Grandes eventos costumam trazer consigo músicas-tema que geralmente visam representar os seus participantes e país sede, além de fazer parte da construção da marca que o organiza. Neste ano, o Brasil recebe a Copa América, principal torneio entre seleções do continente americano, e a música-tema da competição é interpretada pelo cantor de axé Léo Santana e a trapper colombiana Karol G. Mas, afinal, você se lembra das músicas-tema das outras Copas América?
O torneio é o mais antigo em atividade, disputado desde 1916, com 103 anos de história, entretanto, a Conmebol, entidade máxima do futebol sul-americano e organizadora do evento, decidiu incrementar as músicas-tema a partir da Copa América de 2004, no Peru. A partir daí, todas os torneios, incluindo a edição especial em homenagem ao seu centenário, em 2016, contou com as suas canções em tema próprio.
A demora para inclusão de clipes oficiais que retratassem o cenário da Copa América já demonstrou por si só o atraso da Conmebol em enxergar a competição como um produto comercialmente relevante.
Diferentemente da Copa do Mundo, que possui clipes oficiais ininterruptamente desde 1962, com sucessos como o Alé, Alé, Alé de Ricky Martin (1998) ou do Waka Waka de Shakira (2010), até mesmo El Rock del Mundial, da banda chilena Los Ramblers, primeiro tema da história das copas, rendeu aos artistas mais de 80 mil cópias vendidas naquele ano.
Para que, então, você se lembre das canções que embalaram o torneio entre seleções da América do Sul, vamos à lista.
2004 (Peru): Mas Allá de Los Sueños (Gian Marco)
Interpretada pelo cantor peruano Gian Marco, vencedor na categoria de melhor álbum no Grammy Latino de 2005, 2011 e 2012, Mas Allá de Los Sueños foi a primeira música-tema da história da Copa América.
A canção possui um tom nacionalista, além de ter uma abordagem relacionada a busca de sonhos. Com um toque acústico, a música-tema da Copa América de 2004 alterna entre uma pegada alto astral com um clima de sentimentalismo.
2007 (Venezuela): Gol (Juan Carlos Luces)
Diferentemente da Copa América do Peru, onde a música-tema foi interpretada por um artista nacionalmente famoso do país-sede, Gol, canção oficial da Copa América de 2007, na Venezuela, colocou no mapa o cantor Juan Carlos Luces.
Indo na contramão do toque acústico da canção de Gian Marco, Gol possui uma pegada totalmente caribenha, com o seu ritmo calipso.
A letra tem um tom promocional ao evento, com uma mensagem que afirmava que a Venezuela seria o foco do futebol mundial. Em um momento, inclusive, a música cita o nome de todos os países da América do Sul.
Luces, até então desconhecido, se apresentou na abertura do evento e fez uma turnê nas cidades-sede da Copa América.
“É um orgulho cantar o tema oficial de uma competição que, se Deus quiser, nos trará sucesso. O futebol aqui deveria ser como a carreira de um artista. Depois dos grandes sucessos, desperta muito mais o interesse do público e vive o crescimento que esperamos para a Venezuela. Nós somos o tamanho das adversidades que nos são apresentadas”, disse o cantor ao site Primera Classe à época.
2011 (Argentina): Creo en América (Diego Torres)
Creo en América, interpretada pelo cantor argentino Diego Torres, filho da ilustre atriz portenha Lolita Torres, foi a música-tema de 2011. A competição foi disputada na Argentina.
No clipe oficial, Torres interpreta a canção sozinho, diferentemente da abertura da competição. Na ocasião, fez um dueto com Ivete Sangalo, no Madison Square Garden, em Nova Iorque, em 2010. A parceria deu tão certo que a Conmebol, posteriormente, apostou na repetição em 2011, em La Plata.
A música tem a pegada pop rock que Diego Torres carrega em sua identidade musical. A letra, por sua vez, traz uma mensagem de celebração entre os povos e união contra as diferenças.
2015 (Chile) – Al Sur del Mundo (Noche de Brujas)
Para interpretar a música-tema da edição 2015, a banda chilena Noche de Brujas precisou fugir do seu estilo musical. Acostumada a tocar cumbia, a banda trouxe uma pegada mais festiva para Al Sur del Mundo.
“O tema foge um pouco de nossa linha musical, mas é muito festivo. A ideia era essa, porque a Copa América é uma festa”, disse Héctor Muñoz, conhecido como Kanela, vocalista da banda.
Kanela é conhecido no Chile, também, pela sua aproximação com o meia Vidal, um dos principais jogadores da seleção chilena.
Assim como a música-tema da Copa América de 2011, a canção possui seu enfoque na celebração entre os povos. Aqui, no entanto, explorando muito mais o tema futebol como fator para essa união.
2016 (Estados Unidos): Superstar (Pitbull e Becky G)
A Copa América de 2016 foi uma edição especial do torneio organizada pela Conmebol em comemoração ao centenário da competição. O evento teve os Estados Unidos como sede. Superstar, interpretada pelo rapper Pitbull e a cantora Becky G, foi a música-tema.
Dois anos antes da Copa América, em 2014, Pitbull já havia interpretado We are One, música-tema da Copa do Mundo. Na edição brasileira, cantou ao lado das cantoras Jennifer Lopez e Cláudia Leitte.
A música-tema da Copa América de 2016 teve justamente a levada dos seus intérpretes, no ritmo do reggeaton com inserções de RAP. Já a letra, passou uma mensagem de luta pelos objetivos e busca pelas conquistas.
2019 (Brasil): Vibra Continente (Léo Santana e Karol G)
A mistura envolvente do swing caribenho e a batida do funk resultou na música da atual edição. O cantor Léo Santana, ex-vocalista da banda de axé Parangolé, hit do Carnaval em 2009 com Rebolation, uniu-se com a trapper colombiana Karol G para escrever e interpretar Vibra Continente.
A letra traz um apelo de vibração única do continente através da paixão pelo futebol e pela importância da Copa.
