Foto: Divulgação/Facebook – Underoath
Fevereiro tem sido um mês particularmente intenso no cenário metalcore e post-hardcore internacional. Este mês foi tomado por grandes lançamentos de discos – a saber: Dispose (The Plot In You), Six (For The Fallen Dreams), We Will All Be Gone (Gone Tiger), If There’s A Light, It Will Find You (Senses Fail), Beautiful Death (Slaves), Wait For Love (Pianos Become The Teeth), This Is As One (Holding Absence) e Butterfly (Thornhill).
É preciso fôlego para embarcar em tantos sons novos! Mas o mês ainda fez mais surpresas: anúncio de novo disco do Underoath, single do Falling In Reverse e Blessthefall, segunda parte da faixa polêmica do Attila ‘Callout’, além de uma série de clipes e descobertas que fizeram fevereiro ser especial para mim.
Respire fundo e dê o play nas faixas a seguir:
Underoath – On My Teeth
Há poucos dias o mundo do metalcore sofreu um abalo muito forte: após oito anos, os americanos do Underoath anunciaram um novo disco de inéditas pela Fearless Records. Erase Me está prometido para o dia 6 de abril deste ano e os fãs não estão aguentando a ansiedade, principalmente depois de liberarem o primeiro single, On My Teeth. Se você acompanhou o tempo áureo dos caras, certamente deve curtir a música. É uma prova de que o metalcore não é um gênero morto e sem criatividade – o Underoath conseguiu ressurgir aliando seu som antigo à algumas batidas eletrônicas e uma bateria que surpreendeu a todos. Eu esperei muito por isso!
Falling In Reverse – Losing My Mind
Dona de um álbum bastante emotivo e sóbrio para padrões da própria Falling In Reverse, Coming Home surpreendeu muita gente o ano passado. Mas me arrisco a dizer que passou batido também. O elemento surpresa da banda de Ronnie Radke é justamente ser polêmica e criar novos micro-estilos dentro de seus discos. Um bom é o Fashionably Late, lançado em 2013 e que foi rejeitado pelos mais ‘conservadores’ (se é que é possível ser conservador em um estilo musical como este). O álbum abusava dos elementos pop, faixas em que Radke era praticamente um artista de rap (Alone), e letras bem humoradas e egocêntricas. Ouça Alone para entender isso melhor. Esse background é muito importante para entender a novíssima Losing My Mind. Após um disco de pouca expressão (mas ótimas músicas!), a banda revisitou o estilo de Fashionably Late, o que é incrível! Afinal, foi este disco que trouxe os caras para o Brasil em 2013!
Slaves – The Pact
Comandada por Jonny Craig, há tempos venho destacando os lançamentos da Slaves nos zips da coluna. Eles divulgaram a conta-gotas as faixas do novo trabalho Beautiful Death, lançado oficialmente no último dia 16 pela SBG Records. Este mês, a banda liberou o lindo vídeo da música The Pact, tomada pelo sentimentalismo e voz soul de Craig.
The Plot In You – I Always Wanted To Leave
Dispose foi, sem dúvidas, um dos melhores lançamentos deste mês. Nele, a The Plot In You marcou a solidificação de seu novo som e da voz profunda de Landon Tewers. Não canso de falar sobre esse disco, por isso leia a resenha que publiquei na semana passada e aproveite esse álbum do início ao fim… de cabeça aberta!
Wage War – Johnny Cash (acústica)
O Valentine’s Day não foi fácil para aqueles que não tem um crush. Acredito que foi pensando nessas pessoas que o Wage War decidiu lançar, no mesmo dia, a versão acústica de Johnny Cash. É uma faixa linda que encerra o último disco dos caras, Deadweight, do ano passado. Ela é lindíssima e fala sobre o desejo de encontrar um amor como o descrito nas canções de amor de Cash.
Blessthefall – Wishful Sinking
O novo trabalho do Blessthefall, Hard Feelings, só sai em 23 de março. Mas eles estão presenteando os fãs aos poucos com boas músicas que dão o tom do próximo disco. Wishful Sinking veio em boa hora para acalmar o ânimo daqueles que pensavam que a banda tinha perdido sua identidade musical após a divulgação do primeiro single. Os primeiros segundos da faixa já provam que não, a banda está mais viva e conectada com seu estilo musical do que nunca. Wishful Sinking tem um “quê” de Architects, o que é melhor ainda.
Pianos Become The Teeth – Love On Repeat
Wait For Love foi um presente deste mês e o post-hardcore agradece pela repaginada no som da Pianos Become The Teeth. O disco é maravilhoso e foi costurado por alguns clipes bem legais e artísticos, como é o caso de Love On Repeat, lançado apenas alguns dias antes do disco na íntegra e que conecta os videos divulgados anteriormente. O disco é incrível e merece ser escutado.
I PROMISED ONCE – Break (feat. Blumio)
Sério, eu buscava há muito tempo por uma banda de metalcore totalmente distante do eixo Estados Unidos – Inglaterra e quando me deparei com a I PROMISED ONCE, me senti revivendo uma época jrocker da minha vida (com orgulho). A banda de metalcore é metade japonesa, metade alemã e tem um som surpreendente… sem contar o rap dos primeiros segundos. Sério, essa faixa mistura três línguas! Eles são corajosos e poderosíssimos. Estou me aprofundando nas músicas dos caras.
Thornhill – Reptile
Os caras se definem como uma banda de alternative metalcore, e quem pode julgá-los? Ninguém. Mas o fato é que o último EP dos caras, Butterfly, lançado no último dia 16 pela UFND, é viciante. A música deles é explosiva, sentimental e cada faixa tem uma batida marcante. Esse foi mais um trabalho que agregou demais ao pacotão de fevereiro.
Polaris – Consume
A Polaris é uma banda de metalcore australiana que tem ganhado muito espaço nos últimos anos. Na estrada desde 2012, The Mortal Coil, lançado no ano passado foi seu primeiro grande trabalho de estúdio. E sério, apesar de serem caras ainda pouco conhecidos no Brasil, eles precisam ser escutados. Eles tem um pouquinho da sonoridade do While She Sleeps e ótimos breakdowns (sempre bom destacar).
Holding Absence – Everything
A Holding Absence foi uma banda que eu descobri há pouco tempo mas já me apaixonei pela delicadeza do som. Os caras começaram oficialmente no final de 2016 e já surpreenderam muita gente pela mistura de voz suave e letras emotivas com o post-hardcore. Os britânicos tem contrato assinado com a Sharptone Records, gravadora que lançou seu último EP, This Is As One, TAMBÉM NO DIA 16 DE FEVEREIRO.
Attila – Callout 2
Attila é uma banda totalmente fora dos padrões e ninguém deveria julgar o modo como fazem música. Como prova de que eles realmente não ligam para a opinião de seus haters e principalmente de gravadoras, a banda anunciou no último dia 13 que rompeu o contrato com a Sharptone Records e a partir daquele dia era uma banda independente. TAMBÉM NO DIA 16 DE FEVEREIRO, eles colocaram Callout 2 para jogo, a segunda parte da polêmica Callout, que fazia parte do disco About That Life, de 2013. Na “versão 2.0”, eles colocaram contra a parede algumas pessoas como Logan Paul (youtuber que mostrou uma pessoa morta na floresta do suicídio, no Japão), Buddy Nielsen (vocalista do Senses Fail que dedicou um set da Warped Tour para falar mal do Attila), Tim Lambesis (vocalista do Lamb Of God acusado de contratar alguém para assassinar sua esposa), Harvey Weinstein (produtor de cinema americano acusado de assédio sexual por diversos artistas no ano passado), a raia que matou o Steve Irwin (era ídolo do vocalista), Martin Shkreli (ex-CEO da Turing Pharmaceuticals que comprou os direitos de um medicamente usado no tratamento da AIDS e aumentou seu preço, dificultando o acesso a ele), Bhad Bhabie (a rapper americana de 14 anos Danielle Bregoli), entre muitas outras pessoas. Outras, como Tyler Carter e Danny Worsnop, eram apenas brincadeira. Fora isso, a banda também critica a indústria das gravadoras, o próprio Attila e sobrou até para o abacaxi utilizado nas pizzas californianas. Ou seja, eles realmente não ligam se você gostou ou não da música e isso os torna especiais.