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Angra renasce das cinzas e lança ‘Secret Garden’

Por Carlota Cafiero

Não foi das cinzas de Carnaval que a banda Angra renasceu – mas das duas baixas sofridas em sua formação, em menos de três anos, com a saída do vocalista Edu Falaschi, em 2011, e do baterista Ricardo Confessori, em 2014.

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Como toda banda de metal melódico, a Angra tem nos vocais virtuoses a base do seu som. E depois de contar com dois exímios vocalistas – o tenor lírico Andre Matos e o barítono Edu Falaschi – era de se esperar que os fãs mais ardorosos cobrassem uma substituição à altura.

O terceiro vocalista a se juntar ao grupo foi o italiano Fabio Lione (do grupo Rhapsody Fire), que passou a cantar na Angra em 2012. Seu nome foi recebido com desconfiança pelos fãs, sobretudo, no Brasil.
Porém, depois do resultado do oitavo disco de estúdio da banda, Secret Garden, que foi lançado em 16 de janeiro deste ano no Brasil e Europa, muitos estão mudando de ideia.

“Os brasileiros cultivam um amor muito patriótico em relação ao conjunto, e acham legal que a banda permaneça genuinamente brasileira. Porém, Fabio Lione é uma boa representação do povo latino no heavy metal, que é um gênero anglo-saxão”, justifica um dos fundadores do Angra, o guitarrista e vocalista Rafael Bittencourt.

A desconfiança dos fãs em relação a Lione também se deve ao fato dele ser conhecido como estepe em bandas de metal que precisam substituir vocalistas de última hora (como aconteceu na turnê da norte-americana Kamelot, em 2010, com a saída repentina de Roy Khan).

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Mas, no que depender do Angra, Lione será um integrante permanente. “Ele não tem contrato com a gente e está livre para continuar com seus projetos paralelos, mas, para nós, está sendo muito bom ter um vocalista estrangeiro. O Lione abriu portas para festivais na Europa e ele é muito querido no Japão”, comenta Rafael.

Mas a prova de fogo para Lione foi cantar na turnê internacional de 2013 e 2014, comemorativa aos 20 anos do primeiro álbum do Angra, Angels Cry. Desde então, o intérprete italiano vem colecionando elogios em sites e revistas, especialmente no Japão, onde Secret Garden foi lançado em dezembro de 2014.

Agora, o grupo se prepara para mais uma turnê mundial com o novo álbum, em abril, a começar pelo Chile e seguindo para o Japão. Brasil, Itália, Estados Unidos e de volta ao País, em novembro, para um show especial no dia 7, no HSBC, em São Paulo. Completam a banda o guitarrista Kiko Loureiro e o baixista Felipe Andreoli.

Participações especiais
Fazia mais de quatro anos que o Angra não lançava nada, nem uma música inédita – desde o disco Aqua, de 2010, e a saída de Edu Falaschi, no ano seguinte.

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Com pré-produção do renomado produtor Roy Z (Judas Priest, Bruce Dickinson, Halford), produzido e gravado na Suécia por Jens Bogren (Kreator, Arch Enemy, Opeth), Secret Garden guarda muito do que consagrou o paulistano Angra como um dos maiores representantes do heavy metal no mundo: riffs marcantes, guitarras aceleradas, refrões épicos, pitadas regionalistas na percussão e intrincadas evoluções instrumentais.

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Lione esbanja presença e talento em várias faixas – como se vê no clipe de Storm of Emotion, uma dos melhores do disco. Seu timbre tenor se encaixa muito bem nas composições que ajuda a criar e, quando necessário, os seus agudos não desapontam.

Mas o álbum é marcado, também, por participações de outros vocalistas, como o próprio Rafael Bittencourt. Entre os pontos altos constam a bonita faixa-título, que traz o toque delicado da cantora holandesa Simone Simons, que interpreta a canção sozinha; Crushing Room, com toda a carga dramática da diva alemã dos anos 80 Doro Pesch (ex-Warlock), que divide os vocais com Rafael; e a balada Silent Call, que poderia fazer parte da trilha de algum dos filmes da saga O Hobbit.

Álbum conceitual
Como nos álbuns anteriores do Angra, Secret Garden também conta uma história: a do cientista sueco Morten Vrolik (personagem fictício), que tem suas certezas abaladas ao entrar em coma após acidente de carro.

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Durante sete meses, Morten vive experiências metafísicas, com visões de seres que não parecem humanos, e tudo parece muito natural para ele. Então ele encontra sua mulher no secret garden (jardim secreto) e tem a sensação de ter começado uma nova vida, sem recordações de nada antes do acidente.

Ao despertar do coma, Morten mergulha num pesadelo real, ao descobrir que sua mulher morreu no acidente, enquanto ele dirigia, e que um falso amigo tomou seu lugar no emprego. Deprimido, o cientista começa a ouvir vozes e sentir a presença de espíritos, abalando suas bases científicas.

Destaque, também, para a bonita arte gráfica da capa e do interior do álbum, criada pelo desenhista Rodrigo Bastos Didier – que representa os momentos oníricos da história.

(*) Reportagem publicada em A Tribuna em 18 de fevereiro

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