Quarta edição da coluna Cervejas do Rock, mais uma vez o Luciano Oliveira do blog Lamparinada faz seus comentários sobre uma rock beer do mercado. E para fechar o mês de abril, temos a resenha da cerveja dos cariocas do Matanza, uma das bandas mais alcoólicas do Brasil.
Lembrando que essa coluna é uma parceria do Blog N’Roll com o Lamparinada e a 7ª Avenida – Empório de Cervejas.
Confira os comentário do Luciano:
Hey you, MotherF*ckers! Peguem seus esfregões e limpem essa desordem. O Don aportou no Lamparinada e o capitão espera sua cerveja…e que cerveja. Mas não esqueçam o rum! Para quem não conhece o estilo India Pale Ale, a Matanza IPA, feita pela Dortmund, é um pé na porta e soco na cara. Mas para os hop lovers é uma suave e saborosa delícia. Com aroma levemente cítrico, herbal e caramelado, ela traz no sabor um equilíbrio entre o amargo do lúpulo e o adocicado do malte. No final fica um leve gosto adstringente na boca, pedindo muitos outros goles. Uma cerveja muito boa.
- Cerveja: Matanza (Dortmund)
- Estilo: India Pale Ale
- Álcool: 6,5%
- Volume: 600 ml
- Sugestão de harmonização: hambúrguer, comidas fortes e apimentadas.
- Onde Comprar: 7ª Avenida.
SOBRE O MATANZA:
O Matanza é uma banda brasileira com características próprias. Assim como suas músicas, o grupo fundado em 1996 no Rio de Janeiro mostra bastante identidade misturando Punk Rock, Hardcore e Country Rock. Logo, receberam o rótulo de “CountryCore”.
A ideia de misturar esses estilos surgiu na cabeça do vocalista Jimmy London e o guitarrista Donida. No principio, a ideia trazer canções simples do Johnny Cash para a velocidade e peso do Hardcore. A demo Terror em Dashville (1998) chamou a atenção do produtor Rafael Ramos que conseguiu um contrato para o grupo na gravadora Abril Music.
O primeiro full lenght do grupo, Santa Madre Cassino, foi lançado em 2001. O trabalho traz um dos principais singles da carreira do Matanza, a música Ela Roubou Meu Caminhão. A canção traz todos os elementos que fazem parte do universo das letras da banda: mulheres, bebidas, brigas e prisão.
Infelizmente, devido ao pouco sucesso nas rádios, a banda foi dispensada da gravadora. Mas mais uma vez, Ramos colabora com a banda e os leva para o selo Deckdisc. Na nova casa, o quarteto grava o disco Músicas para Beber e Brigar (2003). Com os singles e os clipes das músicas Bom é Quando faz Mal e Pé na porta e Soco na Cara, o sucesso bate na porta do Matanza.
Já em 2005, a banda decide homenagear uma das suas principais influências. Em To Hell With Johnny Cash, o Matanza faz 12 versões de canções do famoso músico Country americano. A ideia inicial era ser um EP com as covers que eles apresentavam durante os seus shows, mas o projeto foi além se tornando um disco completo.
No ano seguinte, a banda volta a lançar um disco com músicas autorais. A Arte do Insulto é um disco mais denso que os anteriores, mesmo trazendo os mesmos temas nas suas letras. A evolução é reflexo da “profissionalização” da banda que começa a flertar com outros estilos, como o Heavy Metal e a música tradicional irlandesa. Os singles Clube dos Canalhas e Eu Não Gosto de Ninguém são os destaques do trabalho que se encerra com a balada folk Estamos Todos Bêbados.
Com o sucesso dos shows, o Matanza é convidado pela MTV Brasil para participar do projeto “MTV Apresenta”. A ideia era registrar uma apresentação ao vivo das principais bandas nacionais do inicio dos anos 2000. Gravado no Hangar 110 em São Paulo, o álbum ao vivo traduz um pouco do “caos” que são as performances do grupo.
Após o lançamento do disco ao vivo e o aumento da agenda de shows, Donida resolve não sair mais em turnê com banda. Um dos “mentores” do Matanza, o músico decide apenas colaborar com a composição do material do grupo e participar apenas das gravações em estúdio. Sendo assim, ele é substituído por Maurício Nogueira, ex-Torture Squad.
Em 2011, a banda apresenta ao mundo o disco Odiosa Natureza Humana. Com todas as letras escritas por Donida, o álbum traz um Matanza ainda mais mal-humorado e sarcástico. Menos pesado que o anterior, eles voltam as origens do “CountryCore” com Remédios Demais e A Menor Paciência.
O último trabalho do quarteto foi Thunder Dope (2012). O álbum traz regravações das primeiras canções do grupo que saíram originalmente nas demos Terror em Dashville e De Volta a Tombstone.
Atualmente, o Matanza é: Jimmy London (vocal), Donida (guitarras em estúdio), China (baixo), Jonas (bateria) e Maurício Nogueira (guitarras ao vivo).