Uma carreira que começou aos 15 anos, na paixão instantânea pela sua primeira guitarra, que foi um presente de seu pai. Nita Strauss, hoje guitarrista em bandas como Alice Cooper, The Starbreakers e We Start Wars, é pioneira na conquista de uma guitarra signature da marca Ibanez – a Ibanez JIVA. O protagonismo feminino, principalmente no metal, serve de inspiração e motivação para diversas mulheres ao redor do mundo que buscam alcançar este sonho. Em entrevista ao Blog n’ Roll, Nita comenta alguns dos pontos marcantes de sua carreira e fala sobre sua rotina profissional durante as turnês.
Nascida em Los Angeles, Nita cresceu num universo musical. O interesse pelo metal surgiu por influência de bandas como Megadeth, que se tornaram inspiração para aprender seus primeiros acordes na guitarra. Sua primeira experiência em turnês veio em sequência, se jogando direto no sonho musical. Foi quando começou sua rotina itinerante de muitas viagens pela música. Sobre o valor dessa bagagem, Nita comenta: “viajar é bom em qualquer idade! É importante experienciar diferentes culturas e modos de viver. Eu sou muito grata por ter tido essa oportunidade”. Atualmente, já passou por quase todos os continentes, com exceção da Antártica, que pretende visitar em breve.
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Passando por muitos grupos, a guitarrista vivenciou diferentes modos de trabalhar. Na Femme Fatale, atuou entre hard rock e glam. Ingressou no universo dos games com a Critical Hit, banda sinfônica que apresenta os maiores clássicos dos videogames em concertos eletrizantes. Se especializou em uma de suas bandas favoritas no tributo The Iron Maidens, a primeira banda feminina de tributo aos heróis britânicos do metal, onde adquiriu enorme popularidade.
Enfim, encontrou seu lugar ao lado de Alice Cooper nas turnês do mestre do horror, assumindo sua guitarra solo depois da saída da guitarrista Orianthi. Entre os projetos, Nita mostrou versatilidade, talento e enorme carisma nos palcos. Comentando sobre sua história com as Iron Maidens, ela afirma: “Tocar as músicas do Iron Maiden foi um dos desafios mais divertidos e recompensadores da minha carreira! Tocar em uma banda tributo é um ótimo modo de ampliar suas habilidades e praticar sua performance de palco”. Sobre seu álbum favorito da banda, ela escolheu Seventh Son of a Seventh Son (1988).
Nita é conhecida nas redes sociais pela divulgação de suas rotinas de turnê. Pelo Instagram Stories, ela compartilha frequentemente seus treinos na academia e o foco nas dietas saudáveis. Manter a qualidade de vida e bem estar é tão importante para ela quanto sua rotina de ensaios. “É difícil, mas é definitivamente realizável, você só precisa querer! Eu trabalho com ótimos treinadores do Team Edge, que me ajudam a ajustar minha rotina de treinos a cada semana, e recebo entregas de comida saudável pela Trifecta Nutrition… Isso com certeza tem me ajudado muito”.
Com foco em sua paixão, as rotinas puxadas acabam se tornando mais fáceis de lidar. Considera a música como “um ótimo modo de expressar a si mesmo sem usar palavras… É algo com que pessoas de todas as culturas, línguas e histórias podem se relacionar”. Entre suas referências profissionais, se destacam várias artistas femininas: “Me inspiro em outras guitarristas mulheres todos os dias! Para nomear algumas: Jennifer Batten [banda de Michael Jackson e de Jeff Beck], Courtney Cox [The Iron Maidens, The Starbreakers], Nili Brosh, Gretchen Menn, Irene Ketikedi e Sarah Longfield”.
Ela acredita que existam vários modelos femininos excelentes por aí, e admite ser emocionante assumir um papel nessa jornada, motivando uma próxima geração de mulheres guitarristas. A experiência de ser marcada por pais e mães de meninas em vídeos nas redes sociais, onde esses contam como seu trabalho inspirou suas filhas a conquistarem suas primeiras guitarras, é uma sensação única.
Ibanez JIVA, a signature de Nita Strauss
A conquista como primeira mulher a ter uma guitarra signature da Ibanez é um de seus principais marcos profissionais. Em 10 anos trabalhando com o time Ibanez, Nita vive um sonho ao compartilhar seu trabalho ao lado de heróis da guitarra como Steve Vai, Herman Li, Kiko Loureiro, entre outros. O foco no desenvolvimento da guitarra teve muitas considerações de design: “A coisa mais importante para mim no desenvolvimento da JIVA foi o tom da guitarra – a combinação do ébano no braço e o corpo de mogno”, que deu a estética e sonoridade que Nita projetava.
A escolha dos captadores DiMarzio estabelece um equilíbrio entre uma ressonância harmônica brilhante e a limpeza no som ao vivo. O nome JIVA vem do Hindu, que significa ‘a energia vital da vida e a essência criativa que vive eternamente, até mesmo após a morte’. A palavra também nomeou uma das bandas de seu pai, deixando a escolha muito mais relevante.
Além do lançamento da JIVA neste ano, Nita embarca em mais um projeto: o lançamento do primeiro álbum com sua banda, We Start Wars. Ainda não há informações concretas, mas a guitarrista afirma estar animada com a estrutura do novo álbum e que planeja lançá-lo em uma turnê pelo mundo. Um single com um convidado especial será lançado em breve, e Nita acredita que todo o trajeto nas últimas turnês a preparou para este momento de lançamento solo.
Falando em passagens pelo mundo, Nita destaca o show com Alice Cooper na última edição do Rock in Rio (2017) como um de seus melhores shows com a banda. “Foi a primeira vez que estive no Brasil! Eu amei! A comida, a cultura e as pessoas são sensacionais. Estou ansiosa para voltar”.
Ela se despede agradecendo pelo apoio dos fãs brasileiros e prometendo voltar em breve… Vamos torcer por um espacinho na agenda dessa turnê solo!
