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The Word Alive surpreendeu com a presença de palco de Telle Smith (Foto: Dan Oliveira Fotografia)

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Em evento intimista, South Bound Tour garantiu um festival inesquecível

Quando vi a casa por onde passariam as bandas da South Bound Tour, realizada no último sábado (3) no Stage Bar, em São Paulo, achei que era inadequada. Como um local tão pequeno poderia sediar um evento com três nomes de peso do metalcore e post-hardcore? Estava muito enganada, pois foi justamente a casa que transformou o festival em um dos melhores que já fui.

For The Fallen Dreams, The Word Alive e Silverstein já haviam se apresentado no México, Colômbia, Peru, Chile, Argentina, Curitiba e encerraram a turnê na capital paulista. Não é preciso dizer que os fãs estavam muito ansiosos para os shows e a abertura da casa, marcada para as 16 horas. No entanto, um atraso fez com que todos ficassem ainda mais animados, cantando e tentando adivinhar as setlists do show.

E para a nossa alegria, então, o show começou. Às 17h50, direto de Santos, a Depois da Tempestade se encarregou de receber o público e prepará-los para a maratona de shows que vinha a seguir. Os caras tiveram que concorrer em uma votação com dezenas de outras bandas para conseguir abrir a turnê. Que honra!

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Fazendo jus à simplicidade “pé na areia”, a Depois da Tempestade envolveu o público com cinco músicas. Quatro de seu álbum recém lançado, Multiverso, e Mente Livre, de seu último EP, Mutav3l. A energia não poderia ter sido melhor. Uma pena terem sido apenas cinco músicas.

Setlist – Depois da Tempestade
Sobre Viver
Odisseia
Aproveita a Vida
Juno
Mente Livre

Com uma transição de palco rápida e organizada, em menos de 20 minutos os americanos do For The Fallen Dreams já estavam tocando para o público. Muito animados pela primeira vez no Brasil em quase 15 anos de carreira, Chad Ruhlig entregou um setlist incrível para os fãs, com músicas do trabalho mais recente da banda, Heavy Hearts, além de álbuns como Back Burner, Changes e Relentless. Ou seja, para quase ninguém botar defeito.

Além de um som impecável ao vivo, o vocalista também foi muito carismático. Em algumas ocasiões, a banda parou para conversar com o público e teve um retorno muito bom. Na entrevista que Ruhlig deu ao Blog’n Roll antes do show, perguntei sobre as músicas que os fãs estavam sugerindo para o show em um post na fan page oficial da banda. Ele explicou que eles gostavam de dar a oportunidade do público escolher o que gostariam de ouvir em turnês exclusivas. E avisou: “Nossos fãs ficarão satisfeitos”. Dito e feito.

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Em The Big Empty, uma das músicas mais famosas do For The Fallen Dreams, Chad Ruhlig convidou todos para subirem ao palco e protagonizarem stage dives. “O show é de vocês! Não existem grades nem seguranças em frente ao palco. Aproveitem”, disse. Então o público realmente enlouqueceu.

Esse contato direto entre os músicos e o público foi, na minha opinião, o melhor aspecto da South Bound Tour. Geralmente, vamos a shows com palcos grandes, altos, alambrados, guardas e uma distância que separa os fãs dos artistas. Mesmo em shows de metalcore. Poucas bandas param para conversar com a platéia durante o show. Nessa turnê, fiquei surpresa com a receptividade dos artistas, a humildade para bater um papo com os fãs dentro e fora do palco, a liberdade para transitarem dentro da casa e o respeito do público com todos eles.

Pude assistir aos shows do lado do palco, sem problemas nem restrições. Ao final da apresentação, o vocalista saiu pela lateral e atravessou o público, cumprimentando a todos e conversando com eles. Foi demais!

Setlist – For The Fallen Dreams
Emerald Blue
Complicate The Situation
Nightmares
Dream Eater
Bombay
*
The Big Empty
Brothers In Arms

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Apesar dos canadenses do Silverstein serem os headliners da South Bound Tour, era clara a ansiedade da galera pela apresentação do The Word Alive. Na fila do show, muitos vestiam camisas da banda e seguravam bandeiras brasileiras com o logo deles. Pela segunda vez no Brasil, o grupo formado por Telle Smith (vocal), Tony Pizzuti (guitarra), Zack Hansen (guitarra), Daniel Shapiro (baixo) e Matt Horn (bateria), colocou toda sua energia e simpatia no palco para garantir um show em que todos cantassem juntos do início ao fim.

Semanas antes do show, Smith havia dito ao Blog’n Roll que o setlist teria muitas músicas do Dark Matter para que todos os fãs conhecessem o novo álbum, mas sem dar muitos detalhes. A verdade é que a maioria das músicas nem fazia parte do álbum novo da banda. A impressão que ficou foi de que as músicas foram escolhidas a dedo pela banda para emocionar os fãs brasileiros.

Chegar ao palco em meio ao público e começar o show com 2012 foi um bom exemplo disso. No geral, os caras fizeram um passeio pela própria discografia, trazendo seus principais sucessos. Tocaram músicas dos álbuns Deceiver, Life Cycles, Real e Dark Matter. Tudo isso junto de seus dois últimos singles, Overdose e Misery.

Esta última faixa, inclusive, foi o ponto alto do show. O Stage Bar pegou fogo. Telle Smith tirou a camisa, Zack pulou do palco para tocar em cima do balcão do bar e o público respondeu da mesma maneira, subindo no palco e cantando junto.

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Fiquei muito feliz por terem tocado duas canções que literalmente moram no coração dos fãs. Light House e Life Cycles têm letras muito bonitas com mensagens sobre coragem e persistência. Um dos pontos altos do show para a platéia (e para mim, claro) foi poder gritar:

We stand up tall
Even in the dark
Never forget we are a lighthouse burning all
They can’t hold us back
Never forget we are a lighthouse burning all
We will shine on
To bring us back home

Para encerrar o show, eles escolheram Trapped, uma das principais faixas do novo álbum. Nela, Telle provou ser um verdadeiro showman. Sem parar de cantar, desafinar e nem perder o fôlego, pulou do palco, atravessou o Stage Bar por cima do balcão do bar e escalou o camarote para cantar junto com os fãs mais distantes. Esse momento rendeu muitas risadas, mas definitivamente ficou na memória de todos.

Setlist – The Word Alive
2012
The Wretched
The Hounds Of Anubis
Sellout
Light House
Made This Way
Misery
Entirety
Life Cycles
Overdose
Trapped

Ter o Silverstein como headliner da turnê era muito mais do que uma questão de álbum novo ou de sucesso, mas sim de história. Direto do Canadá, eles popularizaram em 2000 o que hoje nós temos  orgulho de chamar de post-hardcore. Com elementos do hardcore, emo e a voz doce de Shane Told, eles já lançaram dez álbuns, entre trabalhos de estúdio, coletâneas e um disco ao vivo.

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Em 2011 eles passaram pelo Brasil, mas nem por isso pouparam o público de um setlist com os principais sucessos da banda. Confesso que até o show deste sábado não era fã dos caras, apesar de conhecer um pouco de sua discografia. Quando me dei conta, já estava emocionada, sorrindo e cantando a letra de Massachusetts. Me converti rapidinho.

É incrível ver a força e a energia que Shane (vocal), Paul Marc Rousseau (guitarra), Josh Bradford (guitarra), Billy Hamilton (baixo e voz) e Paul Koehler (bateria) têm para conduzir a apresentação. Pessoalmente, me emocionei com Ghost, Massachusetts e My Heroine.

A South Bound Tour foi a melhor surpresa deste ano até agora. O que me faz pensar que seria incrível ter pequenos festivais como esse todos os anos. Casas pequenas, palcos pequenos, shows repletos de contato e troca de experiências com os músicos, sem deixar de lado as músicas que amamos.

A Solid Music Entertainment também caprichou ao demonstrar preocupação social. Foram arrecadados mais de 800 quilos de alimentos, além de casacos e cobertores para doação. A entrega de roupas e alimentos foi parte de sorteios que ocorreram durante o festival, com prêmios como merch oficial e meet & greets.

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Setlist – Silverstein
Your Sword Versus My Dagger
In The Dark
Stand Amid The Roar
Massachusetts
Sacrifice
Face Of The Earth
Ghost
Vices
Still Dreaming
Already Dead
Retrograde
Arrivals
Smile In Your Sleep
To Love And To Lose
Smashed To Pieces
Karma
My Heroine

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