Muitas artistas aproveitam seu poder de fala para promover discursos positivos. Seja no universo rock, pop, rap ou em outros gêneros, há muitas mulheres dando voz à causas que importam. Muitos desses discursos acabam envoltos pelo empoderamento, que traz à tona muitos assuntos que precisam ser discutidos socialmente.
Seja na análise de desigualdades de gênero, na denúncia de violências ou na promoção do amor próprio e “soridário”, muitas mulheres estão espalhando o bem por aí. Juntas, essas artistas e bandas conseguem passar suas mensagens adiante e criar redes solidárias.
Para aproveitar o mês da mulher, trago a vocês uma lista com discos altamente recomendados para mulheres poderosas – e claro, homens que apoiam essa causa e curtem um som de qualidade. Vamos lá?
Private Dancer (1984), Tina Turner
Dona de uma voz poderosa e muita coragem, Tina Turner passou por muitas mudanças. Quando se divorciou de Ike Turner em 1976, ela se libertou de uma vida de sofrimento. Era abusada constantemente, e conseguiu fugir do ex-marido quando ele adormeceu num quarto de hotel. Tina nunca olhou para trás, sem dinheiro ou um lar para retornar. Perdeu tudo no divórcio, mas lutou para conquistar sua independência.
Anos depois, o trabalho foi recompensado com as conquistas de Private Dancer. Seu quinto álbum foi o de maior sucesso em toda sua carreira, e figura hoje entre os mais vendidos do mundo. Conquistou prêmios, os topos das paradas, as capas de revista. Com canções sinceras, Tina deu a volta por cima e inspirou muitas mulheres com sua história de superação.
Destaques: Better Be Good To Me, What’s Love Got To Do With It?, Show Some Respect
Pussy Whipped (1993), Bikini Kill
Declaradamente feministas, Bikini Kill veio ao mundo para jogar verdades na nossa cara. Com seu álbum de estreia, Pussy Whipped, levantaram suas bandeiras. Como um manifesto pela liberdade das mulheres no punk rock, o álbum foi uma das principais obras do movimento punk Riot Grrrl, iniciado nos anos 1990 na cena underground. A ampla visão social da Bikini Kill inspirou várias bandas nas gerações seguintes a ocuparem seus espaços pelos palcos. É importante prestar atenção nas letras dessas canções, que trazem de forma ríspida e valente críticas ao machismo e à violência de gênero.
Destaques: Rebel Girl, Star Bellied Boy, Magnet, Star Fish
Confident (2015), Demi Lovato
Conhecida por seu trabalho filantrópico com instituições infantis e envolvimento em causas sociais, Demi Lovato coloca seus valores (e seu coração) em suas canções. Entre a estrela pop de musicais da Disney até a diva engajada em causas sociais, a cantora amadureceu e demonstrou isso em suas canções. Mesmo quando sua vida pessoal repercutiu mais que seu trabalho, Demi tratou abertamente sobre muitas questões, como sua sexualidade, problemas com vícios e depressão.
Confident é a fase mais confiante de sua vida, como o próprio nome diz, o que se refletiu em canções empoderas, com forte carga emocional e mensagens importantes. Além disso, seu visual também mudou, demonstrando aquela boa dose de amor próprio que todo mundo merece experimentar.
Destaques: Confident, Stone Cold, Lionheart, Father
Selvática (2015), Karina Buhr
Vocais rasgados em poesia. Arranjos reinventados no punk rock. Um pouco de música num enorme manifesto político. A música de Karina Buhr é tão necessária no Brasil e no mundo que fica difícil esquecer seus versos. Em seu trabalho de maior peso, Selvática, a cantora faz uma análise profunda sobre as injustiças construídas contra as mulheres na sociedade. Ela investe em um discurso sobre o cotidiano, debatendo o papel da mulher na sociedade. Privilégios masculinos, desafios femininos e muitas faces da realidade da mulher brasileira são discutidas aqui. Não vale só ouvir, mas escutar atentamente às muitas falas embutidas na sua narrativa musical.
Destaques: Eu Sou Um Monstro, Conta Gotas, Pic Nic, Rimã
