Não é de hoje que os caras da Sworn In gostam de lançar sons sombrios, pesados e cheios de uma mistura rica de raiva, dor e sentimentalismo. Com esse terceiro álbum de estúdio não foi diferente. All Smiles nome dado ao mais novo disco é quase uma ironia. As letras são fortes e se tem uma coisa que é provável que você não faça enquanto escuta o álbum é sorrir. Com uma exceção, mas falo disso mais adiante.
A banda de metalcore de Illinois, nos Estados Unidos, é formada por Tyler Dennen (vocal), Eugene Kamlyuk (guitarra e backing vocal), Derek Bolman (baixo) e Chris George (bateria). Se você gosta de metalcore, mas nunca ouviu falar deles, não se preocupe. A banda tem apenas seis anos de estrada e recentemente assinou contrato com a gravadora Fearless Records – o que com certeza leva seu nome a novos públicos do mundo todo.
Sua discografia completa é composta por dois EPs, Catharsis e Start/End, além de três trabalhos de estúdio. The Death Card (2013), The Lovers/The Devil (2015) e, no último dia 30 (sexta-feira, como já se tornou costume na indústria fonográfica), o All Smiles.
Antes do lançamento, a banda já havia presenteado o fãs com três clipes: Make It Hurt, Don’t Look At Me e Dread All. No dia do lançamento, liberaram o vídeo de All Smiles, em que explicam o conceito do nome do álbum. Uma verdade difícil de ser encarada: o sorriso vazio vem para expressar a completa rejeição aos sentimentos e a vontade de viver – é o vazio que vive dentro de nós. E como as músicas já sugeriam, os videoclipes são escuros, agitados, tomados por luzes vermelhas e guitarras super pesadas. E a voz de Dennen como a cereja do bolo.
Depois de ouvir o álbum uma dezena de vezes – tem 11 faixas e apenas 38 minutos de duração – cheguei à conclusão de que o disco não é nada mais do que já esperávamos. Caprichado e doloroso, mas sem nenhuma grande novidade no que diz respeito ao som dos caras.
O que o próprio Tylen Dennen disse sobre o álbum no seu Instagram resume toda minha análise:
Doeu par escrever, doeu para gravar e dói para cacete escutar também.
E se não doesse, não seria honesto. É uma auto-dissecação pública.
Isso é o ALL SMILES.
https://www.instagram.com/p/BV82gIfB25H/?taken-by=tylerdennen
No rol das 11 faixas do disco, duas chamaram muito minha atenção. Helluputmethrough e Cry Baby. A primeira despertou minha curiosidade por causa do nome, em um primeiro momento. Mas é a letra é muito pesada, fala sobre isolamento, solidão e o sentimento de se sentir impotente frente alguém que o oprime. Enfim, vale a pena escutar.
Cry Baby, por outro lado, foi a música que me fez sorrir, como disse no início do texto. Não porque ela seja feliz nem nada parecido. A letra também tão dolorosa que beira o masoquismo. Mas o som é incrível. Foi só ouvir o trecho mais ritmado do meio da música, lembrando um rap e um breakdown incrível (não à toa, esse é o nome da coluna), que a música ganhou meu “salvei” no Spotify.
Além delas, Mirror Fear e Cross My Heart são ótimas.