Jared Leto comanda show do Thirty Seconds to Mars em São Paulo; Projota participa

JUNIOR BATISTA
Foto: Ale Frata/Código19/Folhapress

Antes de tudo, é preciso entender que o show da 30 Seconds to Mars é 70% de Jared Leto. O resto se divide entre público (que inclusive sobe no palco), alguns poucos efeitos de luz e bolas para o ar, além de uma participação de seu irmão, Shannon Leto, nos vocais. E ele cumpriu bem esse papel na noite de quinta-feira, apresentando-se no Espaço das Américas, na Capital, com direito a bônus de uma participação de Projota em Hurricane.

Mas Jared é como um Deus no palco a ser adorado pelos seus seguidores. Entra no palco com manto azul, cheio de estampas, cabelos longos e barba, de braços abertos. Seria um Jesus de seus fiéis não fossem o óculos escuros, as luvas douradas e os tênis – bem caros, aliás, tudo provavelmente Gucci, sua marca favorita e da qual faz propaganda.

Faz parte do show. Este, seguiu à risca o roteiro de 17 músicas do show no Fórum Braga, em Portugal, no último dia 11.

O início com o combo Monolith (instrumental) e Up in The Air anima. Ainda movimentando-se pouco, ele causa histeria com suas caras e bocas. O fato de também ser ator talvez ajude, mas não dá para negar que ele é bom. E simpático. Aprendeu algumas palavras em português, como pra cima, sai do chão e vamo sopaulo.

Em This is War, um grupo de fãs foi convidado a soltar várias bolas para o público. Não sei se foi uma boa ideia, porque uma hora até o próprio Jared se irritou com elas – muitas acabaram ficando no palco mesmo.

Minha dúvida se ele tiraria ou não From Yesterday (minha favorita) da lista foi positivamente sanada assim que terminou Dangerous Night. É que essa faixa não estava em algumas setlists de shows na Europa. Nela, o público fez mais coro e Jared deu seus gritos no refrão que todos esperavam.

Em alguns momentos, como em Hail to the Victor, o público respirou mais. Rescue Me, que tem tudo para entrar naquela lista de músicas obrigatórias em shows daqui pra frente, empolga bem ao vivo porque Jared faz questão de ressaltar os refrões. Grita muito e a galera acompanha.

Já de boné, escondendo os cabelos, ele começa Hurricane, dizendo ser uma das músicas mais sexy que ele já fez na vida, se não a mais. Em clima de hip hop, qual não foi a surpresa da galera quando Projota surge no palco rimando? Os dois se abraçam, Jared curte o ritmo, até ensaia uma reboladinha e depois o rapper já sai, nos versos finais.

Então, Shannon assume os vocais para cantar Remedy. Momento bem bacana, à meia luz, que combina com o ritmo dela.

Para The Kill, Jared já está de regata e – o manto foi embora. Antes de finalizar, com Closer to the Edge, ele avisa que a faixa terá acompanhamento de um fã chamado Vinicius. Dois fãs sobem ao palco para uma selfie também. Além disso, ele chama dezenas para o palco, desce até a área reservada aos deficientes, abraça e convida alguns para o palco também. Antes de voltar, inicia a faixa de mãos dadas com um fã e canta os primeiros versos à capela, pendurado na grade.

Mesmo sendo super organizado como um bom capricorniano não deixaria de ser, Jared não deixa a desejar para o público. Faz sua parte e canta bem. É uma entidade que está ali pra entreter e cumpre bem esse papel.