Em 1992, eu estava no auge da minha adoração gunner, eu comecei a buscar as referências musicais dos caras me baseando nas camisetas e adesivos que os integrantes exibiam nos shows.
Nessa época eu ja tinha “descoberto” os Sex Pistols, já havia assistido Sid & Nancy – O Amor mata e o baixista Duff McKagan, o “meu Sid Vicious”, era o elo de ligação entre esses dois mundos, hard e punk rock, e o que mais despertava minha curiosidade.
O seu amplificador tinha a inscrição L.A.M.F. e em um mundo sem internet, levei anos para descobrir o significado disso. Da mesma forma, havia um adesivo colado no seu baixo que mostrava uma caveira dentro de um copo de Dry Martini e duas palavras: Social Distortion.
Nessa época, um primo muito querido, recebia um suborno mensal dos seus pais para comprar discos e sempre me chamava para ir com ele. Lembro bem, durante esse garimpo, quando passava meu olho pela letra S avistei o nome “Social Distortion”. Eu pensei: “Será que isso é o que eu estou pensando que é?” Puxei o CD e lá estava, na parte de trás, lado direito, abaixo da track listing, a tal caveira.
Era isso! Agora eu sabia do que se tratava o adesivo do baixista do Guns. Naquela época, podíamos pegar o CD e pedir para ouvir antes de comprar. Não tive duvidas, larguei meu primo olhando os discos e corri para ouvir o achado. Fones colocados, CD carregado, play, faixa 1, 00:00:01. Boooom! Fim de papo.
Saí correndo da cabine, fiz a cabeça do meu primo para levar o disco e ainda o convenci a deixar o CD comigo, para que eu gravasse em uma fita k7. Não que meu primo tenha ficado na mão, mas ele estava mais interessado em ouvir o novo do Black Crowes (The Southern Harmony and Musical Companion, que por sinal é um disco incrível também).
Voltando à descoberta daquela tarde de agosto de 1992, o disco do Social Distortion se chamava Somewhere Between Heaven and Hell, o resto é história para boi dormir.
Considerado por muitos, como um dos maiores clássicos da banda, SBHH é um disco onde a influência country (aliada ao punk rock) é muito forte. Das 11 músicas, duas são versões de artistas do gênero.
Outra característica marcante são as canções que primam sempre pela simplicidade e onde todas juntas soam como se estivéssemos ouvindo um Greatest Hits.
A banda, que segue na ativa até hoje, lançando discos com grandes intervalos entre um e outro, divulgou seu último trabalhou em 2011, mas na minha humilde opinião, esse é o seu maior clássico.
Obs 1: Me lembro que anos depois, eu já sabia tocar o disco inteiro no violão. When she begins foi a primeira que aprendi a tocar autodidaticamente, com um violão emprestado, que eu quebraria meses depois, após um ataque de fúria alimentado pelo Nevermind the Bollocks, dos Pistols, mas isso é outra história.
Obs 2: Esse disco foi lançado quase no meu aniversário, no dia 11 de fevereiro de 1992, e isso me fez ter mais carinho ainda por ele.
Social Distortion – Cold Feelings
Essa é a tal da faixa 1 que me arrebatou desde a primeira ouvida.
Social Distortion – Bad Luck
O grande hit do disco e um dos maiores clássicos dentro da discografia da banda.
Social Distortion – King of Fools
https://www.youtube.com/watch?v=drrSZClaBPE
Um dos dois covers do álbum. Essa é do artista country Ed Bruce.