EDUARDO CAVALCANTI
A sétima edição do Lollapalooza foi aberta na sexta-feira, de fato, com a apresentação da banda texana Spoon para um público ainda frio e que, a princípio, não sabia muito bem o que fazer de uma atração que, apesar do longo tempo de estrada e do sucesso lá fora, está longe de ser um nome familiar por aqui. Ainda mais por não estar cercada pelo hype que costuma favorecer outros participantes do festival.
É o tipo da banda que, no Brasil, tende a causar pouco alarde entre a parcela mais ‘descolada’ do público. Não é estranha, nem poser, nem seus integrantes são novos o suficiente para impressionar os mais suscetíveis a colocar imagem sobre substância.
O Spoon se dedica a fazer músicas que soam como se os Rolling Stones pós-anos 70 tentassem fazer art rock – e conseguissem. O repertório foi, basicamente, o do último álbum, Hot Thoughts, lançado ano passado, e de Gimme Fiction, de 2005, que fez da banda uma das indies mais bem-sucedidas dos anos 2000, assim como da década atual.
Pela recepção morna do público, ninguém jamais desconfiaria disso. Esse tipo de apatia não chega a ser novidade no Lollapalooza. Há três anos, os ingleses do Kasabian também não causaram maior impacto por aqui, mesmo sendo uma das bandas mais energéticas da cena britânica.
Fazia todo sentido, portanto, que o Red Hot Chili Peppers fosse o headliner do dia. A banda não faz sombra para o LCD Soundsystem, a outra estrela da sexta-feira, mas a familiaridade – a essa altura do campeonato, excessiva – não deixa dúvida de se tratar de uma aposta certa. Festivais de rock no Brasil ainda não abrem mão dessa garantia.
Setlist
Do I Have to Talk You Into It
Inside Out
I Turn My Camera On
The Beast and Dragon, Adored
Don’t You Evah
Do You
Can I Sit Next to You
My Mathematical Mind
Don’t Make Me a Target
Hot Thoughts
The Underdog
Got Nuffin
Rent I Pay
