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Radar - Nuno Mindelis

Radar #30 – The Reverend Peyton’s Big Damn Band – Front Porch Sessions

NUNO MINDELIS

Pense naqueles caras sentados no degrau mais alto da escada da varanda da frente dos casebres rurais americanos, tocando violão, gaita ou dobro. Tipo aqueles que desapareceram afundados ou destruídos pelo Katrina, em New Orleans.

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Pois é o que poderia ser este disco, de 2017, da Reverend Peyton’s Big Damn Band, não em New Orleans mas numa área rural ao norte de Nashville.

A banda faz mais de 250 apresentações por ano, seja onde for, de bares pequenos a grandes, clubes idem, festivais etc.. Embora atualmente seja uma banda headliner já abriu para Derek Trucks & Susan Tedeschi e continua abrindo shows também, não se importando com a sua condição de titular. Tocam no que vier pela frente.

O selo para o qual gravam é próprio, da família. Foram convidados para outro mas chegaram à conclusão que vendiam mais que ele, sozinhos.

A Big Damn Band é na verdade composta por apenas três integrantes a saber: Reverend Jayme Peyton (vocal e compositor principal, National Dobro – detalhe: enferrujado- , Resonator Dobro de madeira de 1934, e um violão acústico Gibson); ‘Washboard’ Breezy Peyton (acabou casando com ele, toca Washboard, aquela tábua de lavar roupa adaptada como instrumento de percussão e típica da Lousiana), Max Senteney (bateria, complementada com um balde gigante, equipado de peças adicionais de percussão).

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A banda costuma proclamar-se a única banda de rock do mundo a ter um acordo de endorsemant de um balde. Rock? Ainda vou descobrir mais sobre isto, um dia.

Confira o trabalho de guitarra slide em One Bad Shoe, It’s All Night. E o dedilhado folk como deve ser em One More Thing e Flying Squirrels. Bem como o vozeirão do homem. Apenas exemplos, já que todas as faixas ilustram bem isso. A começar pela primeira que é a única com algum elemento rock, mas que, com tantos outros do pântano a embrulhá-la para presente, acaba diluído.

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É realmente curioso o fato de se intitularem uma banda de rock. É, imagino que não seja para qualquer um arriscar dizer-se ‘roots’, naquela América onde o seu conhecimento é nivelado por cima e venerado. Seja o que for, sobram raízes por ali! Um disco que tem What you did to the Boy ain’t right é certamente roots. Só essa já justificaria o título.

Ouça um pouco por dia. Pode ser apimentado!

Abração, pessoas roots!

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