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Breakdown - Danielle Cameira

Breakdown #08: Attila, polêmica do metalcore ao party metal

Ao invés de separar o espaço da coluna para falar de algum lançamento de álbum, música ou turnê, esta semana achei que seria interessante seguir por outro caminho. Apesar do último álbum do Attila ter saído do forno em novembro do ano passado, vale a pena contar um pouco sobre a trajetória da banda e seu estilo único dentro do metalcore.

Como grande parte da bandas de metalcore, os cinco integrantes se conheceram ainda nos tempos de high school, enquanto estudavam, ouviam bastante heavy metal e curtiam dezenas de rolês na cidade de Atlanta, na Georgia, Estados Unidos.

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Em meio a uma e outra festa, acabaram se reunindo para lançar em 2007, Fallacy, a primeira demo da banda. O material foi uma primeira experiência e soava bastante como deathcore. A banda é formada por Chris Fronzak “Fronz” (vocal), Chris Linch (guitarra), Sean Heenan (baixo) e Kalan Blehm (bateria).

Mas faltava encontrar o diferencial do Attila. Qual era sua essência? A resposta era simples: fazer músicas sobre festas, diversão e não dar a mínima para o que os outros pensavam sobre isso.

Assim surgiu o termo partycore ou party metal. Apesar das guitarras pesadas, aceleradas e gritos rasgados, as letras falam sobre festas, sexo, bebida, amigos sem economizar nas críticas, gírias e palavrões. Aproveite o som dos caras e acrescente ainda algumas batidas eletrônicas e o Fronz cantando versos no melhor ritmo de rap. O Attila mostrou que tudo é possível no metalcore e conquista pelo som animado e pela irreverência. É a banda que muitos adoram odiar.

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Soundtrack to a Party (2008)

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Eles gostam tanto de festas que o nome do primeiro álbum não poderia ser outro senão “trilha sonora para uma festa”, em inglês. A capa já traz a banda envolta em balões, serpentinas e copos de bebida. As músicas também versam sobre o mesmo assunto. Em You Looked A Lot Better Last Night, por exemplo, eles falam sobre chamar garotas para uma festa e perguntam se alguém tem 21 anos (maioridade nos EUA) e pode comprar bebida.

Alguns trechos da música já dizem tudo sobre a banda. “This is the party life! Smoke blunts all day, two-step all night”.

Nesse primeiro álbum, já há algumas batidas eletrônicas como em Lemme Get a Newport. Vale ouvir One Night Stand e Sunsets and Death Threats. Mas não deixe de começar o álbum com Let’s Start the Party para sentir o clima da banda.

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Rage (2010)

Curto e animado, o álbum deixa claro que a banda não está nem aí para a opinião dos outros. Por causa do teor das letras e a fusão com outros estilos musicais como o rap, por exemplo, a banda costuma ser bastante criticada pelos haters de plantão. Em uma entrevista ao site Loudwire, anos atrás, o vocalista disse que ao contrário do que muitos acreditam, ele não acha que toda música de metalcore tem que ter um significado profundo e sério. Arte é arte. 

Então há músicas sobre ficar bêbado, sair com os amigos para causar em festas, pedido de desculpas por perder a paciência e até uma zoação para aqueles que não curtem o som da banda.

A letra de Make it Sick dispensa explicações “I don’t give a fuck if you like this song / Is it heavy, is it heavy!?(…) We do whatever we want, and we will never give a fuck if you like it or not!”. Não deixe de ouvir Girls don’t lie e Rage.

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Outlawed (2011)

Esse é um dos álbuns mais agitados do Attila. Se você curte a mistura de batidas eletrônicas com som pesado, provavelmente vai curtir o som. A banda caprichou nos vocais melódicos, criou refrões que ficam grudados na nossa cabeça e mandou bem nas músicas mais animadas.

O party metal está super presente em Another Round, Nasty Mouth, White Lightning e Payback – minha música favorita do álbum.

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About That Life (2013)

Fãs de hip-hop, os membros da banda colocaram muita influência das músicas que gostavam no quarto álbum do Attila. Toda a ideia do About That Life gira em torno de zoar das pessoas materialistas. Na época do lançamento, eles disseram a um site americano que o dinheiro na verdade não importa muito. Se divertir é muito mais interessante.

O clipe que leva o nome da música chega a lembrar um vídeo de funk ostentação. Carros conversíveis, casa luxuosa e até umas correntes de ouro. Não se assuste, é diferente, mas divertido. O álbum todo usa e abusa de trechos cantados como rap e, para Fronz, foi um grande avanço musical da banda.

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Apesar da proposta do álbum, a crítica foi dura com o Attila. Há muitas letras com apologia às drogas, bebida e conteúdo preconceituoso. Em Callout, há críticas ao vocalista do Falling in Reverse, Ronnie Radke (ex-Escape the Fate) e até a uma igreja local. O que não pegou nada bem para a banda.

Guilty Pleasure (2014)

Na época do lançamento deste álbum, lembro de ter lido uma entrevista em que o Chris Fronzak dizia que o Attila era como um “guilty pleasure”, um prazer culposo. Isso porque as músicas são ofensivas, com significados rasos, e a mistura de batidas eletrônicas nem sempre agrada todo mundo. Mesmo assim, há quem ame odiar o Attila. E desde que eles se divirtam fazendo música, está tudo bem.

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O álbum é mais pesado e dark do que os anteriores. Vale escutar Guilty Pleasure, Rebel, Proving Grounds e Horsepig – esta última foi nomeada pelo filho pequeno de Fronz, Blaise, sem qualquer motivo importante.

Chaos (2016)

Mesmo sabendo que são rotulados como uma banda de douchebags, Attila lançou em novembro do ano passado seu sexto álbum. Antes do lançamento, Fronz fez um vídeo dizendo que pediria desculpas publicamente pelo conteúdo ofensivo das músicas da banda. Os fãs acharam uma postura estranha do vocalista, mas legal.

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Quando o álbum saiu do forno, a música Public Apology, que mais parecia um pedido de desculpas, era mais uma oportunidade da banda afirmar que não se importa para o que o grande público pensa sobre seu trabalho. Trolagem? Jogada de marketing? Pode ser. O que importa mesmo é que o Attila continua resistindo entre duras críticas e fãs.

 

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