do filme é “sempre uma queda livre em direçâo à loucura”, reunindo imagens surreais, dança contemporânea e referências à Bíblia e arte romântica antiga. O filme é repleto de simbolismos e referências artísticas, além de uma estética grandiosa.

Após enfrentamentos pessoais e muitas experimentações artísticas, Florence Welch chega ao ápice da performance vocal com High As Hope (2018), seu quarto álbum de estúdio. Nesta fase, Florence canta sobre a comodidade na solidão, além de explorar velhas mágoas e problemas familiares. Cada vez mais intimista, ela molda as harmonias da banda ao ritmo de seus próprios sentimentos, apostando no mais belo lirismo.

Com críticas positivas, o álbum foi apresentado de forma mais minimalista e sutil. Os singles Sky Full of Song, Hunger e Big God trazem intensos desabafos sobre repressão e a consequente liberdade de sentimentos. Outra canção de extrema força é Grace, dedicada à irmã de Florence. Com mais esperança e otimismo, as letras trazem um sentimento mais positivo, mostrando-se como uma fase de renovação na vida de Florence.

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Com honestidade, Florence faz da verdade uma fonte inesgotável de inspiração. Trazendo auto-reflexões diversas por meio de suas obras com o Florence + The Machine, ela expressa as mais profundas verdades humanas. Começando 2019 com o pé direito, a banda lançou duas canções: uma versão de estúdio de Moderation e o single Haunted House, ambos com clima mais rock e folk. Ainda não foi divulgado se as canções serão parte de um novo álbum ou de uma versão luxo de High As Hope, mas as expectativas estão altas entre os fãs. Ambas as músicas estão disponíveis em todas as plataformas digitais.

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