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Resenha: Humberto Gessinger na Capital Disco, em Santos

Poderíamos começar o texto fazendo relação com o fato de Humberto Gessinger carregar nas costas seu legado musical, transformando-se assim no ‘exército de um homem só’, como ele mesmo versou outrora. Mas seria injusto. Humberto não está sozinho. Nando Peters e Rafael Bisogno, respectivamente competentíssimos guitarrista e baterista, seguram as pontas perfeitamente para que Gessinger possa viajar em sua própria musicalidade e repertório.

Além deles, o público também está com o vocalista, cantando junto sílaba a sílaba, não apenas todos os sucessos da carreira, mas também a inédita Alexandria, já inserida no atual setlist e cantada pela maioria.

Pra não passar em branco e conseguirmos utilizar alguma citação, a juventude pode até ser “uma banda numa propaganda de refrigerantes”, mas em cena, Humberto ainda é jovem, um garoto, e dá este status às suas músicas, reinventando-as, com novos arranjos, medleys e releituras, que fazem com que o mais manjado dos hits tenha sempre um novo sabor e o frescor das canções não passem tão rápido.

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Ah, os hits. Eles estavam todos lá, na íntegra ou em pontuais citações: Eu que não amo você, Somos Quem Podemos Ser, Terra De Gigantes, A Montanha, Alívio Imediato, Pra Ser Sincero, Refrão De Bolero, Piano Bar, O Papa é Pop, Infinita Highway e tantos outros. Além destes, um bloco relembrando o disco Longe Demais Das Capitais, que completa três décadas este ano – com Segurança, Crônica e Toda Forma De Poder; e um bloco relembrando as duas décadas do disco do Gessinger Trio, aqui representado por De Fé, Vida Real, Freud Flinstone e O Preço.

Louco Pra Ficar Legal e Faz Parte, faixas menos badaladas do Engenheiros, mostram que a produção do músico tem muita qualidade, e dialoga bastante com o que fez em seus melhores momentos. O resgate de Pose no repertório, também merece ser citado. Uma das melhores letras de Gessinger, faixa de um de seus principais álbuns, o GLM, ou o disco azul, para os mais íntimos.

Em cena, Humberto toca baixo, gaitas – de fole e de boca, guitarra e teclado, tudo acompanhado de uma grande pedaleira de efeitos, um profissionalismo acima da média e uma simpatia natural, de quem está ali, acima de tudo, pela música. Não tem nem lógica ser por outra coisa.

E talvez seja esse mesmo o segredo. Gessinger anda só (olha a referência ai de novo!), mas muito bem acompanhado, recriando caminhos para que não canse de seus passos. Ainda se diverte criando, recriando, modificando, enfiando cacos, mas sempre mantendo ali suas características mais marcantes – do prog ao regionalismo gaúcho. Autoral e “sincero como não se pode ser” (agora sim, encaixou!). Nunca foi unanimidade, mas sempre carregou uma legião de fãs consigo. Joga por eles e por si. Hoje, usa e abusa de sua alta musicalidade para se recriar e fazer um dos shows mais interessantes, relevantes e divertidos de sua geração. Ficou legal.

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Fotos: LUDMILA BONANI

2 Comments

2 Comments

  1. Marcelo Serrano

    2 de outubro de 2016 at 17:44

    Sempre maravilhoso os shows de Humberto Gessinger, sou fã dele há 30 anos, e já estive em shows de todas fases da sua carreira, e posso dizer, é um espetáculo!!!! Parabéns HG.

  2. Raphael Fera Ribeiro Credidio

    23 de novembro de 2016 at 16:12

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