JÚNIOR BATISTA
Fotos: Ricardo Matsukawa / Divulgação
O show do Pet Shop Boys, na noite da última terça-feira, em São Paulo é, acima de tudo, uma experiência a ser vivida (e recordada). Quem esteve por lá pôde conferir o duo britânico de eletro-pop formado por Neil Tennant e Chris Lowe em ótima forma. A plateia, formada sobretudo pela galera acima dos 40 anos, vibrou como se pudesse ter voltado aos anos 1980. A voz de Neil, idêntica aos discos ainda que ele esteja no auge dos seus 63, é impecável. O palco, efeitos, luzes e figurinos, outro show à parte.
No palco, além do telão gigantesco para as projeções, dezenas de luzes ambientavam o público numa imersão à apresentação. Dois círculos estrategicamente colocados nos dois cantos do palco se movem pra revelar os músicos. Tudo ao som de Inner Sanctum, música do novo álbum, Super, lançado ano passado.
Enquanto Neil vestia um capacete “espacial” e óculos escuros, além de um terno elegante com brilhos, nada se via do rosto de Chris, com o mesmo acessório. Três músicos, que tocaram de teclado a violino, completavam o figurino. Repeteco do show no Rock In Rio, na última sexta-feira, com o toque dos cenários e luzes, que foram mais vivas.
A música empolgou dos poucos jovens aos mais velhos. Os fãs mais saudosistas aprovaram a canção e cantaram junto do início ao fim. Enquanto o telão exibia uma combinação de luzes e elementos abstratos, formas geométricas, outras nem tanto, tudo colorido, em sincronia.
À medida que o público se envolvia, com a sequência de Opportunities (Let’s Make Lots of Money) – em que cifras de dólares “caíam” em cima do público, The Pop Kids e In the Night, Neil aproveitou o intervalo pra colocar uma jaqueta metálica, que refletia ainda mais os efeitos cenográficos, e cantar Se A Vida (That’s the Way Life is). “Brasil, vocês me deram essa aqui de presente”, disse ele na introdução da faixa, que está no álbum Bilingual (1996), surgido a partir de uma turnê pela América Latina e que tem mistura de idiomas nas músicas.
O show entra numa vibe mais “romântica”, com as baladas Love Comes Quickly, Love Etc, até que chega a vez de West End Girls, que o público vibrou muito. Foi um levante e Neil deixou muitos versos na voz do público.
Na sequência It’s a Sin, Left to My Own Devices (Super Mix) e Go West foi impossível ficar parado e tirar os olhos do palco. Neil e Chris vibraram junto. “Obrigado, São Paulo”, disse ele, em português, várias vezes.
Assim que acaba Go West, os músicos se despedem e as luzes são apagadas. Balões gigantes descem do teto e começam se inflar. Coloridos, eles combinam com os capacetes do músicos, igualmente de bolinhas, que aparecem um a um, para o hit Domino Dancing. Neil e Chris ressurgem, sem o acessório, com o público já gritando, sabendo do que se tratava. Muitos deles, com plaquinhas escritas “All Day”, refrão da faixa.
Emenda com Always On My Mind e termina com um choro de The Pop Kids (de novo). Nem parece que acabou. Dá vontade de ficar a noite inteira imerso naquele ambiente. E, se depender da vitalidade da dupla e da alegria do público, ficava mesmo. Voltem logo, “meninos”.
Setlist
Inner Sanctum
Opportunities (Let’s Make Lots of Money)
The Pop Kids
In the Night
Burn
Love Is a Bourgeois Construct
New York City Boy
Se A Vida É (That’s The Way Life Is)
Love Comes Quickly
Love Etc.
The Dictator Decides
Inside a Dream
West End Girls
Home and Dry
Vocal
The Sodom and Gomorrah Show
It’s a Sin
Left to My Own Devices (Super Mix)
Go West (Village People cover)
Bis:
Domino Dancing
Always On My Mind
The Pop Kids (Reprise)
