Algumas recomendações de indie asiático (e recente)

Algumas recomendações de indie asiático (e recente)

Fugindo um pouco do tema da coluna, me peguei ouvindo alguns sons estrangeiros (e muito recentes) que, de alguma forma, me pescaram pela simplicidade das canções e pela aura lo-fi que carregavam consigo. Óbvio que nada disso seria possível sem o Spotify e suas recomendações corriqueiras, que acabaram abrindo o caminho das pedras amarelas para mim – então é tudo bem acessível.

A primeira delas é um conjunto taiwanês de pop shoegaze chamado Skip Skip Ben Ben. Apesar dos nomes ininteligíveis em mandarim, é uma boa pedida para quem gosta MUITO de reverb e vocais femininos rispidamente agudos (e com pouca clareza nas palavras).

A qualidade de produção não é das melhores, mas nada que estrague a gostosura das canções – que são bem leves, mas bem construídas. A forma como os elementos sonoros se colidem pode soar bagunçado para quem não é habituado com essa sonoridade homogênea, mas é um tiro certo pra quem tem base no dream pop.

Recomendo o último lançamento, Mirror To Mirror, de 2015 (é o único presente no catálogo do Spotify, com título em mandarim).

Não tão lo-fi, mas sem sair do continente asiático, a harunemuri, do Japão, é uma boa pedida para quem gosta de algo mais radiofônico. Voltado para o JPop – mas sem cair em estereótipos e demais pastiches – a artista flerta com sonoridades distintas em seu primeiro disco, Haru To Shura (lançado este ano).

Dentre as faixas mais chamativas, destaco a barulhenta MAKE MORE NOISE OF YOU (assim mesmo, em caps). Uma síntese do flerte constante com o pop rock carregado por várias faixas do álbum. Yumewomiyou, com influência americana, e Yoruwooyoideta, com excelentes jogadas de voz e instrumental digital, são outros bons momentos.

https://youtu.be/1AVQ_0SxLtM

Para fechar as recomendações deste fim de semana, a VOOID chega com várias nuances de rock psicodélico, experimentalismo e (um pouquinho de) indie rock. Em alguns momentos, os taiwaneses arriscam até um pop punk com fragmentos de shoegaze – como em Into The Void, presente no debute homônimo (único registro do grupo). O disco tem seus contrastes, reservando momentos bonitos e melódicos como World War Zero (uma balada bem viajada) e, também, barulheiras dançantes como Guided By Voice In My Head.