Fotos: Flávio Santiago/Onstage
Assistir o quarteto canadense Mute já não é considerado mais uma oportunidade única na vida. Com uma base de fãs bastante sólida no Brasil, eles estiveram mais uma vez em São Paulo no último domingo, protagonizando uma noite de muito skate punk ao lado dos americanos da No Trigger e dos brasileiros da 69 Enfermos.
A Jai Club, local escolhido para o gig – realizado pela Solid Music Entertainment – é sinônimo de shows bastante movimentados e ao mesmo tempo, intimistas. É um daqueles lugares em que você pode comprar a camisa da banda, pegar um cerveja e conversar com os músicos sem a preocupação de estar os incomodando. Na verdade, quem se apresenta na Jai Club parece sempre estar disposto a conversar e dividir uma bebida com os fãs.
Desta vez não foi diferente. Pontualmente, às 18h45, os metade brasileiros, metade colombianos da 69 Enfermos subiram ao palco para cantar alguns de seus sucessos para o público da noite. Formada por Dalin Focazzio (guitarra e voz), Wagner Donat (baixo e voz) e Carlos Waltrick (bateria e voz), a banda foi criada nos anos 1990 na Colômbia e hoje está em Porto Alegre.
Sua setlist continha sucessos como A Better World, I See It e Maribor, de seu disco Beyond Borders, lançado em 2015, entre outros.
No final da apresentação, Wagner Donat pediu palmas para o vocalista. O show daquela noite havia sido o primeiro que Dalin pode fazer após uma cirurgia nos olhos.
Às 19h40 foi a vez dos americanos da No Trigger estrearem nos palcos paulistanos. Direto de Boston, a banda estava muito ansiosa para vir ao Brasil. Antes da apresentação, o guitarrista Jon Strader explicou que os músicos queriam tocar no país há bastante tempo, mas não tinham tido sucesso até então.
Por esse motivo, o show foi explosivo do início ao fim. Os fãs já lotavam a casa quando a banda subiu ao palco e era emocionante como o público comemorava e cantava interagindo com Tom Rhenault, vocalista da banda. Como todo bom show de skate punk, não faltaram stage dives, rodinhas punk e muitos momentos emocionantes. Os músicos pararam diversas vezes para explicar como estavam animados por finalmente tocarem em São Paulo.
Assim como prometeram em entrevista antes da turnê, a No Trigger fez um show para agradar seus fãs mais recentes e mais antigos também. A banda tocou canções de seus discos Canyoneer, Tycoon e do EP mais recente, Adult Braces. Sleeping Bag, lançada no ano passado, foi apontada pelo vocalista como uma de suas músicas favoritas da banda.
Muito bem humorados e divertidos, os músicos da No Trigger se divertiram conhecendo os fãs, querendo aprender mais sobre o Brasil, assistindo os shows, tomando açaí e buscando um lugar onde assistir o Super Bowl no fim daquela noite.
Setlist – No Trigger
Dried Piss
Neon National Park
Dogs on Acid
The (Not So) Noble Purveyors Of The Third or Fourth Coming
My Woods
Checkmate
Sleeping Bag
You Said It
Fish Eye Lens
More To Offer
Owner Operator
Mas era inegável que o grande nome da noite era o Mute. O quarteto canadense é conhecido por seus riffs acelerados e execução impecável das músicas ao vivo e não deixou seus fãs decepcionados. Muito pelo contrário, a banda deu o seu melhor em músicas do seu último disco, Remember Death, além do The Raven e Thunderblast.
Com a casa cheia, o carisma da noite ficou nas mãos – ou melhor, na fala -, de Étienne Dionne, baterista e vocalista da banda. Ele fez algumas pausas durante o show para conversar com a platéia e falar sobre as próximas músicas, sempre em um português bastante desenvolto.
Algumas canções foram pontos altos da apresentação: Fill The Void e The Dagger, do último álbum, colocaram todos os fãs para cantar em coro, assim como a famosíssima Bates Motel, tocada no fim do show. Além delas, o Mute também cuidou para que bons covers não escapassem da setlist, como Don’t Call Me White (NOFX) e To Be With You (do Mr. Big, já regravada pela banda).
Mas o público ficou surpreso e animado com outro cover: o de Soulmate, do No Use For A Name, com o guitarrista Matt Kapuszczak nos vocais.
Setlist – Mute
Resistance
Wolf’s Den
Strangers
Fill the Void
Coming Back
The Tempest
Nevermore
The Dagger
Allies
Fading Out
Communication Breakdown
Soulmate (cover do No Use For A Name)
Mirage
Santa Muerte
Bates Motel
Don’t Call Me White (cover do NOFX)
To Be With You (cover do Mr. Big)