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Baco Exu do Blues faz show empolgante em Santos

23 de novembro de 2018. Há um ano a cena do rap nacional era abalada por uma obra sem igual. Baco Exu do Blues lançava o álbum Bluesman que lhe rendeu prêmios, sucesso e status. Um ano depois, neste sábado, na mesma data, o artista comemorou o aniversário do trabalho em Santos, na Arena Clube.

Atmosfera de ansiedade advinha do público que claramente estava com as letras da música na ponta da língua só esperando o autor e sua banda para cantar junto. E assim foi, quando Baco, de 23 anos, subiu ao palco com uma hora de atraso.  

Abertura

Antes, à 0h30, o Duo DVPZ  (leia-se diquéps), responsáveis pelo show de abertura, chegaram embrasando nos beats. O funk foi destaque mesclado com outros gêneros e músicas conhecidas. A primeira escolha levantou a galera que logo acompanhou o “automaticamente, quando ela escuta, já quer embrasar, ela fica maluca…”. 

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A dupla de Hortolândia (cidade vizinha a Campinas) passou por Perla com Tremendo Vacilão, Rincon Sapiência com Ponta de Lança, até Formation da Beyoncé com mistura de funk e trap. As imagens de fundo e o jogo de luz acompanhavam as batidas.

O duo se despediu da plateia por volta da 1h32. Em seguida, o logo da 999, gravadora de Baco, apareceu na tela de fundo e sabíamos que ele estava por vir. 

Bluesman no palco

Quatro minutos depois um toque de blues dominava o ambiente e Baco Exu do Blues dava as caras. Gritos do público quando reconheceram a primeira música do repertório “eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos, o primeiro ritmo que tornou os pretos livres”. Era Bluesman, que dá nome ao álbum e abre o trabalho.

Nessa hora, os celulares apareceram em direção ao palco. A plateia cantou cada letra com muita empolgação, como se tivesse algo preso na garganta que pudesse finalmente libertar. 

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Ao terminar a música, Baco puxou um: “Facção Carinhosa” e o público completou com “Ei Ei” (isso se repetiu em vários momentos do show). Depois ele pediu que a plateia cantasse parabéns para o seu álbum.

Finalizada as palmas, Queima a Minha Pele deu procedimento ao show. Lovesong é um dos fortes de Baco e dava para perceber isso ao ver os casais agarrados cantando músicas como essa. 

O clima do show mudou quando ele introduziu a faixa Esú, de álbum do mesmo nome, lançado em 2017. As imagens de fundo e os jogos de luzes ficaram vermelhos, trazendo uma atmosfera de rap muito mais pesado como é seu antigo trabalho. A plateia fez coro no trecho “sinto que o mundo tem medo de mim”.  

As Lovesongs

Voltando ao repertório de Bluesman, Flamingos levou o pessoal a loucura com o trecho “me deixe viver ou viva comigo, me mande embora ou me faça de abrigo”. No final da música, o solo de um integrante da banda arrancou gritos e aplausos. 

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Baco sintonizou sua energia com o público quando fez a capella de Girassóis de Van Gogh. “Não quero mais dormir do seu lado, prefiro ficar acordado guardando seu rosto para lembrar de você…”.

Os fãs imediatamente acompanharam. Quando o instrumental surgiu: gritos e luzes amarelas tomaram conta da Arena. 

Uma das mais esperadas da noite, a premiada Te Amo Disgraça, considerada canção do ano pelo Prêmio Multishow 2018, começou em tom calmo e melódico na voz de uma das backing vocals. Na vez de Baco cantar, a plateia foi a loucura. Ele dizia “vai senta firme” e o público completava com “vai, senta, senta, senta, vai”. A voz dos fãs se igualou  ao som do microfone do artista. 

Desculpa Jay Z deu procedimento ao clima romântico. Na tela de fundo, a imagem da Beyoncé. Ao terminar, Baco pediu para que o público se abraçasse para o “Abre caminho, deixa o Exu passar”. A música Abre Caminho fez o povo pular com o ritmo mais acelerado. 

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Exaltação do preto e despedida

Uma batida envolvente identificou a intro de Minotauro de Borges. Palmas acompanharam o ritmo. Imagens do álbum bluesman de fundo.

Depois Baco fez um freestyle exaltando o povo preto. “Eles vão ter que aturar. Devolva o rap para o preto, o funk para o preto”, foram algumas de suas palavras. E ainda mandou um recado: Se algum boy branco se incomodou com as minhas palavras pode sair. Foi aplaudido. 

Prosseguiu o show com Kanye West da Bahia, sendo “o preto mais odiado que você vai ver”. A admiração do público provava o contrário da letra. Daí, ele anunciou o fim do show e para fechar pediu para todo mundo “pular três vezes tipo fitdance” quando ele cantasse “prata tá-tá-tá tá-tá-tá”, da música Preto e Prata. O público obedeceu. Mãos para o alto acompanhando as ordens também fizeram parte da vista.

Com um simples “Obrigada Santos” deixou o palco por volta das 2h29. Houve reclamações da plateia sobre ser pouco tempo de show. Eles queriam mais.

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Um ano após o lançamento do álbum e já tendo feito um show no Município, no Sesc em 2018, o bluesman provou que suas músicas continuam atuais e na “boca do povo”. 

Próximo passo

O lançamento do próximo álbum de Baco Exu do Blues está sendo divulgado pelo artista em suas redes sociais. No YouTube da 999, ele disponibilizou uma web série sobre o processo de criação do novo trabalho. Vale a pena conferir enquanto as produções não saem. 

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