DANIELLE CAMEIRA
Em um primeiro semestre lotado de shows incríveis no Brasil, podemos acrescentar mais um à lista: a banda de metalcore australiana The Amity Affliction vem ao país pela primeira vez para uma apresentação única no Clash Club, dia 14 de maio. A venda de ingressos começa hoje (20), a partir das 15h. Compre aqui.
Mas apesar de passar um pouco despercebida entre os fãs de metalcore, o The Amity Affliction é uma das bandas mais incríveis a quebrar o eixo Estados Unidos – Reino Unido, assim como o Parkway Drive. Por isso mesmo é muito importante conhecê-la, com sua sonoridade única, os refrões marcantes e as bandeiras que levantam, principalmente pela saúde mental e contra o suicídio.
A morte é tema constante de suas músicas e foi a partir dela que surgiu o nome da banda. O nome foi dado por um amigo dos membros da banda que, ainda durante o colegial, morreu em um acidente de carro. Em inglês, “amity” significa amizade. E “affliction”, aflição e sofrimento. Ou seja, a banda veio falar sobre a dor que sentia sobre a morte.
E assim é desde 2003, quando foi formada pelos amigos Troy Brady e Ahren Stringer na cidade de Gympie, em Queensland, Austrália. Nos primeiros anos de banda, enquanto encontravam outros membros, lançaram dois EPs, The Amity Affliction e High Hopes.
Severed Ties (2008)
Cinco anos após o início da banda, veio o primeiro álbum de estúdio. Com um corpo sendo arrastado na arte de capa do disco, as músicas eram pesadas e algumas continham samples de filmes que a banda gostava na época. Uma das que mais chamam atenção por destoar da temática da banda é o cover de Love is a Battlefield, de Pat Benatar. Sim, a mesma música do Guitar Hero III e é demais!
E por menor sentido que faça, a música B.D.K.I.A.F é uma sigla de uma piadinha interna da banda. Destaque para essas duas e as seguintes músicas: Stairway to hell e Poison Pen Letters.
Youngblood (2010)
Dois anos depois, mais um álbum incrível. Youngblood teve a participação de alguns colegas de outras bandas, como Helmet Roberts e também os integrantes da banda de pop-punk Four Year Strong, que contribuíram com um grito de guerra no background da música I Hate Hartley.
Em Youngblood, a banda já mantinha seu padrão sonoro em músicas como Anchors e H.M.A.S Lookback e Fire or Knife. Essa última com um breakdown incrível, por sinal.
Chasing Ghosts (2012)
Foi em 2012 que a banda estourou. Chasing Ghosts veio para chocar os fãs com uma álbum com letras fortes e uma capa com o desenho de um garoto pendurado em uma árvore, fazendo referência justamente ao suicídio que eles combatiam nas músicas.
É um álbum de dor, mas que faz questão de ressaltar a importância de procurar ajuda e se abrir aos amigos e familiares mais próximos, fazendo o caminho contrário ao de tirar a própria vida.
Não consigo listar as melhores músicas (acho isso impossível), mas posso dizer que o álbum começa com um forte soco no estômago com a letra de Chasing Ghosts. “Are you at all haunted by memories past? / Are you ready to make this one breath your last? / Is your chest so heavy you’re ready to leave? / Or are you just hoping that someone will grieve?”.
Open Letter, R.I.P Bon, Life Underground e Greens Avenue também merecem destaque. Pelo sucesso do álbum, a banda participou de diversos festivais como o Soundwave e a Vans Warped Tour, em 2013, conquistando de vez o coração dos americanos.
Let The Ocean Take Me (2014)
Embalado na mesma atmosfera obscura do Chasing Ghosts, Let The Ocean Take Me trouxe letras ainda mais profundas sobre depressão e experiências de quase morte. Em Don’t Lean On Me, minha música favorita, uma mensagem de esperança permeia a letra dolorosa, em que uma pessoa em sofrimento pede para que a outra continue vivendo por ela.
Death’s Hand segue a mesma linha, pesada e com uma letra igualmente dolorosa. “I held death’s hand this evening / Closed my eyes now I’m dreaming / I promise I won’t leave here / Don’t let me die I’m fucking screaming”.
Mas não pense que a banda, formada por Ahren Stringer (vocal melódico e baixo), Joel Birch (vocal e gritos), Dan Brown (guitarra) e Ryan Burt (bateria) seja super depressiva. Os caras sabem se divertir juntos, mas fazem da música um canal para falar sobre suas dores e ajudar outros que passam pelas mesmas situações.
This Could Be Heartbreak (2016)
Outro álbum incrível em que é impossível escolher a melhor música. Impecáveis, as letras se mantém igualmente profundas e as músicas intensas. Na capa, mais uma referência à morte. A própria banda descreve o álbum como o mais “transformador e revelador” do quarteto, com músicas muito pessoas e emocionais. Os temas mais presentes são depressão, tristeza e ansiedade.
I Bring Weather With Me, Fight My Regret, Tearing Me Apart e All Fucked Up merecem ser escutadas.
Ansiosos para o show? Vejo vocês lá!