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Breakdown - Danielle Cameira

Breakdown #28: De mãos dadas com o pop, PVRIS lança disco com letras e batidas obscuras

Por uma semana, esqueça o metalcore. Esqueça os breakdowns, esqueça a gritaria e, mais do que isso, esqueça as bandas formadas apenas por homens. Na coluna de hoje, preciso falar um pouco sobre o All We Know Of Heaven, All We Need Of Hell, segundo trabalho de estúdio do PVRIS. Lançado na última sexta-feira (25) em meio a uma avalanche de novidades, ele merecia destaque especial.

Não apenas porque é uma banda com uma poderosa voz feminina. Mas porque, desde o lançamento do White Noise,  seu disco de estréia com um novo nome, o som já não é o mesmo. Formada oficialmente em 2012 sob o nome Operation Guilliotine, a banda liderada por Lynn Gunn tinha uma sonoridade muito ligada ao metalcore exatamente do jeito que amamos.  No ano seguinte, optaram por chamar-se Paris e depois, por questões legais, PVRIS.

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Em 2013, no primeiro EP, o trio já tinha se soltado das amarras do metalcore e flertava fortemente com o pop em algumas músicas. Mas foi no ano seguinte, no lançamento do White Noise, que isso ficou mais evidente do que nunca. Todas as músicas tinham algum tipo de elemento eletrônico, mas de alguma forma ainda voltados ao post-hardcore. Destaque para músicas como Let Them In, Fire Smoke.  Em Ghosts, a voz de Lynn Gunn está incrível!

Lynn Gunn, vocalista do PVRIS (Foto: Matt Vogel/Facebook Oficial da banda)

Dual e monocromático

Em All We Know Of Heaven, All We Need Of Hell, o PVRIS já deixou claro que o pop é seu lugar. Hoje, a banda já se classifica como rock alternativa – o que abre um leque de possibilidades entre o electropop, pop e até o synthpop.

A escolha de faixa para abrir o disco foi certeira. Ao iniciar com Heaven, o ouvinte já se sente encorajado a escutar o trabalho do começo ao fim. A música é bem comercial, mas tem uma batida agradável e um refrão bastante grudento. Como a maioria absoluta das músicas, a letra de Heaven é triste. Ela fala sobre um relacionamento que estava fadado ao fracasso desde o início e, persistindo no erro, teve a paz (ou o paraíso, como sugere a tradução) arrancado de um dos amantes.

De modo geral, os americanos conseguiram aprimorar o que começaram no White Noise. Ao invés de batidas eletrônicas muito animadas, optaram por outras mais graves, mais low profile e discretas. Uma voz mais gritada e poderosa por parte de Lynn, refrões-chiclete e uma atmosfera mais obscura do que em trabalhos anteriores. Monocromáticos, preto e branco, eles garantiram o melhor disco da banda até o momento.

Em um post em seu instagram,  a vocalista falou sobre as diferenças entre os dois álbuns da banda. “White Noise foi um momento único. Ele foi capturado, engarrafado e trazido para o seu consumo. Este álbum é o momento seguinte. Mas ele ainda não foi capturado por inteiro”.

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Ainda segundo sua postagem, este disco é como “sentar em algum lugar no centro de um paradoxo escuro e estranhamente bonito; sua definição e lições dependem inteiramente de você”. Leia o texto na íntegra abaixo.

https://www.instagram.com/p/BYOC3isht4T/?taken-by=lynngvnn

Em What’s Wrong, o disco me ganhou. Na medida certa entre pop e rock, com uma batida realmente envolvente, Lynn Gunn mostrou o potencial da sua voz em uma música com uma letra dolorosa. Ela fala sobre reconhecer a própria depressão, a falta de autoestima e falta de apreço pela própria vida até o ponto de sentir-se miserável.

Apesar da faixa ser uma das melhores do disco, acredito que a banda tenha pecado em não explorar melhor estes sentimentos em uma música menos agitada. Na ocasião do lançamento do clipe, muitos fãs comentaram o vídeo, afirmando que era preciso debater o tema da música, pois ele era muito sério para que passasse em branco. No vídeo, enquanto Lynn, Brian e Alex são envolvidos por mulheres de preto (representando a depressão), as pessoas sentadas em volta da mesa com eles estão vendadas para a dor que sentem.

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De qualquer forma, foi a música que mais me encantou no álbum, por sua sonoridade, energia e letra bem elaborada.

This skin don’t feel like home
It’s all overgrown but you’ll never know
Take the mirror from the wall so I can’t see myself at all
Don’t wanna see another damn inch of my skull
Forget the poems of saints and ghosts
I’m the one I fear the most
Little did I know that I was only crying wolf

  • What’s Wrong PVRIS

Além dela, outras músicas merecem destaque: Same Soul, Walk Alone, Anyone Else No Mercy.

 

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