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Lana Del Rey encarna a mulher fatal definitiva

EDUARDO CAVALCANTI
Foto: Camila Cara/Divulgação

Lana Del Rey sabe uma ou duas coisas sobre sedução. Quem ouve qualquer um de seus álbuns fica com a sensação de que existe alguma coisa incongruente entre a imagem de garota da casa ao lado que aparece na capa e o modo torturado como ela interpreta as canções que escreve.

A peça que faltava estava no show que a cantora norte-americana mostrou na noite do último domingo no encerramento do Lollapalooza. Lana fez um candidato natural a show mais sexy já apresentado por alguém no festival. No meio do indie rock, pelo menos, não é comum o teor de sensualidade que, em alguns momentos, beirou o nível Sharon Stone em Instinto Selvagem.

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Desfilando pelo palco de botas de salto agulha até o joelho e um vestido preto tão curto quanto seria possível para o horário, Lana Del Rey reproduziu com perfeição a imagem de femme fatale moldada por milhares de filmes de Hollywood. Cantou deitada no palco, engatinhou sobre o piano, sentou de pernas cruzadas num balanço – e fumou um cigarro como se estivesse num cabaré, às 3 da manhã.

É assim que, quando ela canta Lust for Life, faixa-título de seu último álbum, a palavra lust ganha um sentido adicional. Do mesmo modo, em Ultraviolence, o sadomasoquismo implícito na letra (He hit me and it felt like a kiss/He hurt me but it felt like true love) evoca exatamente o tipo de personagem que se vê no palco.

Porque também não há dúvida de que a Lana Del Rey verdadeira pouco ou nada tem a ver com a que esteve no Lolla. Isso fica claro quando ela deixou de lado o ar blasé da apresentação e andou entre o público, se deixando abraçar e beijar pelos fãs. Ou quando caminhou anônima por uma praia carioca, usando jeans, camiseta e chinelo.

Pela natureza narcótica do seu repertório, é de se esperar que a cantora, ao vivo, recorra a um artifício capaz de provocar algum tipo de confronto entre o que o público ouve e o que ele vê. A saída menos óbvia foi escolher um tipo de imagem que reforça a associação com o ritmo sonâmbulo das músicas, ao mesmo tempo em que adiciona uma outra camada de sentido a elas.

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O show era um dos mais esperados do festival. Acabou sendo o de maior impacto. Como ela canta em Summertime Sadness, que encerrou a apresentação, é bom que Lana Del Rey saiba que, junto com a performance minimalista de David Byrne no sábado, ela foi a melhor.

Setlist
13 Beaches
Cherry
Pretty When You Cry
White Mustang
High by the Beach
Born to Die
Blue Jeans
National Anthem
West Coast
Lust for Life
Change / Black Beauty / Young and Beautiful
Ride
Video Games
Ultraviolence
Serial Killer
Yayo
Get Free
Summertime Sadness

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