Ícone do emocore e do indie rock dos anos 1990, a banda americana Cap’n Jazz realizou, na noite de sábado (8), um show inesquecível no Cine Joia, em São Paulo. O evento integrou o aquecimento para a 15ª edição do Balaclava Fest e contou com a banda Marrakesh na abertura.
Com uma trajetória marcada pela energia punk, vocais intensos e letras confessionais, o Cap’n Jazz reuniu em peso a velha guarda do emocore, mas não apenas ela. Curiosamente, a banda, que teve uma carreira curta e lançou apenas um disco nos anos 1990, conquistou também uma legião de fãs na faixa dos 20 anos, que lotaram a pista, garantiram a energia das rodas punk e cantaram junto com o grupo, provando que a música realmente transcende gerações. Um verdadeiro clima de união que só o punk rock é capaz de proporcionar.

Em sua primeira apresentação no Brasil, não poderiam faltar clássicos como Little League, In the Clear e Oh Messy Life, que teve efeito catártico e levou várias pessoas ao palco. Emocional e caótico, o show foi marcado pela intensidade e pela conexão entre banda e plateia. O vocalista Tim Kinsella, além de permitir que fãs subissem ao palco livremente, entregava o microfone a eles diversas vezes, arremessava a meia-lua para o público, que sempre devolvia, e interagia o tempo todo com quem estava no front.
Os moshs e stage divings também foram frequentes durante toda a apresentação, e não apenas por parte do público. O próprio Tim mergulhou diversas vezes nesse mar de gente, inspirando até Mike Kinsella a largar as baquetas e se atirar na plateia.

Fundamental na formação musical de muitos e influência direta de diversas bandas nacionais e internacionais que marcaram a adolescência de uma geração, o Cap’n Jazz proporcionou uma noite histórica para a Balaclava Records e para todos os presentes.
A abertura ficou por conta da Marrakesh, banda de Curitiba que está na estrada desde 2014 e acaba de lançar seu primeiro álbum em português. O grupo fez um show curto, mas cheio de personalidade, marcado por uma estética grunge com influências de shoegaze e indie rock, conquistando especialmente o público mais jovem. Vale destacar a homenagem a Lô Borges, com uma bela versão de Girassol na Cor dos Seus Cabelos.
