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Andy Warhol e a música

O ano de 2017 marca três décadas da morte do maior visionário da cultura pop. Com 59 anos, Andrej Varhola – felizmente conhecido por todos como Andy Warhol – deixava para nós um legado de obras, ideias, influências e estilos que, mais tarde, descobririam-se atemporais. É importante lembrar que, sem Warhol, talvez a estética daquilo que chamamos de mundo moderno não fosse a mesma: o artista foi crucial para o florescimento da cultura pop como um meio inovador e comercial dentro dos padrões capitalistas dos EUA nos anos 1960, e boa parcela das expressões artísticas vistas hoje em dia não existiriam sem suas excentricidades. Na música, então, nem se fala.

Em 1967, produziu e patrocinou o que viria a ser ilustrado como o disco da banana do The Velvet Underground. A capa, idealizada por ele mesmo, foi produzida durante as gravações e teve como intuito captar as letras sexualmente agressivas de Lou Reed. A pedido da banda, a assinatura do artista foi estampada na capa como forma de trazer mais visibilidade ao projeto – prova concreta do respeito conquistado por Warhol àquela altura.

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Apesar das pouquíssimas vendas – e de uma panelinha que afirmava ser apenas uma brincadeira de mau gosto do artista plástico – o disco viria a influenciar grande parte das músicas que seriam produzidas nas décadas posteriores. Em um cenário dominado pelas camadas psicodélicas dos hippies, as possibilidades abertas pelas inovações do álbum, tosco e genial simultaneamente, foram gigantes. Como afirma uma das frases mais célebres de Brian Eno, “na época, poucos compraram o disco, mas quem o fez, formou uma banda”.

Dois anos depois, seria chamado por Mick Jagger para produzir a capa do novo disco dos Rolling Stones. Jagger enviou um pedido formal por carta e o artista topou. Warhol, como era de se esperar, trouxe consigo uma das capas mais provocadoras da música. Sticky Fingers, décimo-primeiro disco da banda, lançado em 1971, contém um pênis ereto por baixo de uma calça jeans apertada. O reboliço não foi pouco. O sucesso também não.

No mais, pode-se dizer que o artista plástico era um verdadeiro workaholic de capas de disco, acumulando uma lista com mais de 100 clientes no ramo musical. Criou, indiretamente, a do debute dos Smiths, que conta com uma imagem de um filme produzido pelo artista. O nome do filme é Flesh e pertence à Paul Morrissey Trilogy.

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Além de lidar com vários músicos de forma profissional, Warhol também sabia cultivar e influenciar amizades. The Factory, seu estúdio de artes em Nova Iorque, era um dos maiores centros de encontro da cena musical da década de 1970, da qual frequentavam nomes como John Lennon, Debbie Harry, Patti Smith, Iggy Pop, entre outros.

Lou Reed, que após as gravações do primeiro disco do Velvet Underground se tornou um grande amigo do artista, compôs o clássico Take A Walk On The Wild Side em homenagem ao estúdio. Segundo alguns boatos, Like A Rolling Stone, do Bob Dylan, fala sobre um affair de Dylan que trabalhava para Warhol no local. Bowie também prestou homenagens ao artista, e deu seu nome a uma música que posteriormente iria para o disco Hunky Dory. Warhol não gostou da música, por achar que a mesma fazia piada com sua aparência física.

Hoje, as referências a Warhol em videoclipes, filmes ou produtos comercializados são diversas, o que é, ironicamente, um contraponto à crítica que o artista lançou nos anos 1960 com o movimento art pop.

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