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Radar - Nuno Mindelis

Elvin Bishop – Elvin Bishop’s Fun Trio

NUNO MINDELIS

Vamos falar de Elvin Bishop? Tarefa extensa. Tentarei condensar.

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Em 1963 encontrou Paul Butterfield meio por acaso e passou a ser o seu guitarrista, na Butterfield Blues Band. Se não estiver familiarizado com esses nomes lendários, dê uma investigada e certamente se surpreenderá. Paul arrebentou em Woodstock, por exemplo.

Adiante, Michael Bloomfield (ex-Bob Dylan, outro que vale investigar) entraria na banda também e dividiriam as guitarras. Em 1968 fez o seu grupo, Elvin Bishop Group, que assinou com a Filmore Records (de Bill Graham). Na mesma época colaborava nos trabalhos de Bloomfield e Al Kooper (também Dylan e posteriormente fundador da conhecida e explosiva Blood Sweat & Tears).

Em 1969 tocou com Grateful Dead no Filmore West. Quem sabe o que é Grateful Dead sabe que isto não é nada pouco. Mas há mais: tocou com Allman Brothers (que o chamaram a acompanhá-los numa série de shows em que começavam com uma música dele próprio!) andou com BB King em turnês, gravou com Bo Diddley, John Lee Hooker e outros. Em 1976 lançou um single que ficou em terceiro lugar no chart ‘100 mais’ da Billboard (e 34º na versão britânica).

Para encurtar: em 2012 ganhou “Melhor DVD Blues ‘ pela Blues Foundation, e em 2015 teve cinco indicações ao mesmo prêmio, faturando três. No mesmo ano foi eleito Rock & Roll Hall Of Fame, como membro original da Butterfield Blues Band e em 2017 foi indicado ao Grammy por Best Traditional Blues Album.

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Algo que parta de Elvin Bishop deve ser conferido. Comece pelo começo mesmo, Keep On Rollin, faixa um. Ainda leva uma performance de piano pós graduadíssimo de lambuja. Bob Welsh, caraca! Também pudera, veja com quem já tocou. Como dá gosto de ouvir músicos desse quilate!

O disco é inteiro tocado por monstrinhos da linguagem em seus respectivos instrumentos. Só de harmônica tem uma constelação: Charlie Musselwhite, Kim Wilson e Rick Estrin colaboraram. A Santíssima Trindade. Willi Jordan na bateria / percussão.

Não espere modernidades, espere blues tradicional. Bishop tem 75 anos, não deve estar nada preocupado em se reinventar. Precisa, depois disso tudo? O som do estúdio é feio, sujo e malvado, não espere California Dreaming nem Hollywood.

Se gosta de blues bem feito, ouça tudo. É de verdade, sem truques. Vem do fígado de cada envolvido. Ou será do sangue?

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Abração!

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